O técnico Renato Paiva concedeu entrevista coletiva após o triunfo por 1 a 0, sobre o Jacuipense, neste domingo (15), e falou sobre o que viu da sua equipe nos 90 minutos.
O estádio Valfredão já é conhecido por possuir um gramado que acaba por gerar dificuldades às equipes teoricamente mais técnicas. Mas, para o técnico tricolor, não é uma desculpa aceitável.
“Não é uma novidade (o gramado ruim). Eu cheguei agora e já sei. Eles (jogadores) já jogaram muitas vezes nesses campos e eu disse aos jogadores na palestra que falar do gramado é deixar margem para desculpas”.
Durante a coletiva, Paiva foi incisivo ao afirmar que não faria nenhum tipo de críticas ao campo de jogo justamente por não ser nenhuma surpresa. Entendendo que não será o primeiro gramado ruim a enfrentar, o técnico fala em buscar soluções.
“(…) E nós aqui não queremos desculpas. Nos problemas, queremos encontrar soluções. Quando me faltar jogadores, tenho que encontrar soluções com outros. Quando um esquema tático não funcionar, tem que encontrar solução com outro e foi o que fizemos hoje. Mudamos um pouco o esquema para jogar com Everaldo e Goulart. Os problemas existem no futebol e na vida e nós temos que encontrar soluções. Não somos só mais um, nós somos Bahia, somos um projeto do zero, temos que fazer a diferença. Hoje era fácil dizer: ‘atenção com o gramado’. Mas ele já existia, nós já sabíamos e temos que encontrar soluções para esse tipo de problema.
Desempenho do Bahia no jogo
Sobre a partida disputada em Riachão do Jacuípe, Renato Paiva valorizou o espírito de luta da equipe para ultrapassar as adversidades não só de um gramado ruim, mas também das dificuldades impostas pelo adversário que jogava em seu território.
“Muito orgulhoso dos jogadores e da capacidade de trabalho. Hoje era claramente um jogo para ter muito trabalho, mesmo que com menos qualidade técnica. Primeiro, jogamos como o vice-campeão baiano, em sua casa, com qualidade bem organizado. Depois, as condições para isso geram dificuldade e as condições para a jogabilidade do nosso time eram baixas. E mesmo assim entramos muito bem no jogo, circulamos mais a bola do que eu esperava, entramos em zona mais vezes do que esperava. Os primeiros 20 minutos foram de qualidade da nossa parte. Depois, o adversário começou a descer linhas, começou a acertar marcações e ficou mais difícil. Os jogadores entraram na tentação do jogo direto e acabou sendo mais difícil ainda”.
“Na segunda parte (eles) acertaram ainda mais. Muitas vezes o adversário defendia com cinco ou seis homens na linha defensiva. Isso obviamente dificultou bastante a criatividade do nosso jogo. Mas conseguimos criar jogadas, finalizamos muitas vezes. E essa é a cara que eu quero. Podemos não ganhar algumas vezes, mas temos que crer que podemos ganhar. Isso é obrigatório nessa casa, os jogadores precisam mostrar que quiseram ganhar. Estou muito satisfeito pela capacidade de trabalho, muito satisfeito pela forma que ganhamos esse jogo, trabalhando bastante. Por vezes, não vai na qualidade técnica, mas vale a capacidade de trabalho. E nisso foram muito bem”.
Mudança tática para vencer o jogo
Sem conseguir criar jogadas da forma como era esperado, Paiva utilizou Ricardo Goulart, substituindo Daniel, formando um esquema de 4-4-2 quando o time atacava, junto com Everaldo.
O técnico afirma que há situações em que as mudanças se fazem necessárias e hoje foi uma delas.
“Não tenho dúvidas de que em um gramado rápido, a bola circularia mais rápido. Aqui o meu pé afundava meio pé na grama. Não estou criticando, mas é o que é. Isso obriga uma exigência muscular dos jogadores para reagirem com o pé muito no chão e a bola não corre, não tem uma base de circulação muito rápida. Se analisar o nosso jogo anterior, tem muita influência. Não é uma desculpa, é uma realidade. Na Fórmula 1, quando chove se coloca um pneu de chuva. Aqui é a mesma maneira. Não podemos jogar de uma maneira quando as condições não permitam. E isso vai acontecer algumas vezes”.
Tirar o time da zona de conforto
Renato Paiva também destaca a importância de preparar a equipe para variadas situações de jogo. Inclusive, tirando os jogadores da zona de conforto que cada um possui em campo.
“Temos que ser camaleões, ter um plano B. Se não dá o plano A, vamos para o B. E o nosso plano B tem um pouco disso. Tem influência na forma de jogar. É óbvio que pensamos a semana toda em uma forma de jogar no gramado e os meus diretores sabem a exigência que eu tenho com gramado, principalmente em casa, no CT, na Fonte Nova e no Pituaçu. Mas se ficássemos fechados nisso, não venceríamos o jogo. Quero encontrar soluções e os jogadores precisam habituar a sair da zona de conforto”.
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