A reportagem abaixo esteve na edição do dia 3 de agosto de 2000 do jornal A Tarde. Confira:
“Depois de cinco minutos de pânico geral, com a torcida tricolor vendo o barco naufragar, o Bahia deu a volta por cima e conseguiu reverter um resultado adverso. Mesmo sob as vaias de boa parte dos mais de 6 mil torcedores que compareceram à Fonte Nova, o time assegurou o seu primeiro triunfo na Copa João Havelange, desbancando o Atlético-PR, por 2×1.
O jogo foi fraco tecnicamente, porém os jogadores do Bahia souberam superar as adversidades com muita força de vontade e disposição, mesmo ainda demonstrando uma certa falta de ritmo e de conjunto.
A partida estava sendo disputada, no primeiro tempo, sem muita empolgação, mas com uma maior predominância do time baiano, que tomava as iniciativas do jogo e por várias vezes teve chances de abrir o marcador. Num desses lances, Jorge Wagner cobrou a falta e Valder cabeceou com perigo e logo depois Marcos Paulo fez uma linda jogada, driblando dois adversários, mas Dedé não conseguiu completar com sucesso, perdendo uma boa oportunidade.
Chances
O Bahia explorava os ataques por meio do lateral Filipe Alvim, que apesar de uma falha no início da partida, teve uma boa atuação, acertando um lindo chute de fora da área, para uma difícil defesa de Flávio. Capixaba também atuou bem e teve a chance de marcar o primeiro gol, chutando forte, mas para fora, no momento de pressão do time tricolor. O Atlético não conseguiu atacar com perigo, porque seus jogadores tentavam muitas jogadas de efeito e a marcação do Bahia chegava sempre rapidamente. O tricolor quase marca na cobrança de uma falta de Jorge Wagner e quando a bola estava indo para a direção do gol, Marcos Paulo tentou cabecear e não foi feliz.
O inferno astral do Bahia estava reservado para os 5 minutos finais do primeiro tempo, quando o time não se encontrou em campo e por pouco não saiu para o intervalo levando uma goleada. Num rápido contra-ataque, o jogador Kelly pegou a defesa tricolor totalmente desarrumada e com perfeição ele cruzou a bola rasteira e Jean não conseguiu cortar, com Perdigão aparecendo por trás para completar para o fundo do gol. A abertura do marcador deixou os jogadores do Bahia ainda mais nervosos e a conseqüência foi uma série de erros grotescos e o Atlético tendo chances de ampliar, com os atacantes do time paranaense perdendo chances incríveis, com o gol vazio e até acertando uma bola na trave.
Vaias
Para sorte do tricolor, o juiz apitou o final do primeiro tempo e, debaixo de muita vaia, a equipe desceu para o vestiário e retornou para o segundo tempo. Durante algum tempo a torcida chegou até a ensaiar um olé, quando a bola estava com os jogadores do Atlético, mas os atletas do Bahia não perderam a calma e com muita força de vontade e correria do ataque, Marcos Paulo e Dedé acabaram sendo dois protagonistas da virada, juntamente com Luís Carlos Capixaba, que fez o segundo gol do tricolor. A virada começou com uma bonita jogada do próprio Capixaba que cruzou para a área e Marcos Paulo ajeitou de cabeça para Dedé marcar, quase de carrinho.
Empolgados com o empate, os jogadores imprimiram um ritmo forte e partiram em busca de mais um gol, desta vez com o apoio da própria torcida que sentiu o cheiro de vitória no ar. Seis minutos depois de conseguir o primeiro gol, o ataque tricolor voltou a funcionar e numa jogada pela esquerda, Jefferson cruzou e novamente Marcos Paulo cabeceou, com o goleiro Flávio soltando a bola nos pés de Capixaba, que desempatou a partida. Com o placar a seu favor o Bahia ficou mais tranqüilo em campo e passou a tocar a bola com mais segurança. Administrando o resultado, o time acabou confirmando os seus três primeiros pontos na competição e mandando para longe do Fazendão uma nuvem de críticas que já rondavam o banco tricolor, ontem à noite, na Fonte Nova.”
FICHA TÉCNICA
Bahia 2×1 Atlético-PR
02/08, 20h30
Local – Fonte Nova, Salvador-BA.
Bahia – Emerson, Filipe Alvim, Jean, Valder e Jefferson; Wagner, Bebeto Campos, Luiz Carlos Capixaba (Fabrício Carvalho) e Jorge Wagner (Fábio Costa); Marcos Paulo e Dedé. Técnico – Evaristo de Macedo.
Atlético – Flávio, Everton, Reginaldo, Emerson e Fabiano; Luiz Carlos Goiano, Marcus Vinícius (Silvinho), Kleberson (Silas) e Kelly; Kléber (Reinaldo) e Perdigão. Técnico – Artur Neto.
Gols – Perdigão (41min do 1º) para o Atlético e Dedé (16 do 2º) e Capixaba (22 do 2º) para o Bahia.
Árbitro – Marco Antônio Colares Brasil
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