Novo treinador diz que ainda recebeu outro convite

O novo treinador do Bahia, Zetti, foi apresentado nesta sexta-feira e concedeu sua primeira entrevista coletiva no Fazendão. Confira:

“É uma alegria muito grande estar aqui em Salvador, poder defender as cores do Bahia, e com certeza, vou fazer de tudo, o possível e até o impossível, para devolver o Bahia à Primeira Divisão. Já estou a dois anos disputando a Série B, sei como funciona, a dificuldade de se chegar a uma final, tive a oportunidade de chegar com o Fortaleza, e já enfrentei o Bahia várias vezes, e sei quanto o que é difícil jogar contra o Bahia. Temos que fazer com que a Fonte Nova, a torcida, todos se unam para conseguirmos os resultados”.

“Trabalho não vai faltar, vou procurar fazer o melhor, usar todo o conhecimento que tenho, de 23 anos jogando e 4 anos como técnico. Me preparei para isso, estudei, tenho boas informações como é o futebol hoje, e vou procurar, sem dúvida, dentro do meu trabalho, fazer o melhor para o Bahia. Isso eu vou defender com muita vontade mesmo, espero que tenhamos esse sucesso para fazer a alegria desta imensa torcida do Bahia”.

Sai Hélio, entra Zetti, feliz coincidência?
“Futebol nunca é fácil. Você tem que ter uma condição de trabalho, o que o Bahia tem, uma estrutura fantástica, em todos os sentidos, e temos que dar continuidade. Ver quem tem condições, quem não tem, dentro da qualidade técnica dos atletas. O Bahia tem uma base, uma estrutura. Essa coincidência do Hélio ter saído do Fortaleza e agora do Bahia e eu estar ocupando o lugar dele, quem sabe é uma coincidência para eu voltar com o Bahia para a primeira divisão”.

Por que o Bahia?
“Eu saí do São Caetano no dia 17 de março, e fiquei exatamente um mês me informando sobre o futebol. Tive o convite concreto do Bahia e do Vila Nova, para entrar num projeto que eles estão desenvolvendo, e muita cogitação do Palmeiras e do São Paulo. Fiquei muito feliz em ter meu nome lembrado por duas grandes equipes da primeira divisão, numa condição excelente. Mas eu tive um interesse muito grande em voltar à Série B, de começar um trabalho no Bahia, e trazer o Bahia de volta à primeira divisão. Eu vou fazer o possível, o caminho é longo, precisamos de muitas vitórias para subir, derrotas vão acontecer também, mas eu espero poder trilhar o melhor caminho, fazer com que o grupo entenda que o futebol não é tão difícil, ele pode se tornar fácil, desde que a gente faça por merecer, buscando as vitórias”.

A indicação dos reforços
“Vamos aguardar. Vamos observar o time na estréia contra o Anapolina e, se for preciso, buscar jogadores se estiver ao alcance do clube. É claro que vamos conversar e buscar o melhor que estiver disponível no mercado, que pode ser muito útil para o Bahia”.

Comissão Técnica
“Eu trabalho há três anos com o preparador físico Fernando Moreno, que está aqui, e o auxiliar técnico é Marcos Biazotto, que não pôde estar presente mas vai ficar observando três adversários diretos nossos durante este fim de semana: o Guarani, a Portuguesa e o União Barbarense, para obter informações. Mas a integração da Comissão Técnica é o principal objetivo de todos que estão envolvidos. Desde o roupeiro, a parte da alimentação, até eu, que estou lá em cima, todos nós temos que estar numa integração muito forte, conversando bastante, e buscando a melhor solução para a equipe, que está em primeiro plano neste momento”.

Bahia x Anapolina – apenas observador?
“Eu vou estar lá de cima, observando, mas se eu sentir alguma necessidade e puder ajudar, com certeza irei fazê-lo. O objetivo maior é vencer este jogo e começar bem este campeonato, principalmente jogando dentro de casa. É muito importante vencer todos os jogos dentro de casa, isso não há dúvidas. E vencer fora de casa também, para um time que precisa chegar ao primeiro objetivo que é classificar entre os oito. Depois é outro campeonato”.

Preliminar – Bahia x Catuense
“Eu vou chegar um pouco antes em Feira de Santana para observar esse jogo, quero conhecer o elenco todo. É importante isso neste momento, que eu tenha o máximo de conhecimento do grupo para poder trabalhar a equipe durante a semana”.

A pressão da torcida
“Acho que a pressão em cima do Bahia vai ser grande, independente de ter vencido ou não o Estadual. O objetivo de subir para a Primeira Divisão é mais importante. Ninguém vai mais buscar esse resultado da perda do título, vai ficar apenas na memória de todos mas não vai adiantar ficar lamentando. Eu sou muito mais pelo lado positivo, de viver o momento, de buscar o que tem pela frente, que é subir para a Série A, e não tem outra alternativa”.

Emerson x Marcio
“Eu sou muito observador, mas não sou de participar muito dos treinamentos. Nós temos um profissional para fazer esse trabalho de treinamento dos goleiros, e quando posso dar uma opinião para tentar melhorar algum quesito do goleiro, de sua postura, com certeza vou participar. Acho que os próprios atletas se escalam. Não existem só os titulares, um goleiro titular, mas um grupo forte para superar o campeonato longo. Que todos estejam bem, principalmente o goleiro, que tem que estar bem, sempre, porque quando aparecer a oportunidade, tem que saber aproveitar. O maior problema dos goleiros é que só joga um”.

Esquema tático
“Eu sou flexível. No futebol temos que adaptar o esquema à característica do atleta. Não sou a favor de adotar um esquema e não abrir mão de nenhum outro. Pelos lugares que eu passei, já joguei com três, dois zagueiros, ala, três volantes, dois, às vezes a necessidade de um volante. Depende muito do que se tem em mãos. Às vezes você imagina uma e tem que mudar porque o adversário vem com uma formação diferente. É muito em função do momento”.

O futebol baiano
“Acho que aqui está uma das grandes minas do futebol que tem que ser explorada, e muito, que é a torcida. Um clube que tem uma média de público de 40, 50 mil pessoas, como eu vi no ano passado na Série B, é um clube que não pode ficar de fora de um Campeonato Brasileiro. O futebol da Bahia é forte e tem que saber lutar sempre pelo seu lugar na Primeira Divisão. Eu gosto disso, estou no Bahia realizando um desejo, uma vontade muito grande que era de trabalhar por aqui, até como atleta. Não tive oportunidade, vim para a Região Nordeste, para Recife, onde encerrei a carreira no Sport. Aqui é um grande filão que tem que ser explorado”.

O segredo no Fortaleza
“Acho que a maior qualidade, a maior virtude que eu encontrei no Fortaleza foi a união que aquele grupo teve durante três meses de trabalho. Um time vencedor é um time alegre. Todo time que chega numa final é um time que comemora bastante, que se abraça, que comprimenta todo mundo. Essa alegria tem que existir desde o início, ser verdadeira. E isso aconteceu no Fortaleza no ano passado. Um sentimento verdadeiro de todos para chegarmos à final. Aprendi isso como atleta em todos os clubes que eu passei, que venci, e tento passar hoje como comandante. Temos que ter alegria para jogar futebol, sinceridade. Ser honesto com tudo o que está acontecendo, transparente, para poder obter resultado”.

A inspiração como técnico
“Eu tenho Telê Santana como mestre, como professor. Eu trabalhei 428 jogos sob seu comando. Mas tinham coisas que eu não gostava, que não concordava nos seus treinamentos. Eu também gosto de Vanderlei Luxemburgo, Leão, Parreira, profissionais com quem trabalhei, mas tenho minha definição, minha maneira de pensar, agir. Isso vai muito da característica de cada um. Não dá pra você falar: eu procuro seguir aquele treinador. Você tem que ter a sua personalidade, sua maneira de pensar”.

O estilo de Zetti
“Eu sou um pouco de tudo, tem momento pra tudo. Você não precisa ser cara fechada, não precisa trabalhar com porrada, com voz de durão para impor alguma coisa. Você tem que ter respeito. O respeito é o mais importante de tudo isso. É como um filho. Eu não quero que um filho tenha medo de mim, mas quero que ele me respeite”.