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Editor da Globo: Baêa luta até o fim para não cair

Notícia
Historico
Publicada em 22 de agosto de 2011 às 16:20 por Da Redação

Com um texto intitulado “Insensato Brasileirão”, usando a recém-encerrada novela para brincar com o `perde e ganha` do campeonato, o jornalista Gustavo Poli –editor do Globoesporte.com— fez nesta segunda-feira um balanço do primeiro turno… e arriscou previsões para a parte final do torneio. Leia abaixo o trecho em que ele fala sobre o Tricolor de Aço e, na sequência, o restante do post que se encontra em seu blog “Coluna Dois” do site global. Você concorda?

“14º – BAHIA – O time dos bad boys é, como se esperava, irregular. Acende aqui, apaga acolá – e traz dor-de-cabeça full-time para Mastermind Renê Simões – que vai cortando um dobrado atrás do outro. Renê conseguiu organizar ao time – mas algum azar e pecadilhos defensivos tem roubado pontos importantes do tricolor baiano. Se Jobson e Carlos Alberto resolverem esquecer as confusões (um grande, incrível, imenso, gigantesco, siderúrgico SE) – o time escapa da degola. Até porque, na reta final, a torcida vai apoiar de forma intensa.

Destaque individual: Jobson, o bom.

Decepção: Jobson, o mau.

O que precisa: menos Olodum.

Bola de cristal: Briga pra não cair até o fim”

CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA (a versão original pode ser vista aqui)

“Falta uma única, humilde e solitária rodada para o fim do primeiro turno do Brasileirão 2011. E o caminho está repleto de cadáveres cristalinos – bolas de cristal em pedaços, cacos, estilhaços. Profetas que perderam o emprego já se aquecem como matemáticos. Antes do campeonato, Santos, Cruzeiro e Grêmio eram considerados candidatos ao titulo. Corinthians e Flamengo eram encarados com desconfiança. O Botafogo prometia brigar pra não cair. Ʌ pelo visto não aconteceu nada disso.

Nem precisamos ir tão longe. Há duas semanas, Fla e Timão ameaçavam abrir vantagem. Em menos de três dias tomaram chá de humildade súbita – em doses servidas pelo Dragão no Engenhao e pelo Figueira no Pacaembu. O mesmo amargo chá que tomamos agora, nós, candidatos a dizer o que vai acontecer amanhã. Pois esse é nosso exercício – analisar e tentar prever cenários. O gol, diria o futurólogo experiente, é como a realidade – um detalhe.

Mas, falando sério… divertido e imprevisível – eis o Insensato Brasileirão 2011. Equilibrado como sempre, divertido como nunca. Pode ser que vejamos um alazão desgarrar na frente – a partir de agora… ou daqui a pouco. Mas, por ora, 18 rodadas depois, temos apenas a criação de castas. Você arrisca chutar quem vai ser campeão daqui a 20 rodadas?

De quem muito se esperava, muito temos recebido. Ronaldinho tem comido a bola. Neymar, apesar da fase do Santos, vem jogando demais. Damião confirmando seu talento. Mas ainda faltam duas estrelas: Luís Fabiano… e Adriano. Será que eles farão diferença?

Bolas de cristal do mundo, uni-vos. Hoje, aqui e agora… tentaremos responder as indóceis questões que se apresentam. Quem é quem? De onde viemos? Para onde vamos? Vamos olhar com lupa e de perto a Série A – afiando o chutômetro cristalino. Onde está seu time? Que ladeira ele sobe? Ou desce? Confira aqui, hoje, agora… e abaixo:

NA UTI

20 – AMÉRICA-MG – Apesar de alguns bons valores experientes como Alessandro e Kempes e da melhoria defensiva com William Rocha e Micao… o Coelho respira por aparelhos. E sua missão é muito ingrata. A contratação do técnico Givanildo trouxe alguma estabilidade – mas pra sair da degola o Coelho vai precisar buscar algo como 32 pontos em 20 rodadas. Levando em conta que obteve apenas 13 até agora… muita prece será necessária. O time terá 10 jogos em casa… e seria bom que vencesse uns oito ou nove. Parece fácil para um time que só ganhou duas até agora?

Destaque individual: Rodriguinho.

Decepção: A torcida, pior média da Série A.

O que precisa: de um milagre.

Bola de cristal: Ele não virá.

19 – AVAÍ – Por mais que brigue, o time é fraco. O ataque liderado pelo incansável William sofreu com as saídas de Marquinhos e Julinho, que reduziram a criatividade do time a quase zero. A esperança é a chegada de Lincoln – e a fé da torcida avaiana– que tenta ver luz no fim do túnel de binóculos. O time ganhou apenas três vezes em 18 partidas – sendo uma vitória apenas em casa (sobre o líder Corinthians). Se quiser ficar na Série A em 2012… algo ali como 30 pontos são necessários. E um treinador.

Destaque individual: William.

Decepção: A venda de jogadores-chave.

O que precisa: de oração.

Bola de cristal: Série B em 2011.

UNIDADE SEMI-INTENSIVA

18 – ATLÉTICO-MG – Um monte de bons jogadores, nenhum time. O Galo é provavelmente o pior custo/benefício do Brasil. Hoje pouca gente lembra que o time começou o campeonato com duas vitórias. Nas 16 rodadas seguintes… só venceu mais duas vezes. Jogadores de ponta como Guilherme, Dudu Cearense, Rever, Daniel Carvalho e Richarlysson continuam devendo e a coleção de orangotangos aumenta. André chegou marcando gols – mas ainda não se firmou. Cuca foi convocado como bombeiro – missão que já exerceu no Fluminense – mas já perdeu três seguidas (quatro se contar a Sul-Americana). O time precisa de paciência e de ganhar urgentemente. Próximo jogo no Brasileirão: ah, moleza – o clássico contra o Cruzeiro.

Destaque individual: Renan Ribeiro.

Decepção: Guilherme.

O que precisa: De arruda.

Bola de cristal: Briga até o fim pra não cair.

17 – ATLÉTICO-PR – Apesar da recuperação recente – e da confiança com Renato Gaúcho, o início do time foi tão ruim que ele permanece em terapia intensiva. O time demorou onze rodadas para conseguir sua primeira vitória (agora tem quatro) – mas o empate contra o Coelho foi uma daquelas duchas de água gélida. O Furacão vinha reconquistando a Arena da Baixada. O time melhorou – Cléber Santana e Marcinho encontraram o futebol perdido – e a defesa se ajeitou na base da força de Manoel e Fabrício. Mas… entregar dois pontos para o lanterna em casa – depois de fazer 2 a 0… é convidar o drama. Em 20 jogos, o Furacão precisa conquistar 30 pontos. Não será fácil.

Destaque individual: Marcinho.

Decepção: Paulo Baier.

O que precisa: Ganhar em casa.

Bola de cristal: Briga até o fim pra não cair.

16 – GRÊMIO – A chegada de Celso Roth trouxe aquele volantismo-de-contenção necessário ao Grêmio. Menos fanfarra, mais substância. Mas, depois de dois bons resultados, duas derrotas fora-de-casa jogaram o Imortal pra perto da indesejada das gentes. Com Douglas, o poder ofensivo do time cresce – mas ainda é carente. O Gre-Nal pode ser um divisor de águas .

Destaque individual: Fábio Rochemback.

Decepção: Victor.

O que precisa: de ataque.

Bola de cristal: Escapa da queda ali pela 34a rodada.

RESPIRANDO SEM APARELHOS

15 – SANTOS – Com dois jogos a menos, ambos em casa, é bem possível que o Santos isole o fantasma rebaixador em breve. Neymar continua jogando em alto nível e Ganso dá os primeiros sinais de recuperação. A vitória sobre o Bahia traz algum alivio – embora não tenha sido exatamente justa. É natural o inconsciente relaxamento do time. Os jogadores correm, tentam se empenhar – mas no fundo da alma lembram que aquele que pode ser o jogo mais importante de suas vidas chega em dezembro. Imagine uma contusão… e tal. É uma missão difícil para Muricy – mas o Peixe precisa se safar antes que o drama vire realmente um drama – e comece a atrapalhar o Projeto Tóquio. O time ainda tem 22 jogos a fazer – e precisa de algo como 27 pontos. Nove vitórias para este Santos… não deve ser problema.

Destaque individual: Neymar.

Decepção: Ganso.

O que precisa: Duas ou três vitórias.

Bola de cristal: Folga em novembro.

14 – BAHIA… já acima

13 – CEARÁ – A carroça desembestada tem nome e se chama Osvaldo. O veloz e habilidoso atacante inferniza defesas de norte e sul e foi o grande destaque do Vovô até aqui. Mas o time de Vagner Mancini tem sérios problemas defensivos – e tem sofrido com isso. Tem sabido se valer do Presidente Vargas – e pode chegar na Sul-Americana se mantiver o ritmo. Nas últimas partidas, Thiago Humberto começou a jogar bem – e Marcelo Nicácio também. A derrota para o Cruzeiro foi injusta… e algo polêmica.

Destaque individual: Osvaldo.

Decepção: a saída de Iarley.

O que precisa: Acertar a zaga.

Bola de cristal: Tenta vaga na Sul-americana.

12 – ATLÉTICO-GO – Começou mal, mas nunca deixou de brigar. Com Hélio dos Anjos, o Dragão derrubou a invencibilidade do Flamengo e se afastou um pouco do Z-4. Anselmo, Diego Campos e um meio-campo operário fazem do time um osso duro de roer mesmo quando joga fora. Ainda assim, as limitações do elenco são grandes. O time já ganhou seis vezes – e se, nos próximos 20 jogos, ganhar mais seis (e empatar quatro ou cinco)… deve escapar da degola.

Destaque individual: Anselmo.

Decepção: Felipe.

O que precisa: Ganhar em casa.

Bola de cristal: Briga pra não cair até o fim.

SUL-AMERICANA FEELINGS

11 – CRUZEIRO – Apontado como favorito no início do certame, o Cruzeiro foi destroçado pela derrota em casa na Libertadores. Começou o Brasileiro de forma sofrível – e só não está pior graças a uma sequencia de seis vitórias em sete jogos logo após a chegada de Joel Santana. Quando pareceu que ia brigar em cima, perdeu quatro seguidas. E pior – perdeu seus dois melhores atacantes… e anda escalando as vezes de Reis, Anselmo Ramon e Ortigoza para tentar furar as redes adversárias. Papai Joel não é um treinador muito ofensivo – mas com esse ataque… nem a OTAN. E de quebra agora perdeu o zagueiro Gil.

Destaque individual: Montillo, apesar da inconstância.

Decepção: o ataque.

O que precisa: soluções ofensivas.

Bola de cristal: Chega na Sul-americana.

10 – CORITIBA – A ressaca da Copa do Brasil demorou um pouco a passar, mas o técnico Marcelo Oliveira recuperou a moral da equipe e conseguiu encaixar bons jogos. Recuperou Tcheco e o talentoso Leonardo, que apareceu muito bem no Paraná e não vingou no Flamengo por causa de lesões – e ainda tem Bill, Anderson Aquino e Marcos Aurélio para perturbar as zagas alheias.

Destaque individual: Rafinha.

Decepção: o início ruim.

O que precisa: de lateral esquerdo.

Bola de cristal: Briga pela Sul-americana.

8 – FIGUEIRENSE – Jorginho moldou um time que marca de forma implacável e consistente. O time é competitivo – e coletivamente ofusca a falta de talento. O ataque ganhou punch com a entrada de Júlio César – e o perigo do rebaixamento parece afastado. Os experientes Wilson e Túlio lideram um time que tem os rodados Édson e João Paulo na zaga – e algum talento como os laterais Bruno e Juninho… e o paraguaio Wilson Pittoni.

Destaque individual: Juninho.

Decepção: Reinaldo.

O que precisa: Atacantes.

Bola de cristal: Briga pela Sul-americana.

ASPIRANTES

9 – FLUMINENSE – Abel Braga tem cinco atacantes de alto nível (Fred, He-Man, Ciro, Rafael Sóbis e Martinuccio) – mas só dois podem jogar. No meio, porém, tem Deco (que pouco joga), Souza (que não é armador)… e agora o jovem Lanzini (que fez dois bons jogos). Se Lanzini cumprir o que prometeu nesses jogos, o Flu pode galgar lazarônicos parâmetros. Os laterais são bons (embora Carlinhos seja irregular) e os volantes são decentes. Se Fred voltar a jogar bem… também ajuda.

Destaque individual: Rafael Moura.

Decepção: A venda de Conca.

O que precisa: Achar um time.

Bola de cristal: Briga por Libertadores.

7 – INTERNACIONAL – Damião é teu pastor e gol não te faltará – mas talvez falte velocidade. O ataque das duas torres (Jô e Damião) fica monotemático – dependente dos laterais e de cruzamentos. A volta de Oscar pode melhorar o poderio ofensivo – mas bons meias o time já tem em Andrezinho e D’Alessandro. O grande problema é ausência de Zé Roberto – o único “segundo” atacante genuíno da equipe. A chegada de Dorival Junior injetou motivação – num time que, se encaixar uma arrancada, pode sonhar até com o título.

Destaque individual: Leandro Damião.

Decepção: Rafael Sóbis.

O que precisa: de Zé Roberto de volta.

Bola de cristal: Briga por Libertadores.

6 – PALMEIRAS – Felipão tem ordenhado pedra. O time do Palmeiras joga o mais lindo futebol Scolari – marca demais, é eficiente na bola alta ofensiva… e toma pouquíssimos gols (13 até agora, melhor defesa). Não joga bonito – pois seu meio-campo, quando Valdívia não joga, é um Saara mental. Mas… joga duro e sério. E, apesar da seca de gols, Kleber sempre incomoda na frente.

Destaque individual: Luan.

Decepção: As lesões de Valdívia.

O que precisa: que Valdivia jogue.

Bola de cristal: Briga por Libertadores.

CANDIDATOS

5 – BOTAFOGO – Caio Junior acertou o time ao longo do campeonato – mas só encaixou de verdade quando Elkeson e Cortes jogaram juntos – criando um lado esquerdo habilidoso e incisivo. O meio é muito forte com Renato e Marcelo Mattos – e o horizonte do time vai depender de Maicosuel que, depois de um início muito ruim, começou a melhorar. A defesa é boa e Jefferson, no gol, continua seguro. As Loco Abreu, que só jogou quatro vezes, faz muita falta quando não joga.

Destaque individual: Elkeson.

Decepção: Maicosuel.

O que precisa: De reserva para Loco.

Bola de cristal: Briga pela Libertadores, talvez algo mais se tiver sorte.

3- SÃO PAULO – Tudo depende de Luís Fabiano… e da defesa. Adilson Batpista conta com um bom zagueiro – Rhodolfo. Os outros… são inconstantes. Se Luís Fabiano voltar jogando bem – o time passa a ter um “desequilibrador” para jogar ao lado dos ótimos Dagoberto e Lucas. Casemiro, que no início do campeonato jogou muito, também deve melhorar o meio-campo. O elenco é ótimo – e poucos times tem tantos bons jogadores. Pode brigar no topo se acertar a retaguarda.

Destaque individual: Dagoberto.

Decepção: A ausência de Luís Fabiano.

O que precisa: Acertar a defesa.

Bola de cristal: Briga pelo título até o fim.

4 – VASCO – O time é consistente – mas só vai manter pegada e animação se estiver perto da briga pela taça. Pra isso, Ricardo Gomes vai ter que encontrar velocidade. O Vasco joga melhor fora-de-casa do que dentro – porque tem ótimo contra-ataque quando Éder Luís está inteiro. Contra o Fluminense foi evidente o bagaço do velocista cruz-maltino já no início do segundo tempo. E não há outro corredor no elenco (Leandro está voltando a jogar razoavelmente agora). O treinador já percebeu que Felipe e Juninho não podem jogar juntos – e que a lateral-esquerda é um pepino a descascar.

Destaque individual: Dedé.

Decepção: A lateral esquerda.

O que precisa: De motivação.

Bola de cristal: Briga pelo título, mas não leva.

2 – FLAMENGO – Ronaldinho Gaúcho voltou a jogar futebol de alto nível – e vem levando o time nas costas jogando o fino. Depois de amargar empates em série, o time encaixou vitórias… até reduzir a marcha, no fim do turno. Ganhou no fim do Coritiba – e depois empatou duas e perdeu a primeira. Ainda assim – um turno com apenas uma derrota é excelente marca. A sequencia de jogos, porém, cobrou a conta: Aírton e Thiago Neves. A defesa deve melhorar com Alex Silva – e os laterais têm jogado bem, especialmente Júnior César. A falta de um matador nato – dada a fase de Deivid – pode ser a principal fraqueza do time.

Destaque individual: Ronaldinho Gaúcho.

Decepção: Wellinton.

O que precisa: Perder menos pontos bobos.

Bola de cristal: Briga pelo título até o fim.

1 – CORINTHIANS – Interrogação começa com I… de Imperador. Como voltará Adriano a jogar? Se jogar à vera… o Corinthians pode acelerar na briga de cima. Mas, mesmo sem o atacante, o time já é forte. A queda na metade final do segundo turno teve a ver com lesões e jogos seguidos – algo que abateu o Flamengo mais recentemente. A perda de Fábio Santos, que vinha bem, foi grande. Mas com William, Jorge Henrique, Danilo e Alex jogando muito bem – o Corinthians tem bola pra ir longe. Não terá vida fácil contra o Palmeiras, porém.

Destaque individual: Danilo.

Decepção: Renan.

O que precisa: De reservas defensivos.

Bola de cristal: Briga pelo titulo até o fim”.

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