Há exatos 30 anos, o Bahia conquistava a tão celebrada e invejada Segunda Estrela. Três décadas se passaram, mas o simbolismo daquela conquista segue inabalado, sobretudo para aqueles que presenciaram a campanha tricolor até o troféu mais desejado do país em 1988.
Com o aniversário de 30 anos da conquista do bicampeonato, memórias de tricolores que tiveram o prazer de testemunhar o maior título de um clube nordestino ficam ainda mais vivas. E merecem ser expressadas.
Memórias de torcedores como Walter Veiga. Hoje com 43 anos, ele era um adolescente que já havia se confirmado como torcedor do Esquadrão ao longo da década de 80. Em conversa com o ecbahia.com, o tricolor contou lembranças de momentos que nem o tempo é capaz de fazer com que sejam esquecidas.
Apesar da juventude e pouca experiência na época, Walter guardou recordações que hoje, três décadas depois, poucos possuem. Ingressos de jogos do Brasileirão de 88, autógrafos, recortes, capas de jornais, revistas e, principalmente, momentos vividos nas arquibancadas.
“Eu tinha 13 anos. A esta altura, já era fanático pelo Bahia e acompanhava todos os jogos. Mesmo quando não ia ao estádio, ouvia no rádio ou assistia na TV quando passava”.
Lembranças do campeonato: na Fonte Nova ou no radinho, foi só alegria!
“Me lembro muito bem do campeonato de 88. O Vasco foi o vencedor dos dois turnos e deu a vaga do segundo turno para o Bahia porque havíamos feito a melhor campanha somando os pontos dos dois turnos. Na penúltima rodada, no jogo entre Santa Cruz e Bahia, eu viajei com meu pai para Recife. Fizemos 1 a 0, mas tomamos a virada no Arruda. E o jogo do Vasco a gente tentou ouvir no hotel, mas o rádio queimou (risos). Só no dia seguinte tomamos conhecimento que o Bahia havia se classificado”.
“Vieram as oitavas de finais e fui para Bahia e Sport, na Fonte Nova. E este jogo contra o Sport foi o mais difícil de todos. Foi dificílimo. O Bahia empatou em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. Neste momento, minha expectativa pelo título e meu envolvimento era tão grande que eu resolvi guardar o ingresso deste jogo. Eu fiquei p*** por não ter ido para o jogo contra o Fluminense, mas fiquei muito feliz por ter ido para a decisão. Na final, meu pai se apressou para comprar os ingressos para a partida de ida. Me lembro muito bem deste dia. Fui cercado de muita alegria e expectativa. Deu tudo certo. Em momento algum ficamos apreensivos, mesmo vencendo de virada. Guardei e tenho até hoje este ingresso. Para mim, é uma relíquia que eu guardo e sempre tive vontade de publicar”.
Momento que mais marcou:
“Foi um campeonato histórico, marcado por momentos inesquecíveis. Tendo que escolher o mais marcante, fico com a final em Porto Alegre-RS. Até hoje tenho muito viva na memória a imagem de Dulcídio Wanderley Boschilia levantando as mãos e decretando a conquista de um grande sonho. Inesquecível”.
Quando acreditou que, de fato, o Bahia poderia ser campeão?
“Sem dúvida após a virada contra o Fluminense na Fonte Nova. Ali foi nossa afirmação como candidato real ao título. O torcedor abraçou o time, quebrou o recorde histórico de público da Fonte Nova e saiu com a certeza que estávamos vivos na briga pelo bicampeonato”.
Importância da nação tricolor para a conquista
“A torcida do Bahia é absolutamente fantástica e teve papel fundamental na conquista. A relação de amor e fé das arquibancadas contagiou todo elenco, que jogava por nós, por uma nação de apaixonados loucos para fazer história”.
Em sua opinião, quem foi o craque do Bahia em 88?
“O time de 88 era fantástico. Repleto de bons jogadores – alguns craques – e regidos pelo maestro Evaristo de Macedo. Time de muita qualidade e valentia. Ao longo do campeonato, percebeu que poderia buscar algo maior e seguiu determinado em busca do título. Difícil escolher apenas um jogador, mas não vou fugir da pergunta: Paulo Rodrigues. Craque de bola. Dono do espaço. Elegante, jogava por música. Na minha opinião o melhor frente de zaga que eu já vi jogar no Bahia”.
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