Não é bem direto do túnel do tempo, mas já deu para bater saudade. Fora da elite do futebol nacional há quase três anos e meio, o Bahia não pisa no gramado do Maracanã desde o dia 7 de agosto de 2003.
Na oportunidade, válida pela 24ª rodada do Brasileirão daquela temporada, o clube sofreu a sua segunda maior goleada na história do certame. Começava ali a descarrilhar rumo ao rebaixamento.
Com três gols do capetinha Edílson, o tricolor levou 6 a 0 do Flamengo e fez o técnico Evaristo de Macedo, desmotivado, entregar o cargo. A crise se instalou no Fazendão. Torcedores foram ao aeroporto protestar. Setores da diretoria chegaram a culpar os atletas.
Artilheiro da equipe, o atacante Nonato desabafou: “Estou há cinco anos no Bahia e nunca vi o time tão mal assim”. Estreante da noite, o lateral-esquerdo Possato acrescentou à imprensa: “Ninguém se olhava, ninguém se falava em campo. A apatia estava no rosto de cada um dos jogadores”.
BICAMPEÃO Mas nem sempre foi assim. Colocadas numa balança, as recordações positivas superam em muito as negativas. Com folga, aliás.
É que não tem como falar dos dois títulos nacionais do Esquadrão sem mencionar o maior do mundo. Foi lá, no Estádio Jornalista Mário Filho, que o Bahia venceu o famoso Santos de Pelé na finalíssima da Taça Brasil de 1959, além de ter dado o primeiro passo parachegar à decisão da Copa União de 88, justamente diante do Fluminense, adversário de amanhã.
Nem fale. Se for para lembrar daquela época, vou chorar, velho…, disse Bobô, autor de um dos gols do triunfo de 2 a 1 sobre o Flu em fevereiro de 89, no jogo de volta das semifinais, na Fonte Nova. Na ida, apesar do empate em 0 a 0, o tricolor já havia se apresentado melhor. Quem garante é o ex-camisa 8: Talvez tenha sido uma das nossas melhores partidas. Mesmo com casa cheia, fomos os donos do jogo. Eu, por exemplo, perdi duas excelentes chances de marcar.
Capitão da equipe campeã em 29 de março de 1960, dia do 411° aniversário de Salvador, Leone se orgulha: O time do Bahia era um esquadrão de aço mesmo. Respeitava os oponentes, mas não temia ninguém. Hoje morando na cidade de Araruama/RJ, embora reconheça que o Maracanã tem um charme todo especial, não dá tremedeira a ninguém.
O ponta-direita Marito, companheiro da épica conquista, concorda que não se deve superestimar o estádio. Dentro de campo, você esquece a torcida. Eu, que já tinha jogado em Wembley, ia me assustar com o Maracanã?, sentencia.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quarta-feira (18) do suplemento A Tarde Esporte Clube
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