O tricolor Freddy Adu foi tema de uma longa reportagem especial na edição deste sábado do diário Lance!, o maior jornal de esportes do Brasil. O texto, dos repórteres André Santos e Felipe Sbardella, destacou as “chances de sucesso dentro e fora dos gramados” do atleta no país. Porém, o tempo passa e o técnico Joel Santana quase não lhe dá oportunidades… Confira:
“Que tal contratar um bom jogador para reforçar o elenco e ainda lucrar com sua imagem? Esse é o caminho que alguns times seguiram em busca do sucesso: Botafogo com Seedorf; Coritiba com Alex; Corinthians com Pato. O Bahia também tem esse projeto em mente, com o ganês naturalizado americano Freddy Adu, de 23 anos, que foi comparado a Pelé quando tinha apenas 14 anos.
No momento, a situação financeira do Bahia é boa (nota da Redação: boa???). E ainda há um patrocínio com valores superiores ao da OAS, patrocinador master do clube, por vir. Assim como alguns projetos visando explorar a imagem de Freddy Adu, como o lançamento de produtos licenciados.
Porém, o clube ainda espera um momento mais propício. O americano jogou apenas duas partidas, como reserva, e ainda está se adaptando ao futebol brasileiro.
Eu estou adorando o Brasil, porque as pessoas são muito especiais e felizes aqui. Todos te cumprimentam na rua, conversam, são educados, e, especialmente quando você é um jogador de futebol, todo mundo quer vir falar com você. A adaptação está indo bem garantiu o meia-atacante.
Com a palavra, Sacha Mamede, Diretor de Marketing do Bahia:
– A gente tem um projeto de lançar produtos licenciados com o Freddy, mas estamos aguardando ele se firmar dentro de campo para lançá-los num momento mais proveitoso. Existem esses projetos, mas estamos esperando, pois estamos num momento ruim dentro de campo. Falta só uma atmosfera melhor. Se pudesse aliar o futebol dele à sua imagem, seria a melhor coisa do mundo. Mas, a princípio, ele veio para o Bahia por causa da questão técnica, de seu futebol.
Bate-Bola com Freddy Adu
O que te fez aceitar a proposta de vir para o Brasil e jogar no Bahia?
Eu não estava bem no meu clube e surgiu esta proposta de atuar no Brasil, um país que domina o futebol. Eu sempre quis jogar aqui. Então eu fiz uma pesquisa, procurei saber sobre o país e o Bahia, e eu gostei muito do que vi. Então eu decidir vir para cá.
Você já conhecia o Brasil?
Eu só conhecia pelo o que ouvia. É a minha primeira vez aqui. Eu estou adorando o Brasil, porque as pessoas são muito especiais e felizes aqui. Todo mundo te cumprimenta na rua, conversa, são educadas neste aspecto e, especialmente quando você é um jogador de futebol, todo mundo quer vir falar com você. A adaptação está indo bem, porque como eu já joguei no Benfica, eu falo um pouco de português, e isso facilita.
O português que você aprendeu lá é suficiente para se comunicar com os companheiros?
Eu falo um pouquinho de português sim (falando em português). Mas o importante é você saber os termos usados no futebol. Eu entendia melhor do que eu falava. Agora que estou começando a falar melhor, já que estou aqui há dois meses.
E com o Joel Santana você fala em português também, ou ele se arrisca no inglês?
Joel Santana (risos). Ele às vezes tenta falar em inglês comigo, mas eu não entendo nada (risos). Mas eu gosto dele, é muito engraçado. Ele adora contar piadas o tempo todo.
Você já havia jogado com o Neto, lateral-direito do Bahia, certo?
Eu já joguei com o Neto no Aris, da Grécia. Ele é um jogador muito bom e experiente. Tem me dado muito ajuda quando preciso. Inclusive, foi ele quem deu a assistência para o meu primeiro gol no Áris.
Você gostaria que isso se repetisse no Bahia?
Isso seria ótimo (risos). Mas, eu não me importo em marcar muitos gols. Minha preocupação sempre é de ajudar o time que eu jogo, a prioridade é o coletivo.
Você falou com ele ante de vir para o Bahia?
Não, na verdade eu conversei com o Felipe Melo, porque eu estive com ele no Galatasaray, da Turquia (ele fez uma intertemporada de duas semanas no clube no início deste ano). Eu perguntei pra ele sobre o futebol daqui, o trabalho, como eram os treinos, e ele me disse para seguir a minha vontade, que seria muito bom para mim jogar aqui, que eu me encaixaria fácil aqui. Também me falou sobre o clube, que é um time importante e que tinha uma torcida grande.
Você acha que tem o estilo de jogo dos brasileiros por causa da facilidade com dribles?
Mas é claro (risos). Eu sempre vejo brasileiros atuando, meus ídolos no futebol são o Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Eu adoro o jeito brasileiro de jogar, o jogo bonito. Quando eu decidi vir para o Bahia, também me deixou animado esta oportunidade de jogar num país que é a referência no esporte.
Você já vê as diferenças para os outros países?
Sim, é muito grande a diferença para os outros países onde joguei. Lá a fora há uma grande preocupação com a defesa, enquanto aqui, se joga sempre visando o ataque, e é dessa maneira que eu gosto de jogar futebol.
Você estava na estreia da Arena Fonte Nova (vitória do Vitória por 5 a 1)?
Assisti. Como eu não podia jogar ainda, eu acompanhei das arquibancadas.
E o que você achou do clima do novo estádio e dos torcedores?
Foi fantástico. Os torcedores do Bahia e do Vitória são muito apaixonados e incentivam bastante os times. O jogo se torna empolgante. Estou muito ansioso para sentir isso de dentro do campo.
Você está ansioso para ter uma oportunidade entre os titulares?
Sim, a gente nunca sabe o que vai acontecer, temos que esperar sempre a oportunidade. Eu estou preparado para atuar desde o início da partida, mas não vejo problema em ficar no banco e entrar no segundo tempo. O que importa é ajudar o time a vencer.
Você falou bem das torcidas. Você vê semelhança com os torcedores daqui e da Turquia?
Sim, os torcedores brasileiros e turcos são muito parecidos. Os dois são apaixonadíssimos por futebol e pelos seus clubes. Idolatram jogadores, ficam muito tristes quando perdem e comemoram muito as vitórias.
Jogar no Bahia pode te ajudar a voltar à Seleção e disputar a Copa do Mundo que será aqui?
Na verdade eu não estou pensando nisso. Eu estou no Bahia e meu foco está todo voltado para o clube, em ir bem aqui. Então, eu não estou pensando no meu futebol em lugar algum que não seja no Bahia.
Você chegou a ser comparado com Pelé no seu começo de carreira, mas não chegou ao patamar que muitos esperavam.
Eu tenho 23 anos agora. Eu não sou triste por não ter virado um Pelé. Eu era muito novo quando comparavam. Meu foco está todo no Bahia agora. Eu sei que se eu me concentrar aqui vou poder jogar bem e crescer no futebol. Quem sabe me tornar um grande nome.
Você acha que a pressão te atrapalhou?
Era muita pressão. Eu não queria ser comparado a Pelé, até porque Pelé é o Pelé, e eu era muito novo, tinha apenas 14 anos. Todo mundo queria me ver marcando três gols toda partida, o que impossível para qualquer um. Não há dúvidas que isso me atrapalhou. Mas agora eu estou mais maduro e menos pressionado. Estou confiante em mostrar meu futebol aqui no Brasil.
E você tem alguma relação com o Pelé?
Não tenho nenhuma relação com Pelé. Quando eu era adolescente, me comparavam a ele, nós nos encontrávamos às vezes, conversávamos, até por essa situação. Mas eu já não falo com ele tem alguns anos.”
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