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Nestor esclarece sobre liminar que adiou a eleição

Notícia
Historico
Publicada em 23 de julho de 2005 às 00:38 por Da Redação

Confira nota enviada por Nestor Mendes Jr. visando encerrar de uma vez por todas a polêmica em torno de sua candidatura à presidência:

“Diferente dos donos do Bahia, eu me sinto na obrigação de prestar contas e fazer esclarecimentos, porque sempre, em todos os meus 42 anos, fui transparente, honesto, sincero. Por isso vou detalhar para vocês, amigos, torcedores tricolores e a comunidade baiana, todo o curto processo dessa “eleição” para o Esporte Clube Bahia para que julguem e tirem suas próprias conclusões.

1- No dia 11 de julho foi anunciado que havia uma reunião prevista no Bahia para discutir as eleições. Depois, fomos informados que não houve a reunião e que as eleições seriam no dia 22 de julho.

2 – No dia 12, foi publicado o edital de convocação das eleições no Correio da Bahia e Tribuna da Bahia. Em reunião com amigos e pessoas que participam do movimento político pela democratização do clube, constatamos que estávamos diante de mais uma farsa: a oposição e a situação não apresentariam candidatos, e o pior presidente da história iria se vangloriar de que só ele tem coragem de assumir o Bahia. Na vacância do cargo, assumiria o presidente do Conselho Deliberativo.

3- No dia 13, realizamos várias reuniões e decidimos que iríamos denunciar a pantomima montada para mais uma vez enganar e iludir a grande torcida tricolor. Iríamos disputar o pleito para denunciar a fraude e revelar que o poder no Bahia é decidido por 300 conselheiros que não representam a torcida do Esporte Clube Bahia. Faltava somente o candidato.

4- No dia 14, depois de muitas conversas, à noite, resolvemos lançar o meu nome como candidato à Presidência do Bahia. Acreditávamos que através da força da torcida e da opinião pública poderíamos não só evidenciar a fraude como virar o jogo e vencer o pleito. Todos devem saber que organização não é o forte dos atuais dirigentes do Fazendão. Ainda nesse dia, fiz uma carta de demissão da Secretaria da Cultura e Turismo, para que a minha atitude não se misturasse com a política.

5- No dia 15, pela manhã, houve uma tentativa de reunião, solicitada por um amigo, com o conselheiro Paulo Maracajá, no Tribunal de Contas. Consultei algumas pessoas e declinei do convite porque ainda não era candidato formalizado e nem iria à sede do TCM tratar de assuntos relativos ao futebol. À tarde, fui para uma reunião com alguns amigos publicitários para decidir a estratégia eleitoral e produção de algumas poucas peças, já que a campanha era muito curta.

6- Ainda no dia 15, na agência de publicidade, com testemunhas, conversei pessoalmente, pela primeira vez, com o advogado Jamil Cabús, indicado por um amigo comum, para resolver um grave problema: embora tivesse adquirido um título patrimonial em 08 de julho de 2005, a direção do Esporte Clube Bahia negava publicamente que eu era sócio e não cobrava as mensalidades de associado, para caracterizar a minha inadimplência. Precisava, portanto, abrir uma ação consignatória para pagar as 12 mensalidades do meu título e de um liminar na Justiça que garantisse o meu direito de ser votado na eleição do dia 22. O advogado solicitou o edital de convocação e os estatutos do clube. Rapidamente ele constatou duas falhas: a convocação fora feita com 9 dias e os estatutos exigiam 10; e a reunião teria que ser extraordinária e não ordinária. Ponderamos que não queríamos questionar os erros de forma, mas garantir o nosso direito a formalizar a candidatura.

7 – No dia 18, segunda-feira, paguei, através de consignação, as mensalidades relativas a julho de 2004 a julho de 2005, na agência TRT do Banco do Brasil, em Nazaré.

8- No dia 19, pela manhã, tomei conhecimento, no escritório do advogado Jamil Cabús, do teor da petição, onde ele insistia em questionar o erro de prazo do edital, pedindo a suspensão da eleição assim como requerendo o meu direito de poder ser inscrito como candidato. Discordei do teor, mas ele argumentou que sem o pedido da suspensão da eleição, o juiz não concederia a liminar para que eu pudesse efetivamente ser candidato. Indaguei se poderia desistir da liminar se conseguisse a inscrição. Ele disse que sim.

9- No dia 20, no final da tarde, o advogado informou que a liminar era favorável, que ainda não tinha sido publicada, mas que suspendia as eleições e garantia o meu direito como sócio. Disse também que os serviços do cartório – publicação da sentença e expedição da intimação ao presidente do Esporte Clube Bahia – só começariam a partir das 14h, do dia seguinte, dia 21. Com oposição do advogado, assegurei que iria me inscrever na manhã de quinta-feira. E caso fosse aceita a minha inscrição, desistiria da ação – um direito que tenho, explícito no Código de Processo Civil.

10 – Ainda no final da noite de 20, quarta-feira, decidimos publicar, no dia seguinte, um anúncio cifrado nos Classificados de A Tarde, com o seguinte teor: “Passa-se grande fazenda Bahia, com 220.705 hectares com nove anos de prazo para pagamento, no distrito de Conselheiro Barradas, própria para maracujá e marmelo. Tratar Paulo ou Marcelo. (71) 4102-2103”. Para se entender mais rápido: 22.07.05 é a data da “eleição”; nove anos são os nove dias do edital viciado propositalmente; e o telefone representa o placar dos últimos jogos do tricolor.

11 – No dia 21, quinta-feira, às 10h, em companhia de amigos, estava na Sede de Praia do Bahia, na Boca do Rio, onde fiz a minha inscrição. O cheque com o qual havia pago o título patrimonial, em julho de 2004, estava cortado e, obviamente, não havia sido compensado. Por espontânea vontade, resgatei o cheque e paguei o título com dinheiro. Imediatamente, solicitei, formalmente, através de ofício, a relação dos conselheiros aptos a votar nas eleições. O funcionário do Bahia disse que a lista ainda ia ser feita. Após a formalização da candidatura, liguei para o advogado Jamil Cabús e determinei que desistisse da liminar. Ele declarou que isso só poderia ser feito à tarde, a partir das 14h, quando começava o expediente forense.

12 – Ainda no 21, às 13h, fui para uma entrevista na Rádio Cristal, em companhia de Rui Cordeiro. Por volta das 14h15 estava no escritório do advogado, no Edifício Citibank, no Comércio. Li o pedido de desistência da liminar e ele pediu que eu o assinasse para caracterizar ainda mais a desistência expressa da parte. Perguntei se precisava ir ao Fórum e ele assegurou que não.

13 – Saí do Comércio e fui ao Bradesco, agência Centro Empresarial Iguatemi. Depois fui registrar o classificado em A Tarde. A partir deste momento, percebi que os dois celulares estava estranhamente mudos – eles que não paravam de tocar nos últimos dias. Tentei ligar e eles não faziam as ligações. Ainda tinha que apanhar uns adesivos para o pleito de sexta-feira, mas saí de A Tarde e fui direto para um telefone fixo onde liguei para o advogado. Fiquei pasmo quando ele me disse que Marcelo Guimarães – pai e filho – Paulo Maracajá e a advogada do Bahia estavam no Fórum Ruy Barbosa, por volta das 15h, quando foi levada a desistência da liminar ao juiz Manoel Carneiro Bahia. Disse também que o presidente do Bahia já havia sido intimado – no próprio Fórum – e que o juiz havia se recusado a aceitar a desistência, porque também já havia deferido outra liminar, encaminhada por outra pessoa, pedindo a suspensão das eleições. Às 18h, no site oficial do Bahia, já constava a notícia.

14 – Essa é a cronologia dos fatos. Sabia que as minhas chances de ser eleito eram mínimas, mas acreditava que a torcida do Bahia, clamando por mudanças, poderia fazer a diferença. Nosso objetivo em si era mostrar que existia uma opção diferente do que aí está. Nosso propósito era chamar a atenção para a grave crise que se abate sobre o clube e que, sem a força dessa imensa e maravilhosa torcida, será difícil sair dela. Entrei na eleição para disputar e, se possível, ganhar. Com mais essa farsa, eles perderam a grande chance de até mesmo legitimar uma eleição não representativa, fazendo com que o torcedor – já tão humilhado e sofrido – vestisse de novo a camisa da esperança e reacendesse o seu fervor incomensurável. Volto a repetir: não foi eu, não foi a oposição, mas foi o Bahia quem mais uma vez perdeu.

Nestor Mendes Jr.”

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