Torcida do Bahia justifica sua ida ao estádio

O Bahia perdia até os 32 minutos do segundo tempo, quando um gol contra terminou mudando a história do jogo, com Nilson completando o placar e acalmando a turma da arquibancada, que chegou a ensaiar algumas vaias e protestos contra a diretoria.

Todavia, apesar de tudo, o grande destaque do jogo ficou pela presença de torcedores na Fonte Nova.

Para uma pessoa “normal”, desperdiçar um domingo de tanto sol indo ao estádio com o objetivo de ver uma partida diante do Atlético de Alagoinhas, em um campeonato tão deficitário; é inadmissível.

Não para a Nação Tricolor. Só ela sabe o que é ir ao Octávio Mangabeira numa partida do Esquadrão de Aço. O que seria um prosaico jogo de futebol, transforma-se em terapia.

“Eu não tinha nada para fazer em casa. Além disso, não via o Bahia jogar desde o ano passado e já estava com saudades do meu time. Como moro perto daqui e sabia que o estádio não estaria cheio, vim para cá em cima da hora”, disse o estudante Armando Sanches Macedo.

“Sabia que não teríamos uma Fonte Nova lotada e trouxe meus filhos para assistir à partida. Me surpreendi com quase cinco mil torcedores, mas o ambiente foi bem tranqüilo, bem familiar. Tinham várias famílias aqui”, declarou o empresário Eugênio Dantas.

“Não tem nenhum campeonato bom para ver na televisão, está tudo sem graça. Prefiro ficar com o Baianão e vir para o estádio, que é onde me sinto bem”, afirmou o comerciante Carlos Alberto Fachi.

Um ponto comum nas justificativas dos torcedores era o tempo que o Tricolor não atuava na Fonte Nova (a última vez tinha sido em 13 de novembro de 2002, contra o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro). “Ver o Bahia jogando no estádio é uma obrigação e quando a equipe fica muito tempo sem atuar em casa, a saudade bate”, concluiu a estudante Mariana Leal.

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