Publicada ontem à noite, a matéria abaixo é do jornalista Vítor Rocha, do portal A Tarde On Line. Vale a pena conferir:
“O Bahia iniciou a campanha na Série B com o pé esquerdo. A estréia foi no dia 24 de abril, contra o São Raimundo, na Fonte Nova. O resultado (2 x 2), foi uma decepção para a torcida que marcou presença e esperava uma vitória larga contra o fraco time amazonense, que ainda abriu dois gols de vantagem. A derrota no segundo jogo para a Portuguesa de Desportos, no Canindé, fez o time ficar entre os últimos na tabela e abalou a convicção dos torcedores.
As facções organizadas recepcionaram a delegação com uma chuva de pipocas no aeroporto. O Fazendão e a Fonte Nova foram transformados em palcos de protestos, com gritos pedindo a renúncia do presidente Marcelo Guimarães e faixas afixadas de cabeça para baixo. A vitória para o Marília em casa na terceira rodada, não foi suficiente para o time respirar na tabela. Uma nova derrota longe de Salvador para o Ceará (2 x 1 de virada), fez com que os protestos se intensificassem.
Torcedores vestidos de palhaços receberam os jogadores no aeroporto. A saída encontrada por Vadão para aliviar a pressão da torcida foi uma reunião com os líderes das organizadas. A comissão técnica atendeu ao pedidos dos torcedores: afastou Valdomiro. Ele acabaria voltando a participar de alguns jogos, mas logo foi emprestado ao Flamengo.
Valdomiro foi apenas um de uma longa lista de atletas dispensados por Vadão. Alberoni chegou como grande promessa, mas só jogou amistosos e rescindiu o contrato de cinco anos com clube. Marcão era da confiança do treinador, mas não marcou os gols que a equipe tanto precisava e foi rifado. O atacante Daniel Mendes seguiu a mesma trilha. O volante Galeano prometia dar experiência ao jovem elenco tricolor, mas acabou no Figueirense.
Ao mesmo tempo em que negociava as contratações de reforços como Selmir, Renna, Rodriguinho e Robert, o Bahia iniciava sua recuperação na Série B. O marco desta recuperação foi a primeira vitória como visitante 3 x 1 sobre o América/RN, pela sexta rodada, precedida por triunfos em casa sobre América/MG e Marília/SP.
Vadão foi arrumando o time e formando uma base que se manteve até o final do campeonato. Da equipe que estreou, apenas cinco permaneceram como titulares. Foram eles o goleiro Márcio, o zagueiro Leonardo, o lateral esquerdo Bruno e os meias Henrique e Neto. O meia Robert chegou no decorrer da competição e assumiu a posição de líder do grupo e maestro do time. O atacante Neto Potiguar, revelado pelas categorias de base, transformou-se na grande revelação e no artilheiro do clube na competição.
Ascensão
Depois de um tropeço contra o Santo André dentro de casa, quando empatou sem gols com o campeão da Copa do Brasil, o Tricolor iniciou uma seqüência de seis vitórias seguidas. Começou vencendo o Ituano, em São Paulo, por 2 x 1, e depois bateu o CRB na Fonte Nova por 3 x 1. Embalado, contou com a sorte para derrotar o Sport por 1 x 0 em plena Ilha do Retiro, num jogo em que os pernambucanos acertaram as traves de Márcio em quatro ocasiões. O Super Homem fugia definitivamente da Criptonita, e ainda derrotou Londrina/PR (2 x 0) e Remo/PA (1 x 0).
A goleada por 4 x 1 sobre o Joinville levou o Bahia para a ponta da tabela pela primeira vez na competição. A essa altura, o time já havia selado a paz com a torcida. A liderança perdida na rodada seguinte foi recuperada depois de um triunfo sobre o então líder, o Náutico (3 x 1), em partida que marcou a quebra do recorde de público do torneio, com mais de 53 mil pagantes na Fonte Nova. Na segunda fase, um novo confronto com o Timbu garantiu o maior público até agora das três Séries do Campeonato, com 59.900 pagantes.
O Bahia foi o primeiro time a garantir a classificação para o quadrangular semifinal. A condição de líder deu tranqüilidade à comissão técnica, que escalou o time reserva na última rodada, quando acabou sendo derrotado pelo Anapolina/GO (2 x 0). A liderança escapou e o Tricolor fechou a primeira fase na terceira posição, atrás de Brasiliense e Náutico.
Na segunda fase, o Bahia mostrou sua força. Estreou com uma vitória de 1 x 0 fora de casa contra o Marília e na seqüência derrotou Avaí pelo mesmo placar. O Náutico também caiu de 1 x 0 para o maior público do campeonato. Com nove pontos ganhos e praticamente classificado para a fase decisiva, o Bahia levou a maior goleada do ano contra o próprio Náutico: 4 x 1, nos Aflitos. A recuperação veio em seguida, com um empate fora de casa com o Avaí e uma goleada de 4 x 1 contra o Marília, na Fonte. Com os 14 pontos somados, o Tricolor baiano obteve a melhor campanha da fase entre os dois grupos.
O quadrangular final não começou bem para o Bahia, que foi derrotado na estréia contra o Brasiliense, por 2 x 1, em Taguatinga. O pior não foi a derrota, mas o fraco futebol que o time, armado em um defensivo esquema 3-5-2, apresentou. O empate por 1 x 1 com o Avaí, em plena Fonte Nova, deixou o Tricolor na lanterna. O time redimiu-se com uma vitória por 2 x 0 sobre o Fortaleza, mas empatou no confronto de volta, na capital cearense.
O Bahia embarcou para Santa Catarina sabendo que só precisava do empate com o Avaí para levar para a Fonte Nova a decisão da vaga. A equipe chegou a dominar o primeiro tempo da partida contra o Avaí, mas não suportou a pressão no segundo tempo e acabou perdendo por 2 x 0, para a alegria do tenista Gustavo Kuerten, presente à Ressacada.
A derrota deixou o Tricolor com a obrigação de ganhar do Brasiliense e na dependência do resultado do outro jogo, entre Fortaleza e Avaí. Faltou experiência para garantir a chance de subir para a Série A. Agora, só no ano que vem…”
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