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Publicada em 21 de julho de 2020 às 11:32 por Autor Genérico

Autor Genérico

Bahia 2020 em retrospectiva e perspectiva “Parte Final”

No texto anterior trouxe minhas impressões sobre o elenco tricolor para a disputa da temporada de 2020. Lá expliquei que faria uma série com a retrospectiva da temporada tricolor até aqui e com a apresentação das perspectivas para o restante da temporada agora 2020/2021.

A idéia inicial era fazer um texto único, Ficou gigante porque o peão aqui adora escrever. Aí dividi em três. Mas depois de postar o primeiro e mexer nos outros dois textos, inquieto que sou, me peguei pensando que ficaria ruim publicar um texto sobre as perspectivas da temporada depois da primeira dupla de jogos, que já acontecem amanhã e depois. Então, de 03, reduzi para 02 partes, de modo que segue esse TEXTÃO. Juro que será um dos últimos textos gigantes nessa coluna.

Aqui, vamos começar com a retrospectiva dos jogos. Em 2020 tivemos apenas dois meses de futebol, entre a última semana de janeiro e o fim de março. Ainda assim, vejo 03 momentos bem claros neste início de temporada do Bahia: (01) um primeiro, desde a estréia na temporada contra o Santa Cruz, no Arruda, pelo Nordestão, até a derrota para o Vitória na mesma competição; (02) um segundo, desde o primeiro jogo após o clássico até o último jogo antes da estreia de Rodriguinho; e (03) um terceiro, desde a estreia do novo camisa 10 tricolor.

Primeira parte do início de temporada: o Bahia “arame liso”.

A temporada, como acontece todo o ano, começou precocemente, já que entre a apresentação do clube e o primeiro jogo oficial, contra o Santa Cruz no dia 25/01/2020, não tivemos nem 30 (trinta) dias. Lembro que Rossi, por exemplo, um dos nossos reforços durante a pré-temporada, mal tinha treinado com o grupo, já que teve sua negociação fechada um pouco depois.

De qualquer modo, neste primeiro momento, até por ainda não ter concretizado a chegada de Rodriguinho e por Rossi ter chegado um pouco depois dos demais, Roger montou o seguinte time:

Esta foi a escalação de linha nos 4 primeiros jogos, contra Santa Cruz (empate fora, 0x0), Imperatriz (trinfo em casa, 2×0), River-PI (derrota fora, 0x1) e Vitória (derrota em casa, 0x2). Como foi expulso contra o Santa Cruz, Douglas foi substituído por Anderson na partida contra o Imperatriz.

Como sabemos, o time não foi bem e mostrou pouco poder de conclusão. Lembro bem, inclusive, que na derrota para o Vitoria o time até criou bastante, mas perdeu muitos gols e foi penalizado com as falhas de Douglas (que já houvera falhado contra o River).

Um jogador que rendeu bem abaixo do que eu esperava foi o meia Daniel, conhecido também como Danielzinho nos seus tempos de Fluminense. Outro que também me pareceu abaixo foi Clayson. No caso de Daniel, creio que tenha muito a ver com a característica do atleta e a falta de encaixe no esquema. Explico.

Daniel chegou a ser usado no Fluminense de Fernando Diniz como segundo homem de meio-campo, armando o time desde a linha dos volantes. Isso era facilitado muitas vezes pelo uso de 3 zagueiros. De qualquer modo, ele é um jogador de passe, de controle de jogo, de posse de bola, cadenciado. Não é um jogador de chegada. Isso, aliado ao fato dos jogadores de beirada não serem mais incisivos, principalmente Clayson, reduziu, na minha opinião, o poder de fogo do time e trouxe dificuldades para um jogador com as características dele.

O próprio Clayson é um jogador de mais passe, de mais armação, de assistência. Longe de ser um concluidor. Mesmo Élber, que fez um dos dois únicos gols marcados pelo time nesses 4 jogos (o outro gol foi marcado por Gilberto), é um jogador mais de velocidade do que de conclusão.

O retrospecto do time nesses 04 jogos, nessa etapa inicial da temporada, mostra bem esse baixo poder de ataque do time: 2 gols em 4 jogos, sendo 3 jogos em branco. No popular, o Bahia iniciou a temporada como o verdadeiro time “arame liso” do título: cercava mas não “machucava” ninguém.

É claro que aí entra um ônus enorme imposto pelo calendário do futebol brasileiro. O time joga já na primeira semana de fevereiro, em jogo único, o seu futuro numa competição de premiação milionária como a Copa do Brasil. Isso deve servir de desculpa para eliminação diante do fraquíssimo River-PI? Jamais. Mas acho importante contextualizar, principalmente quando verificamos que, para esta temporada, claramente o treinador gaúcho tenta emplacar um novo jeito de jogar.

Lembremos o Bahia do Brasileirão do ano passado, time da arapuca, do contra-golpe rápido, dos 03 volantes, da reação. Era um time muito diferente dos times já armados por Roger no passado, mas foi a solução que ele encontrou para tornar o time mais competitivo. O time teve grandes jogos contra times como Flamengo e São Paulo, por exemplo, alguns bons momentos fora de casa, mas muitas vezes sofreu em casa contra adversários mais fechados.

Claramente os jogadores trazidos e as escalações de Roger Machado no primeiro momento da temporada eram uma tentativa de mudar um pouco essa característica. A questão é que as mudanças no futebol não aparecem do dia pra noite e o clube pagou caro, literalmente, com a eliminação vexatória na Copa do Brasil.

O fato é que o ano começou de forma bastante complicada, de modo que Roger Machado precisava mudar alguma coisa. E mudou.

Terceira parte do início de temporada: saída de Daniel e entrada de Rossi.

Após as duas derrotas em sequência Roger agiu: sacou Daniel e colocou Rossi no time. À esta altura, o brigador atacante de beirada, que houvera entrado nos 4 primeiros jogos, sempre no segundo tempo, já estava melhor condicionado.

Além disso, o Bahia teve uma pequena alteração na formatação tática, já que Élber passou a jogar quase como um segundo atacante, mais centralizado do que vinha atuando (até porque vinha fazendo mais o lado direito), ainda que flutuando pelos lados, especialmente pela esquerda. Em comparação com Daniel, a quem substituiu, apresentou mais verticalidade, mais chegada.

O esquema continuava apresentando um “desenho” de 4-2-3-1, mas o jogador mais centralizado desta linha de 3, como disse, era mais vertical, mais veloz, e não mais um jogador de passe, de construção. Essa parte da construção passou a ter mais participação de Clayson, a partir do lado esquerdo, uma participação maior dos volantes (Gregore, inclusive, fez aquele golaço contra o Nacional-PAR) e até dos laterais, até porque Capixaba e João Pedro tem capacidade técnica pra ajudar na construção de jogo, não se limitando a serem laterais de ultrapassagem pelas pontas.

A evolução foi clara: o Bahia empatou com o Ceará (fora, 2×2, 2 gols de Gilberto) e venceu o CSA (fora, 2×0, gols de Juninho e Gilberto), ambos pelo Nordestão. Além disso, pela Sul-Americana, passou o carro por cima do Nacional do Paraguai: em casa, 3×0 com gols de Gregore, Elber e Gilberto; fora, 3×1 com gols de Elber e Gilberto (2).

Foram 4 jogos, com 3 triunfos e 1 empate, sendo 10 gols marcados. O artilheiro do time continuou sendo Gilberto (7 gols no total, sendo 1 gol na primeira parte da temporada e outros 6 nesta etapa), mas Élber merece destaque pelas atuações e gols marcados: ao gol que já houvera marcado na primeira parte da temporada, somou mais 2.

O arame já começava a apresentar farpas. Já começava a se desenhar um time que começava a aliar a intensidade de 2019 com a capacidade de jogar, de propor o jogo pretendida por Roger para 2020.

Além disso, Roger promoveu uma mudança no gol. Após as duas falhas e as (pra mim muito duras e injustas) vaias no clássico, tirou Douglas e colocou Anderson, que foi bem nos jogos que atuou, ainda que ache necessário o Bahia ter um reserva melhor. Pode até ser que esse goleiro melhor seja Matheus Claus, promovido posteriormente do time de transição (os jogadores promovidos do time de transição serão tratados mais à frente).

Segunda parte do início de temporada: a chegada de Rodriguinho.

Em meio a este crescimento de produção do Bahia, foi confirmada a contratação de Rodriguinho, vindo do Cruzeiro. O meia teve uma temporada marcada por lesões no time mineiro, o que me deixou bastante curioso para ve-lo em ação.

Quando sua contratação foi divulgada, por se tratar de um jogador que fugia ao perfil das contratações realizadas pelo clube até então (jogadores de até seus 24, 25, 26 anos, com possibilidade de crescimento e revenda), mais caro, de idade um pouquinho mais elevada (completou 32 anos em março deste ano), fiquei apreensivo. O jogador se encaixaria no time? Viria com “fome”? Ou será mais um medalhão que perdeu mercado? Ainda é muito cedo para responder essas perguntas, mas nos dois últimos jogos (e primeiros e únicos realizados pelo atleta com a camisa tricolor, já que chegou a pandemia) as primeiras impressões foram boas.

Como era de se esperar, veio sem ritmo de jogo e longe da condição física ideal. Ele estreou entrando no segundo tempo contra o Confiança, no lugar de Clayson (Élber foi deslocado para a “beirada” esquerda). Não teve tempo para fazer muito, mas já deu pra ver que é um jogador de ótimo nível técnico. Diferente. Como era de se esperar, ele foi encaixado na função de meia. Mas, diferente tanto de Daniel (mais armador) quanto de Élber (mais velocista), um meia com capacidade de passe e finalização, inclusive de média e longa distância.

Sua estreia veio no jogo seguinte, em Natal contra o América. E veio de última hora, já que Rossi sentiu um desconforto na coxa nos vestiários e deu lugar ao meia. O time que entraria em campo seria o que vinha jogando. Diante da baixa de última hora, eis o Bahia escalado no último jogo antes da pandemia:

O novo camisa 10 fez um bom jogo (foi eleito melhor em campo, o que achei um pouco exagerado, confesso). Uma coisa que ficou bastante clara é que se trata de um meia-atacante clássico, pisando constantemente na área. Ao contrário de Élber, que vinha fazendo essa função, é um jogador que, comparativamente, participa mais da construção.

A amostragem ainda é pequena, mas o início pareceu animador. Uma pulga que fica atrás da minha orelha é se em jogos “maiores”, na Série A, como será sua participação na fase defensiva, principalmente se Clayson for mantido no onze inicial. É algo a se observar com atenção.

Neste jogo especificamente, um ponto me chamou muito a atenção: a participação dos laterais por dentro em alguns momentos. Em vários momentos os extremos abriam e deixavam esse corredor mais interno para os laterais. É algo que continuarei observando e me pareceu interessante, até porque Capixaba e João Pedro tem capacidades de chegada, o que falta um pouco aos dois volantes titulares (Capixaba fez o segundo gol nesse jogo).

Nos 2 jogos com o novo camisa 10, foram 2 triunfos: Confiança em casa (1×0, gol contra do adversário) e America-RN (2×0, gols de Élber e Capixaba).

Uma observação: de lá pra cá, Daniel foi muito pouco aproveitado. Entrou em alguns poucos minutos em alguns poucos desses jogos. Minha preocupação é estigmatizar um jogador que pode ter grande importância nesse elenco, principalmente em situações e jogos contra times mais fechados, quando pode atuar como um segundo homem de meio de campo, dando mais qualidade à saída de jogo.

O intervalo de 10 jogos em cerca de 02 meses é curto e não dá pra cravar nada. O que dá pra dizer é que o Bahia começou muito mal e vinha ajeitando o seu curso na temporada. Neste pequena mostra de jogos, eu destacaria como aspectos positivos a grande fase de Élber, o bom nível de atuação dos laterais e os bons ajustes feitos por Roger para estancar o início péssimo do clube. Do lado negativo, as derrotas para River-PI e para o Vitória, a dificuldade que o time apresentou no inicio da temporada para fazer gols e a má fase de Douglas.

A questão é que tudo isso aconteceu há cerca de 04 meses. Todos pararam e muita coisa pode mudar neste periodo. Muita coisa já mudou, na verdade. Não existe mais o time de transição e alguns jogadores foram incorporados para o restante da temporada. Não devemos ter novos jogadores, ao menos neste primeiro momento. As datas e tabelas começam a ser divulgadas. O time já voltou a treinar.

Perspectivas para o retorno pós-pandemia

Neste retorno o Bahia terá pela frente 04 competições: Campeonato Baiano (com um mínimo de 04 datas, já que está classificado para a próxima fase, que é disputada em ida e volta, e restam 02 rodadas da primeira fase), Copa do Nordeste (com um mínimo de 02 datas, já que está classificado para a próxima fase de jogo único e ainda resta 01 rodada da primeira fase), Copa Sul-Americana (também com um mínimo de 02 datas, já que está classificado para a próxima fase disputada em ida e volta) e, finalmente, o Campeonato Brasileiro (disputado em 38 datas).

Vejam que o calendário tricolor prevê um mínimo de 46 datas, dispostas em cerca de 7, 8 meses. Fazendo uma média simples, seriam em média 6 jogos por mês. Se chegar às finais de estadual e regional (algo totalmente factível), o número de datas já aumentaria para 54. Passando de fase na competição continental, já teríamos 56 datas, o que implicaria em jogos sábado/domingo e terça/quarta/quinta durante praticamente toda a temporada.

Óbvio que o elenco enxuto do início da temporada, com 23 jogadores base destacados para disputa da Copa do Nordeste será insuficiente. Lógico que sei que essa divisão em time principal e time de transição foi pensada para o primeiro quarto da temporada e que o time de cima sempre se alimentaria dos jogadores da equipe de transição para compor e preencher lacunas por lesão e suspensão.

Mas, pensando na quantidade de datas que teremos pela frente já dá pra ter ideia da dimensão do desafio. E a questão agora é: quem será aproveitado do time de transição e das divisões de base?

Aproveitamento da base e do time de transição

Essa pergunta começa a ser respondida à medida que escrevo esse texto. Já pipocam notícias sobre jogadores da equipe de transição sendo integrados à equipe principal (aqui, aqui também). Como o mesmo portal ECBahia.com relata, o próprio presidente explicou que o elenco seria dividido em dois times neste primeiro momento, para disputa de Copa do Nordeste e Campeonato Baiano (aqui), ambos comandados por Roger Machado.

Acho a medida compreensível. Não veria lógica em restabelecer uma equipe de transição autônoma, com outra comissão técnica, para a disputa de, no máximo, 06 jogos. Além disso, dadas as dificuldades de reforços neste pós-pandemia, seria uma forma do técnico do time de cima ver de perto, trabalhar de perto, com os jovens jogadores. Isso dará uma percepção melhor de quem tem condições de ser incorporado definitivamente para disputa do Brasileirão e da Sul-Americana, duas principais competições do time no restante da temporada.

Essa ausência de divisão em dois elencos autônomos também possibilitará que Roger possa utilizar o Campeonato Baiano para dar jogo a peças que foram pouco utilizadas até aqui, como Nino, Ernando, Zeca, Ronaldo, Elton e Jadson, por exemplo, para citar alguns que não iniciaram jogos como titulares na primeira fase da temporada.

Eis um panorama dos jogadores que serão colocados à disposição de Roger Machado:

Com coletes vermelhos, temos jogadores que vieram do time de transição que já disputava o Campeonato Baiano, enquanto com coletes azuis temos garotos vindos diretamente da base.

Jogadores como Ignácio, Edson e Yuri já frequentam ou frequentaram o elenco principal e sua integração seria natural. Além deles, pelo que já mostrou na Série B do ano passado e no inicio de trajetória dele no inicio do ano no time de transição, também acho natural a incorporação de Ramón.

Outros nomes que chamam a atenção são os dos dois grandalhões centroavantes, Caique e Saldanha. Imagino que haja espaço para um deles treinar no time de cima, ainda que não consiga muitos minutos no time principal. Contudo, penso que, pelo menos um dos dois após o estadual deva ser emprestado para ganhar experiência.

Temos ali alguns jogadores que são muito comentados na base, como Borel, Thiago e Jeferson Douglas, além de um jovem jogador que surgiu lá no ABC e foi comprado pelo Corinthians: Fessin. Deste último se esperava muito, mas teve grave lesão ano passado. Vejamos como surge agora, na volta do futebol. Este periodo pode ser útil para analisar como estes jovens jogadores se saem nestas rodadas e se conseguem cavar um lugar em cima.

Como o próprio presidente falou, esse time, na disputa do Baiano, seria reforçado com jogadores menos utilizados do time de cima. Hoje, nosso elenco principal tem os seguintes jogadores:

Sem coletes, jogadores que foram titulares em pelo menos metade dos jogos (exceção feita à Rodriguinho, que chegou depois e será titular desse time). Vejam que há 12 jogadores sem coletes, até porque Élber foi um dos destaques da primeira parte da temporada e sinceramente não sei qual será a trinca do 4-2-3-1 de Roger. Temos, neste elenco, atletas que não jogaram (ou, para evitar uma falha da memória, praticamente não jogaram nessa temporada): Nino, Ernando, Elton e Marco Antônio. Outros, como Zeca, Jadson e Ronaldo, apenas entraram nos segundos tempos de alguns jogos. Daniel foi titular na primeira parte do inicio da temporada e Fernandão, além de ter iniciado um jogo no time de transição, entra praticamente em toda partida.

Feitas essas considerações, imagino que, exceção feita à Fernandão e Daniel, alguns dos demais jogadores possam ser aproveitados no Campeonato Baiano, para ganhar ritmo. É bem verdade que, como neste momento serão permitidas 5 substituições, essa utilização poderá ser minorada, já que será possível fazer uso de mais atletas nas partidas do Nordestão.

O fato é que, com a absorção do time de transição pela equipe de cima, e com  a subida de alguns atletas da base, o Bahia retornará à temporada com as seguintes opções (pelo menos até às 12hs do dia 16/07!):

Expectativas para o restante da temporada

O que esperar desse time para o resto da temporada. A pandemia embaralhou tudo e torna tudo muito imprevisível, mas creio que o Bahia tem chance de fazer uma boa figura no restante da temporada. Mas o que seria uma “boa figura”? Vou tentar explicar meu ponto de vista.

Penso que “boa figura”, no contexto atual do futebol brasileiro e sul-americano, pelo contexto do tamanho dos orçamentos e das estruturas do clube com relação aos rivais, seja lutar pra chegar numa semi-final ou, quem sabe, final de Sul-Americana, além de brigar o Brasileirão todo entre os 8 melhores times do campeonato.

Muito vão ler e pensar: como assim, brigar e chegar em 8º no campeonato pode ser bom? Explico. Analisando elencos, estruturas e orçamentos, vemos alguns times fortes, como Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Internacional e São Paulo. Além destes, o Atletico-MG se reforçou muito durante a pausa. Some-se a estes, o Atletico-PR, que vem mantendo uma base competitiva há anos. Só aí já temos 07 clubes fortes no cenário nacional. Destacaria, além destes, Santos e Corinthians, que apesar de mais bagunçados do que os mencionados acima, ainda tem ótimas estruturas e orçamentos superiores ao do Bahia. Não vejo, no curto prazo, o Bahia brigando com o primeiro grupo de times citados. Mas consigo enxergar uma briga com o restante, tendo o Atletico-MG ainda um pouco acima.

Creio que, brigar com times com estas estruturas e orçamentos seja algo digno, seja fazer uma boa figura.

Com relação à Sul-Americana, é mata-mata. Tem muitos fatores envolvidos, como sorteio, por exemplo. Mas vejo o Bahia em condições de competir, de buscar quartas-de-final, semi-finais ou, quem sabe, encaixando, até uma final. Qualquer um destes cenários já seria digno demais, na minha opinião.

Evito fazer previsões sobre a Copa do Nordeste, até porque é tudo muito imprevisível neste retorno. Imagino que o novo CT já apresente resultados neste momento de retorno, já que o grupo contou com uma ótima estrutura para fazer sua preparação para a volta do futebol. Mas creio que é complicado fazer previsões. Acho o Bahia favorito e, sem dúvidas, o time mais forte do campeonato. Mas não dá pra descartar a imprevisibilidade que esse retorno traz. Não sei há quanto tempo os outros times vem treinando. Fortaleza e Ceará, por exemplo, voltaram a jogar antes. Ate que ponto isso pode ajudar os rivais cearenses? O tempo dirá.

É isso. Esse é um longo resumo de como pensei e curti o Bahia nesse periodo de maior isolamento social. Agora é acompanhar o retorno e ver o que acontece.

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