é goleada tricolor na internet
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Publicada em 4 de março de 2020 às 19:07 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Uma hora a gente sempre volta…

No dia seguinte ao empate entre Bahia e Jacuipense, lá no começo de fevereiro, sai de Pituaçu sem saber qual seria a próxima vez que estaria ali. Como é na maioria das vezes. Essa incerteza com um fundo de certeza, me deu vontade de refletir sobre ele. Você conhece o Estádio Roberto Santos? Bom, queria falar de história não. Queria falar de sentimento. Mas, talvez, história seja sentimento e vice-versa. Talvez eu seja um jovem com um grau elevado de saudosismo. No final das contas, acho que tudo está interligado né?

Tem gente que “se importa” muito com estádio. Consideram uma conquista da instituição que o detém. Até que é. Só que o senso comum prefere troféu. Normal. Em meio a isso, tem gente que “depende” do estádio. Mas tem gente que se preocupa mais em escrever histórias (olha eu falando delas). O tal do PituAÇO, construído no final da nossa década de ouro, não imaginaria ser tão importante em certa ocasião. Viagem retada. Acho que o médico e professor Roberto Santos, que governou entre ACM, também não imaginava ter seu nome dito de forma corriqueira décadas depois.

A verdade é que o Estádio Metropolitano de Pituaçu surgiu como uma solução para um Bahia que respirava por aparelhos. Em busca de uma retomada da sua identidade, foi recriado um caldeirão. Quente e entupido, ele atuou na nossa alçada. Alô, ‘Geração Fast’, aquele abraço. Foi decepcionante ter que abandonar o maldito fedor de xixi né? Rolete de cana, pipoca com côco, amendoim e toda uma memória afetiva de quem foi nascido e criado na antiga Fonte tiveram que ficar para trás. Tragédia. Tristeza. Todos os sinais de um clube que parecia não conseguir ser feliz, mesmo saindo do fundo do poço. Não parecia normal. Iria dar certo. Viria um alento. Era sua voz?

Sei que essa voz, a do campeão, ainda era alta. Bom, ela não gritava que era campeão fazia certo tempo. Mas ela queria gritar. Queria mesmo. O problema era que não sabia aonde. Surgiu Pituaçu. Virou Pituaço. Acolheu o Bahia. Fato é que nele vi uma reconstrução (além daquela de concreto). Vi Nem virar um jogo no final, contra o Vasco. Fugimos de um retorno deplorável. Veio o ano do reencontro. Voltamos para o lugar da gente. Teve até oração conjunta. Teve show de Michael Jackson. Teve hino entoado antes do jogo, diante do Botafogo. Teve virada histórica, perante o São Paulo. Teve título depois de 10 anos. Dez anos, vei. Teve muito o Bahia. Teve muita esperança. Dias melhores viriam né?

Minha geração viveu Pituaço. Minha torcida virou de ouro. A Fonte Nova ressurgiu. Pituaço encontrou um lugar no nosso coração. No final das contas, várias histórias foram escritas. Descobri que nelas estão os sentimentos. Descobri que eles que nos movem. Descobri que eles que nos fazem entender a importância de cada detalhe ao longo da nossa trajetória.

No final das contas, Pituaço, que já não nos comporta tão bem, foi e é importante. Sempre esteve de portas abertas para a gente, como nesse começo de ano. Tem gente que pede para a direção arrendar. Tem gente que o vê como parte do passado. Fato é que Pituaço está no coração de todo torcedor tricolor e que, nessa nossa jornada de valorização do passado, para visar o futuro, ele tem o seu lugar. Eu e a tal ‘Geração Fast’ (vei, eu viajo nessa expressão rs) jamais esqueceremos o que foi vivido lá.

Valeu, Pituaço. Até logo!

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