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É chegada a hora de mudar a história

Notícia
Historico
Publicada em 14 de outubro de 2007 às 05:06 por Da Redação

O Bahia nunca enfrentou o Crac. Mesmo assim, tem um tabu a quebrar sob o sol escaldante das três e meia da tarde – culpa tanto do Horário de Verão quanto da estréia da Seleção nas Eliminatórias da Copa, às seis.

Verdade que as todas as oportunidades anteriores foram longe de casa, porém jamais o time largou com o pé direito quando esteve a um passo de subir de divisão. Contra o “Leão do Sul”, na estréia do octogonal decisivo da Série C, será a quarta tentativa.

Na primeira, a derrota de 3 a 2 para o Vila Nova, em Goiânia, mostrou que aquele quadrangular final da Segundona de 99 não seria nada fácil. Pior ainda com o goleiro Alex Guimarães, unanimidade entre torcida e imprensa como o pior da história do clube, defendendo a meta tricolor.

Para completar, o árbitro gaúcho Fabiano Gonçalves anulou um gol legítimo da equipe. De cabeça, o desengonçado centroavante Luiz Cláudio mandou para as redes, mas o juizão alegou ter sido com a mão.

E o lance aconteceu nos acréscimos, para desespero do então técnico Joel Santana. Antes, o já falecido lateral-direito Clébson abriu o placar, Kal Baiano e Túlio viraram, o “pitbull” Uéslei ainda empatou, entretanto Luciano acertou o ângulo, de fora da área, e decretou o triunfo alvirrubro.

Cino temporadas depois, em Taguatinga, os comandados do hoje rubro-negro Vadão levaram 2 a 1 do Brasiliense, também por uma reta de chegada de Série B, e começaram a derrocada de um time que tinha tudo para voltar à elite. Quando o baixinho Renna marcou, no dia 6 de novembro de 2004, era tarde demais. Iranildo e Fabrício já haviam arriscado de longe, e o arqueiro Márcio aceitado.

Filme que se repetiu na Terceira Divisão do ano passado. Em 8 de outubro de 2006, na cidade de Criciúma, a formação mandada a campo por Charles Fabian sofreu 1 a 0 dos anfitriões e deixou o emprego do jovem treinador por um fio.

Logo aos 9, Fernandinho cruzou e o mosqueteiro Athos não teve piedade de Darci. Descontrolado, o volante tricolor Leandro Leite recebeu o cartão vermelho aos 18.

Na metade do octogonal, o Esquadrão já se encontrava em maus lençóis. À espera de um milagre que, naquela ocasião, não veio.

TÍTULO – Agora, é chegada a hora de mudar a escrita. Até porque (como diria o técnico Arturzinho), tanto sofrimento e angústia, misturado em seguida com felicidade e agradecimentos na Igreja do Bonfim, graças ao gol aos 50 do segundo tempo diante do Fast, não pode ter sido à toa.

Porque de nada valerá o carrinho salvador de Charles, no último domingo, se o Bahia não conseguir o acesso. Só assim ele desbancará a fuzilada de canhota de Raudinei, sobre um arqui-rival já em êxtase, no rol de salvadores da pátria do Fazendão.

Este valeu um título: o do Estadual de 1994. Aquele, por enquanto, apenas uma improvável classificação.

Mas a torcida torce para que, também aí, a história mude. Nem os fãs de Raudinei vão reclamar.

Outro motivo dos mais pertinentes para se buscar – de qualquer maneira – o triunfo reside na tabela da fase decisiva. Passado o jogo das 15h30, o tricolor encara dois compromissos consecutivos fora de Salvador.

Na próxima quinta, visita o tradicional Vila Nova, único remanescente dos rebaixados da Série B, no Serra Dourada. E domingo pega o ABC, no apertado Frasqueirão. Octávio Mangabeira novamente só na quarta-feira, 24, noite em que recebe o desconhecido e piauiense Barras.

DEFINIDO – Após uma semana inteira de preparação, iniciada com o discurso de “linha-dura” para o elenco, Arturzinho tratou de mexer na equipe. “Só quero trabalhar com quem vai doar sangue e suor pelo Bahia. Aqueles que não estão dispostos vão ficar pelo caminho”, disse.

Serão quatro as alterações na escalação que enfrenta o Crac, em relação à que encontrou as maiores dificuldades do mundo para aplicar 1 a 0 no Fast. Titulares, o zagueiro Alison e o volante Fausto retornam de suspensão. Saem Emerson e Marcone.

Para fechar a conta, Danilo e Cléber dão lugar a Inho e Elias, por opção do treinador. Criação no meio-campo renovada.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste domingo 14/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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