O Bahia tenta, depois de quatro anos, voltar a conquistar a Taça Estado da Bahia. O maior destaque daquela geração que chegou ao título do torneio ao bater o arqui-rival (que contava com atletas como Juninho, Adailton, Alcides, Leilton, Gilmar e Nádson) era o atacante Marcelo Nicácio, artilheiro da competição e torcedor declarado do Esquadrão de Aço. Fazia inclusive parte da banda de uma torcida organizada que embalava os jogos na Fonte Nova.
Em 2003, a torcida clamava pela utilização dos garotos no time principal, principalmente após um vexatório nono lugar no Campeonato Baiano, e aí não teve jeito: os juniores foram subindo para os profissionais e ganhando posição. Porém a torcida tricolor ao mesmo tempo que no início incentiva os pratas-da-casa, parece ter pouca paciência com os recém-promovidos quando estes assumem uma condição de titular.
O maior problema da transição é exatamente esse: a necessidade de lidar com a pressão externa, quase ausente nas competições da base. Talvez sentindo essa pressão, a grande maioria destes jogadores passou a ser criticada pela torcida, especialmente depois de dois rebaixamentos. Sendo assim, daquela safra promissora de quatro temporadas atrás, restou apenas um único representante para contar história. Confira as suas trajetórias:
Márcio: o goleiro subiu aos profissionais durante o ano de 2003 e se destacou muito nas partidas em que teve chance de atuar, caindo nas graças da torcida. Em 2004 ganhou a posição de Emerson e teve um grande ano, mas desde aquele fatídico jogo contra o Brasiliense passou a lidar com críticas, principalmente após a ida de Emerson para o Vitória. No início de 2006 pediu para sair do clube insatisfeito com a cobrança. Depois de um tempo parado foi para o Fortaleza e acabou dispensado da equipe que viria a cair para a Série B.
Fabiano: o lateral chegou a ser titular durante o Brasileiro de 2003. Depois do rebaixamento, foi emprestado ao Botafogo da Paraíba e desapareceu.
Gustavo Castro: o zagueiro teve poucas chances no profissional do Bahia, já rodou por clubes do interior do Estado e, em 2005, fez parte da campanha que levou o Bahia à Série C. Hoje está no Votoraty, time do interior paulista.
Luiz Fernando: o beque chegou a ser titular do Bahia no Brasileiro de 2003, principalmente na época de Evaristo de Macedo, depois caiu no ostracismo até ser dispensado.
Bruno: o ala canhoto foi titular no Brasileiro de 2004, na quase volta do Bahia à elite. Ganhou a simpatia da torcida tricolor tão rápido quanto conheceu a ira. Sem espaço no clube, foi emprestado à Ponte Preta e se destacou no Brasileiro de 2005. Em 2006 foi para o Sport e conseguiu subir para a Série A.
Neto Apolônio: o volante virou titular em 2003 e se manteve como tal durante 3 anos, não importando o técnico que assumisse o comando. Sua determinação tática era elogiada por técnicos e torcedores, até que atuações ruins no rebaixamento para a Série C prejudicaram a sua imagem com a torcida. Algumas atitudes suas de cobrança de atrasados fizeram com que fosse descartado pela diretoria. Acabou emprestado ao Bragantino para a disputa do Campeonato Paulista, e depois foi dispensado.
Cícero: o meio-campista sempre foi muito criticado pela torcida principalmente pela sua lentidão em campo. Mas foi titular com muitos técnicos que passaram pelo Bahia, desde 2003. Depois do rebaixamento para a Série C, foi negociado com o Figueirense e se tornou um dos grandes destaques da Série A, na premiação da CBF, foi eleito terceiro melhor meia-direita do campeonato.
Luiz Alberto: foi titular várias vezes desde 2003, contava inclusive com o apoio da torcida pelo seu estilo de jogo aguerrido, mas foi justamente essa sua característica que fez com que as críticas aparecessem graças a seguidas expulsões em momentos importantes. Depois do rebaixamento para a Série C, foi para o Oriente Médio e voltou para disputar a Série C. Em 2006 sofreu com seguidas lesões que atrapalharam a sua continuidade no time titular. É o único campeão que ainda permanece no Bahia.
Danilo: era o mais habilidoso daquela geração, se tivesse a cabeça no lugar seria com certeza um grande ídolo para a massa tricolor, mas seguidos casos de indisciplina fizeram com que o meia vivesse um caso de amor e ódio com a torcida. Durante a Série B de 2004 foi negociado com o Internacional de Porto Alegre, onde se destacou pelos mesmos motivos, habilidade e indisciplina. Em seguida foi vendido para o futebol japonês e atualmente é destaque do futebol mexicano, no Cruz Azul.
Gilberto: o atacante tinha destaque naquele time, mas nunca conseguiu muita oportunidade na equipe profissional, rodando por alguns clubes como Camaçari e ASA de Arapiraca. Fez parte da campanha que levou o Votoraty em 2006 à Série A 3 do campeonato paulista.
Marcelo Nicácio: foi artilheiro da Taça Estado e chegou inclusive à Seleção Brasileira Sub-20 que disputou o Pan-Americano de 2003. Contava com todo apoio da torcida, mas depois de muitas atuações improdutivas passou a ser motivo de piada e acabou sendo negociado com o futebol grego. Em 2006, parece estar dando a volta por cima, depois de ser artilheiro da Segundona Paulista, com 24 gols, jogando pelo Votoraty, Nicácio chamou a atenção do São Paulo e pode ser aproveitado pelo Campeão brasileiro na próxima temporada.
Glauciano: o frente-de-zaga era reserva desse time e nunca conseguiu se firmar nos profissionais, acabando dispensado.
Paulinho: era reserva de Fabiano, nos profissionais chegou a cair nas graças da torcida, que sempre gritava seu nome na época em que o técnico Vadão preferia o criticado lateral Neném. Mas depois de assumir a posição de titular, passou a ser duramente criticado principalmente depois de ter protagonizado o lamentável episódio André Cunha, ficando com fama de chorão. Após o rebaixamento para a Série C, foi negociado com o Juventus de São Paulo.
Marquinhos Alagoano: era reserva daquela equipe, porém foi fundamental na virada do Tricolor na final da Taça Estado contra o Vitória. Foi o grande destaque do Bahia na Copa São Paulo de 2003, mas inexplicavelmente nunca teve chance nos profissionais. Viveu uma boa fase no Mogi-Mirim, em 2006.
Neto Potiguar: foi destaque do Bahia na Copa São Paulo de 2003, equipe que só não se classificou porque enfrentou o Palmeiras de Vagner Love na primeira fase e, mesmo empatando em pontos com o Verdão, acabou eliminado pelo saldo de gols. Foi o grande destaque do Bahia na Série B de 2004 e grande xodó da torcida até a fase final da competição, quando seu futebol desapareceu e passou a ser duramente criticado. Depois de passagem pelo futebol japonês e pelo São Caetano, disputou a Série B pelo Marília, em 2006.
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