De Herbem Gramacho, no jornal A Tarde desta quinta-feira:
“Já pensou o que é trabalhar em uma empresa, sair, precisar fazer um acordo para receber o que é de direito e, no fim de tudo isso, receber cheques que logo depois serão sustados pelo patrão? Esta dura e inesperada realidade faz parte do cotidiano de quem treinou o Bahia nos últimos anos.
Quem cansa de confiar na palavra dos dirigentes, recorre à Justiça. Vadão, treinador durante toda a temporada 2004, tem audiência marcada com o clube para o próximo mês de junho. Hélio dos Anjos, de passagem rápida em 2005, teve audiência anteontem.
O próximo da lista é Charles Fabian, técnico durante parte do Estadual e da Série C, em 2006.
SETE ANOS Atacante da geração do título brasileiro de 1988, a trajetória de Charles no futebol está atrelada ao Bahia. Foi também artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1990, com a camisa tricolor.
Após parar de jogar, foi no Fazendão que ele deu os primeiros passos para a carreira atual de treinador. Foi técnico dos juvenis, juniores e auxiliar técnico dos profissionais, até ser efetivado como treinador. Ao todo, trabalhou sete anos no clube, até outubro do ano passado, quando foi demitido.
Ao sair, Charles foi para o interior de São Paulo treinar o Votoraty, e fez um acordo com a diretoria tricolor. Receberia o pagamento em dez cheques de R$ 4 mil cada. Um acordo de cavalheiros.
Mas o alívio virou dor de cabeça. Logo depois, os cheques foram sustados. Até hoje, o ex-treinador não consegue sacar o dinheiro.
Procurado pela reportagem, Charles conta, da sua casa em Itapetinga, que se vê forçado a entrar na Justiça contra o clube. Você faria o quê no meu lugar? É o jeito, já tentei depositar o cheque várias vezes e volta, justifica.
O ex-artilheiro tricolor também se mostra chateado porque nenhum diretor do clube o procura para tentar uma solução efetiva. O Bahia deve, não paga e empurra com a barriga há seis meses.
Charles conta que foi solicitado a aguardar até o final do Campeonato Baiano e teria a situação regularizada. Até ali, ainda testava a própria paciência, tentando entender a difícil situação financeira do Esquadrão.
Mas nem a renda dos dois Ba-Vis de casa cheia realizados na Fonte Nova que, somadas, totalizam R$ 562.153,30, fizeram o Bahia quitar o débito de R$ 40 mil. Agora, promete entrar com recurso para pedir a execução judicial.
O presidente Petrônio Barradas, também procurado por A Tarde Esporte Clube, não foi localizado até o início da noite de ontem”.
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