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Torcedor relembra duelos contra o Inter em 89, curiosidades da época e diz: ‘a expectativa é enorme’

Notícia
Copa Libertadores, Entrevista
Publicada em 3 de abril de 2025 às 09:06 por Victor de Freitas
Walter Veiga esteve na final do Brasileirão de 88 e em jogo contra o Inter na Libertadores de 89; ele relembrou fatos e curiosidades da época
walter veiga, torcedor do bahia
Foto: Arquivo Pessoal

O Bahia vai reencontrar o Internacional na noite desta quarta-feira (3), no primeiro jogo da fase de grupos da Copa Libertadores. A história costuma colocar a equipe colorada justamente em momentos históricos do Esquadrão. Após 36 anos, o Tricolor retorna à competição continental e enfrenta novamente o time gaúcho.

Foi assim nas finais do Brasileirão de 88, com o bicampeonato do Bahia, e assim também em quatro ocasiões na Libertadores de 89, exatamente a última disputada pelo Tricolor antes da atual edição.

Na época, o Esquadrão vivia momentos de euforia pela conquista da segunda estrela nacional e retornaria à Libertadores após quase 30 anos – quando, inclusive, foi pioneiro entre os clubes brasileiros no torneio.

Em meio à fanática nação tricolor, estava Walter Veiga, que já havia ido à final do Brasileirão de 88 e, portanto, não poderia deixar de ir também apoiar o clube em uma disputa internacional, sendo acompanhado por seu pai, a quem agradece por ser torcedor tricolor.

Agradeço muito a meu pai, Walter Freitas Veiga, que além de me dar o norte e ter influenciado decisivamente para que eu fosse Bahia, pôde me levar naquela época e me acompanhou, afinal eu tinha 13 anos de idade, não tinha condição de ir sozinho”.

Ingresso de Bahia x Inter pela fase de grupos da Libertadores 89 (Foto: Arquivo Pessoal)

O reencontro do Bahia com o Internacional na Libertadores

Walter Veiga compareceu ao primeiro jogo entre Bahia e Internacional na Libertadores e guarda o ingresso até hoje.

Três décadas e meia depois, o retorno do Tricolor ao torneio acontece exatamente diante deste adversário, o que, para ele, mostra a força do destino.

“É a força do destino, impressionante, impressionante, 36 anos depois a história está sendo reescrita de uma forma impressionante. É a força do destino, porque naquele ano a gente travou muitas batalhas com o Inter, vencemos a guerra do Campeonato Brasileiro; dois dias depois da final do Campeonato Brasileiro, nós jogamos, caímos na mesma fase de grupo, dividindo com o Inter ali, mais dois concorrentes, vencemos na ida e na volta, e depois reencontramos o Inter nas quartas de final”.

Ele relembrou também o sentimento vivido pela torcida do Bahia nos jogos de ida e volta das quartas de final de 89.

“Então o primeiro jogo de ida foi em Porto Alegre, uma pressão absurda para o jogo, o Bahia era o carrasco do Internacional; eles conseguiram vencer o jogo pela diferença mínima, a gente trouxe o jogo de volta aqui para Fonte Nova, e a gente tinha um time muito capaz de vencer. Conhecia o Inter”.

A chuva como fator de dificuldade para o Bahia nas quartas contra o Internacional

Na luta pela vaga na semifinal, o Bahia decidiu a vaga em Salvador, na Fonte Nova, onde há poucos meses havia vencido o time colorado na final do Brasileirão e na fase de grupos da Libertadores.

Para Walter, a forte chuva que caiu em Salvador naquela ocasião foi determinante para que o Tricolor não conseguisse desenvolver seu melhor futebol e, dessa forma, terminou eliminado em casa.

“Eu tenho absoluta certeza para quem viveu aquela época, quem acompanhava e quem estava no estádio, que o Bahia era favorito para ganhar aqui. Mas infelizmente a gente viveu um dia de muita chuva, uma chuva intensa em Salvador. Naquela época não tinha essa comunicação, essa facilidade que a gente tem hoje, então você não sabia se ia ter jogo, se não ia ter jogo. Tanto que deu um pouco mais de 40 mil pessoas na Fonte Nova, que para aquela época era metade do estádio para um jogo desse tamanho, dessa envergadura. Então muita gente deixou de ir porque tinha dúvidas se o jogo aconteceria e pela própria dificuldade de deslocamento. E quando chega no estádio não tinha a mínima condição de jogo, não só pelo campo, as demarcações do campo não tinham as linhas. O juiz era Arnaldo César Coelho, que pediu para pintar o campo. As imagens estão disponíveis no YouTube, funcionários da Sudesb na época pintando a cal e delineando as marcas do campo que tinham saído em função do acúmulo de chuva”.

A busca por “revanche em 2025”

Nessa temporada, o clima é de revanche para a torcida, que deseja voltar a vencer o Inter na Libertadores depois da eliminação com empate na Fonte Nova.

“Obviamente o placar de 0 a 0 foi uma pena portanto ficou aquele gostinho de injustiça e quis o destino que a gente se reencontrasse agora 36 anos depois no mesmo estádio totalmente remodelado assim como nosso Esquadrão também. Então, a expectativa é enorme; quando a gente fala em revanche não é no sentido pejorativo, mas para um acerto de contas justos da história espero que seja assim”, afirma Walter Veiga.

Como era o clima de Libertadores em 89?

Há 36 anos, a Libertadores ainda era uma competição que gerava “mistério” para os torcedores tricolores. Walter falou também sobre o clima vivido pela torcida naquela época, na comparação com o que ocorre nos dias de hoje em que a Libertadores é uma unanimidade entre os torcedores de clubes que a disputam.

“Eu acho que é um pouco diferente essa questão do clima, né? Eu acho que hoje o futebol brasileiro ele dá uma atenção maior a Libertadores. Naquela época, a Libertadores era algo mais distante, não era uma realidade assim do como é hoje para o torcedor brasileiro. Era algo meio misterioso, eu me lembro muito dessa questão, eu me lembro a gente enfrentar um time de fora do Brasil, que hoje é muito comum, naquela época não era assim, ainda mais para a gente, que era um clube do Nordeste, com todas as dificuldades que a gente sabe regionais. O título brasileiro nos trouxe essa possibilidade de viver aquela sensação, que era uma sensação muito mais distante do que hoje. Hoje é algo mais natural, naquela época não. Então era um mistério, a gente não tinha muito conhecimento do time adversário como a gente tem hoje. A gente hoje entra, pesquisa e sabe até como o adversário joga, como ele vem e tal. Naquela época não, era um grande mistério, era um grande barato. Foi um momento muito rico, muito maravilhoso do nosso clube e eu posso dizer que é uma alegria absurda, lógico, dentro de um novo contexto a gente voltar a viver isso”.

O que o time de 2025 precisa ter na comparação com o Bahia de 88 e 89?

Uma pergunta muito complexa, porque são contextos completamente diferentes e que são muitos fatores aí que interferem na performance do time. Naquela época foi um Bahia muito valente, um Bahia muito guerreiro, uma safra da divisão de base excepcional e de um grupo de guerreiros com a batuta de um líder, de um treinador excepcional em termos de conhecimento técnico, tático, que foi Evaristo de Macedo para a conquista do bicampeonato, e a Libertadores foi uma consequência disso. Então, foi um feito que na época foi até assim muito desacreditado de como que a gente conseguiu fazer aquilo. Eu me lembro que o Internacional, somente o salário de Luiz Fernando, que era o meio campista habilidoso do Inter, era maior do que todo o salário de todo o elenco do Bahia Então era um time de guerreiros, com muito talento, e regido por Evaristo de Macedo. E, lógico, com a força da torcida. Time de guerreiros, a torcida acreditou, e ao longo da jornada a gente foi acreditando as coisas que foram acontecendo. Se a gente trouxer para a realidade agora do 2025 que a gente está vivendo, eu diria que a gente tem muito mais estrutura, a gente tem muito mais planejamento, a gente tem muito mais robustez financeira, e eu não tenho dúvida que ao longo do tempo a gente vai superar. Alcançar as conquistas do passado, e rapidamente superar. Mas se eu tiver que destacar, assim, o que esse grupo de 2025 precisa ter em relação ao de 89, raça e acreditar que dá. O resto, a torcida ajuda e a Bahia de Todos os Santos também. É isso”.

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