De Nelson Barros Neto, no jornal A Tarde desta quinta-feira:
“`CABELO RASPADINHO´ ATÉ SEGUNDA DE CARNAVAL
A proximidade com o reinado de Momo, a partir de hoje, parece ter dado o empurrão que faltava para o presidente tricolor. Após quase um semestre de espera, segundo ele, não dá mais para protelar. A promessa de passar máquina zero na cabeça, caso o Bahia não subisse para a Série A no ano passado, finalmente vai sair. Palavra de político… deputado federal que ele também é. Mas a situação da equipe não está para brincadeira, como mostra o bate-papo abaixo permeado pelas polêmicas deste início de temporada e, claro, as demandas do sofrido e apaixonado torcedor. Some-se a isso a já tradicional dificuldade para encontrá-lo, de acordo com os próprios colegas de imprensa, e aí está:
Como foi o encontro com os representantes do Ajax e da Arena Amsterdã, na terça?
Foi bom, muito bom. Eles nos procuraram primeiro para falar sobre a Fonte Nova, mas evoluiu para outros assuntos, como uma parceria entre os clubes. Foi o primeiro encontro no Brasil. Eles almoçaram com a gente e visitaram as instalações do Bahia.
Parceria em que sentido?
A ideia envolve não só jogadores, como troca de tecnologias… Mandar treinadores da nossa base para lá e eles mandaram os deles para cá. E, claro, intercâmbio também de atletas. A tendência daí em diante é crescer cada vez mais. Estamos indo para a Holanda no dia 28, para ficar lá quatro dias. Iremos eu, Bárbara (gerente de marketing), Mota (Newton, coordenador da base) e Wellington Cerqueira (ex-diretor jurídico), além do presidente do Conselho (Ruy Accioly). Dois dias para conhecer como funciona a operação da arena, que terá um amistoso da Holanda contra os Estados Unidos, e outros dois para conhecer o Ajax, trocar experiências…
Ou seja, já era de uma vez por todas a história da Lusoarenas.
O Bahia está entrando definitivamente no projeto Fonte Nova. Não estamos mais negociando com a Lusoarenas. Estamos na fase de ver como o Bahia vai participar. Posso assegurar que, a partir da Copa de 2014, vamos jogar lá.
Mas e o Vitória? Vão dividir o estádio com eles, também?
Temos que ser os mais profissionais possíveis. A equação financeira é melhor com os dois lá. Mas é uma decisão que o Vitória ainda não tomou. Ainda há uma negociação do consórcio (OAS/Odebrecht) com o clube.
E essa fuga do público? A média tricolor é pior que a do próprio rival em Pituaçu… Algo inédito. Não é culpa do ingresso a R$30?
Aí é um conjunto de fatores. Acho que o preço é justo para o espetáculo. Qualquer show de axé nada contra o axé , mas qualquer um é muito mais caro. O preço do futebol é alto. A gente reconhece que quatro jogos no mês pode ficar pesado, mas tem uma demanda reprimida que pode encher o estádio, também. Acho que é pelo Carnaval, verão, resultados insatisfatórios, mas à medida que o time entre no eixo…
Até quando o torcedor vai esperar pelo novo plano de sócios, que respinga no público, pois dá direito à meia-entrada?
Prazo ainda não tem. Ainda hoje (ontem) conversei com o Duda Mendonça a respeito… Todos somos cobrados para que saia o mais rápido possível, não só a imprensa, como também o torcedor. Mas continuamos trabalhando.
Falta o quê? A convocação da assembleia geral (para a aguardada reforma do estatuto)?
O programa também está atrelado a ela, que vai acontecer, para definir esse assunto definitivamente. Mas podemos lançar explicando de maneira clara para o torcedor, até mesmo antes disso.
É verdade que, enquanto não sai, vocês não estão aceitando nem mesmo renovações?
Estamos aceitando. Se com algum torcedor aconteceu diferente, foi alguma falha que não pode acontecer.
E a promessa para o pessoal do blog Baêaminhaporra? Sai até dia 15, como eles publicaram no começo do ano, mesmo? (pelo acordo firmado em 7 de junho de 2009, se o time não subisse para a Série A, o presidente rasparia o cabelo)
Vai ter, vai ter (risos). Acabaram até de ligar… Vamos cumprir, sim. Foi uma brincadeira, mas vamos cumprir.
Outro tema delicado, digamos assim, foi a cobrança pública e até firme do ministro Geddel, seu correligionário e candidato ao governo do Estado, na última segunda, pelo twitter…
Ele é torcedor. Sempe me cobrou, também fora do twitter, assim como outros torcedores . Não atrapalha em nada a relação que a gente tem, político-partidária. Continuamos com uma relação fraternal. Ele tem todo o direito de cobrar. Tenho convicção de que a gente precisa tomar um rumo no campeonato. Agora, em relação a esse protesto da Revolução Tricolor (não voto para presidente do Bahia, não voto para deputado na eleição), eles têm todo o direito, mas acho que estão exagerando. Primeiro, em misturar política com futebol. É sabido que me elegi três vezes antes do Bahia. E acho também que é um protesto injusto, porque já levei uma proposta (de reforma do estatuto) que é democrática… Uma coisa é isso, outra é impor sua vontade, como eles parecem querer. Conversei com muita gente e cheguei a uma proposta viável. O que a RT quer, é o que ela acha melhor. Então, não vamos chegar a consenso nenhum. A proposta pode até ser questionada, mas ela avança bem mais que o estatuto atual.
Entendo…
Quero até dar um exemplo. O presidente Lula, já que estamos falando de política e futebol, passou 20 anos pregando uma coisa, e quando ele chegou ao poder, viu que era absolutamente diferente. Ele viu que dava para fazer o possível. É essa minha atitude em relação ao Bahia. Fora isso, acho que é ruim para o clube. Quando você sente a responsabilidade, você percebe que faz o que dá pra fazer.”
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.