Duas semanas após deixar o Fazendão, o agora ex-meia Ricardinho, 35, deu entrevista ao portal iG em que admitiu o que parte da Nação Tricolor já pregava ao longo do segundo semestre do ano passado: apesar de toda categoria individual, ele já não tinha condições físicas de continuar atuando em bom nível. Confira a entrevista com o hoje técnico do Paraná, onde iniciou no futebol e vai disputar a segunda divisão do Campeonato Paranaense, que começa em março:
Você tinha contrato com o Bahia até o final do ano. Quando decidiu abandonar a carreira?
Eu cheguei num momento que a cada temporada analisava se ainda valia a pena seguir jogando. Antes, eu pensava que até o final deste ano eu estaria tranquilo, com condições de jogar mais um dois anos. Mas comecei a ver que não era assim, já não me sentia tão bem. Ai veio este projeto do Paraná, da nova diretoria. Eles me convidaram, eu analisei e aceitei. Eu já tinha pensado nessa possibilidade de ser treinador, mesmo enquanto estava jogando. Mas não era algo para agora imediatamente. Esse projeto do Paraná adiantou as coisas.
Você pensou em jogar mais um tempo no Paraná antes de assumir como técnico ou até exercer as duas funções?
Até se chegou a comentar essa possibilidade de atuar ainda como jogador, mas acho que agregaria mais como treinador do que como jogador. Sabendo das minha condições atuais, achei melhor não tentar.
Deu tempo de estudar algo para ser técnico? Você pretende cursar algum curso ainda?
Acabou surgindo tudo muito rápido. Acho até que não é a situação ideal. Ao mesmo tempo o projeto e a necessidade ajudaram para isso. No últimos 20 anos, trabalhei com os melhores técnicos do Brasil. Acho que alguma coisa eu aprendi com eles. Eu fiz um estágio praticando. Não é o ideal e não vou parar por ai. Assim que tiver oportunidade, vou procurar somar conhecimentos.
Quem foi o melhor técnico com quem você trabalhou?
Não vou citar um apenas. Acho que o Rubens Minelli, no início da carreira, foi uma pessoa muito importante. Tive outros no decorrer da carreira: Vanderlei Luxemburgo, Paulo Autuori, Osvaldo Oliveira, Felipão….
Qual foi o melhor time que você jogou?
Acho que o Corinthians da década do final da década de 90. Depois, em 2002, com a chegada do Parreira agregou muito também. E, é claro, a seleção de 2002 também era um time sensacional.
Um dos técnico que você elogiou, o Luxemburgo, diz gostar de acumular não apenas a função de técnico do time. Ele acha importante o treinador ter poder nas contratações, decidir a grama do estádio, parcerias do clube. O que você acha? Pretende ser manager também?
Não, quero trabalhar na parte técnica, de campo. Em relação a isso, quero tomar as decisões, mas as outras áreas ficam com as pessoas responsáveis do clube. Não quero interferir nas negociações, na parte econômica.
O acerto com o Paraná para trabalhar como técnico representou também o fim da sua vida como jogador. Qual você acha que foi o maior acerto na sua carreira?
Acho que foi ter escolhido ser atleta profissional de futebol. Me realizei nessa profissão. Eu consegui vitórias, consegui tudo aquilo que um atleta profissional sonha. Joguei duas Copas do Mundo, joguei fora do Brasil. Ter escolhido essa profissão foi o ponto mais positivo.
E o que você se arrepende?
Todas as situações negativas me levaram a crescer. O negativo é que uma hora a gente tem que parar de jogar.
E o fato de ter sido eleito como jogador mais odiado do Brasil (em uma pesquisa da revista Placar). Isso lhe incomoda?
Não, eu nunca dei importância a isso. Não tive nenhum problema.
No São Paulo você chegou como grande estrela, mas acabou ficando pouco tempo. Por que não deu certo? Você acha que foi boicotado?
Acho que não. Acho que nunca levei em consideração. Não vencemos e por isso não deu certo. Se você pegar os números daquele time foram ótimos. Quando não ganha, surgem versões para tentar explicar as coisas.
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