Está mole para subir?

De Eliano Jorge, no jornal A Tarde desta quarta-feira:

“Pela tranqüilidade até aqui, pela empolgação da sua assídua torcida e por seus reforços emplacados, o Bahia espantou da edição de 2007 o estigma de crueldade que a Terceira Divisão ostenta.

Com a saída de clubes temíveis na etapa inicial, as quatro vagas ficam mais acessíveis. Porém, a competição não é a moleza que parece. Maratonas rodoviárias, estádios deploráveis, arbitragens ruins e adversários desconhecidos, por exemplo, ainda são ameaças.

Outro rival perigoso, talvez o principal, é o próprio Esquadrão de Aço, embalado pelo oba-oba que acompanha sua história.

Basta uma melhora do time para surgir o risco de se perder na ilusão. Aí, os problemas graves saem dos debates, junto com a oposição; a galera enche a Fonte Nova e financia seu sonho em parcelas.

Os entusiasmados de agora esquecem que ainda restam duas fases de quadrangulares e o octogonal final da Terceirona. Ou seja, no mínimo, mais 26 partidas. E é no finzinho dos campeonatos que o tricolor vem morrendo, após se inebriar com êxitos.

MUDANÇA – Na Série C anterior, a sensação de perigo era maior. Não só pela estréia tricolor nos porões do futebol brasileiro.

Impunham mais respeito o arqui-rival Vitória, Criciúma, América Mineiro, Ipatinga, Noroeste, Treze, Ferroviário e Barueri, até pelo momento que viviam.

Hoje, as maiores pedreiras levam os nomes de Guarani, América do Rio, Bragantino, Joinville, ABC, Atlético Goianiense, Vila Nova e Coruripe. Alguns decaíram em relação ao primeiro semestre.

Desmontado após o quarto lugar no Paulistão, o Braga reestruturou o time a ponto de ser líder de seu grupo. Campeões goianos após 19 anos, os atleticanos não seguraram todos os seus heróis, mas foram ponteiros na Terceirona. O rival Vila, de maior tradição, também se alojou no topo.

Passado mais glorioso possuem América e Guarani. Os rubros, donos de sete Estaduais e a Taça dos Campeões de 1982, reformularam a equipe. O Bugre, campeão nacional de 1978, acaba de ressuscitar da Segundona paulista.

Rebaixado no Catarinense de 2007, o Joinville deu a volta por cima. Assumiu a liderança da sua chave na Série C. Assim como o maior campeão estadual do País, com 49 Potiguares, o ABC, que perdeu apenas na estréia.

Bicampeão de Alagoas, o Coruripe venceu o Bahia na segunda fase de 2006, por 2 a 1. Na Fonte, perdeu pelo mesmo placar.

ALÍVIO – Sucumbiram na Série C equipes que poderiam amolar o Bahia. Dos quatro rebaixados da Segundona de 2006, dançaram Paysandu, do Pará, e São Raimundo, do Amazonas. Permanecem Vila Nova e Guarani.

Voaram ainda o paraense Ananindeua e o cearense Icasa, que deram trabalho ao tricolor, na temporada passada. Vice-campeão pernambucano, o Central também bateu asas. Paradas duras, o gaúcho Caxias, o paulista Noroeste e o paranaense ADAP/Galo se enfraqueceram e decepcionaram.

Dos 26 conhecidos campeões estaduais de 2007, 13 jogaram a Terceirona. E cinco já caíram fora: o Chapecoense, de Santa Catarina; o Paranavaí, do Paraná; o Cacerense, do Mato Grosso; o América, de Sergipe; e o River, do Piauí.

Sobreviveram o acreano Rio Branco, o amazonense Nacional, o paraibano Nacional de Patos, o potiguar ABC, o alagoano Coruripe, o capixaba Linhares, o Atlético Goianiense e o sul-mato-grossense Águia Negra.

Distrito Federal, Ceará e Mato Grosso viram suas duplas de representantes se despedirem. O quarteto goiano, os dois maranhenses e os dois paraibanos avançaram”.

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