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Colunista compara dupla BA-Vi a doentes terminais

Notícia
Historico
Publicada em 9 de setembro de 2005 às 14:12 por Da Redação

Confira abaixo o último texto publicado pelo colunista Oscar Paris em seu “Gol de Placa”, inserido na edição desta sexta-feira do jornal A Tarde:

“ÉTICA, SUICÍDIO E EUTANÁSIA

Manter o sopro de vida a qualquer custo, mesmo que isso signifique deixar a pessoa por anos e anos em estado vegetativo, respirando por aparelhos e alimentando-se por sondas, ou abreviar o sofrimento do paciente e de seus familiares permitindo que a natureza aja por si só?

Este, talvez, seja o principal questionamento da Bioética, ciência que propõe o debate do ponto de vista prático e ao mesmo tempo humanista, baseado nos princípios da justiça, autonomia e beneficência. O que isso tem a ver com futebol? Eu explico.

Bahia e Vitória entrarão amanhã à tarde na sala de cirurgia. Trata-se de uma operação delicada e que, tudo indica, deve deixar seqüelas. Os pacientes, como sabemos, não apresentaram melhora que garanta sucesso em intervenção tão incisiva.

E mesmo que saiam vivos da operação devem ficar, por um longo período, com sérios problemas de locomoção, além de possível perda de identidade. Estes pacientes tendem a viver das lembranças do passado, com dificuldades em se adaptar à nova realidade.

Nos casos de reincidência os sintomas são ainda mais evidentes, inclusive com uma forte sensação de abandono. Não são raras as vezes em que pacientes terminais acabam esquecidos nas unidades de saúde.

Na melhor das hipóteses, a dupla Ba-Vi pode deixar a UTI em cadeiras de roda e permanecer seis ou sete meses na fisioterapia até poder andar com as próprias pernas. Não existe previsão de recuperação total, e o risco de recaída não está descartado.

Como a enfermidade é contagiosa, durante a longa recuperação, os especialistas sugerem isolamento total. Mas o que mais aflige a equipe multidisciplinar é a clara tendência ao suicídio, uma vez que ambos atentaram contra a própria vida em várias ocasiões, inclusive quando estavam em casa, cercados por amigos e familiares.

Agora, se nossos pacientes conseguirem driblar a morte, a recuperação lenta e gradual exige a retirada das células cancerígenas que, há anos, estão alojadas no cérebro. Deixar do jeito que está é o mesmo que decretar a eutanásia.

E essa é uma discussão que passa pela Bioética, nunca pela cabeça dos que são apaixonados pelo bom futebol”.

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