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Publicada em 1 de junho de 2013 às 00:00 por Vladimir Costa

Vladimir Costa

Um canalha competente, por favor!

Semana retrasada, no calor do movimento Bahia da Torcida, com uma espinha de sardinha atravessada no gogó, tive um momento de reflexão sobre a “suceção prizidencial” do Bahia.

Por opção, há muito anos me tornei neutro politicamente, pra não dizer descrente em nosso sistema. Meus últimos votos foram dados em 1998: Lula Presidente, Lídice deputada estadual, Haroldo Lima senador (o sacana viria a ser meu chefe 7 anos depois numa coincidência cósmica), Zezéu se não me engano era o candidato a governador e Alice Portugal para deputada federal. Yes! Eu era um adolescente de esquerda.

O tempo, a bíblia (Yes! Eu sou crente!), as eleições seguintes e mesmo Tropa de Elite 2 me mostraram o seguinte: não importa quem está no poder. O sistema sempre dá um jeito de se safar. A regra é ser incompetente, corrupto e passivo, quem foge a ela, acaba sendo sufocado pelos demais. Por mais que um sujeito tenha boa vontade, por mais que faça, fale e esperneie, ele acaba sendo queimado e malhado pelo maldito sistema, não tem jeito.

Então não há solução? Não! Mas há como remediar. Muitos “Reinaldos Azedos” da vida vivem a malhar o socialismo por diversas razões corretíssimas tal como alguns “Fiéis a Castro” atacam os porcos capitalistas com toda razão. Os dois lados estão certos e errados ao mesmo tempo. Capitalismo puro e simples ferra o peão. Socialismo marxista istrictu sensu torna todo mundo peão. Mas nesse embate ambos esquecem exemplos de países que, assumidamente capitalistas não esquecem a igualdade social, basta dar um rolé nas Dinamarcas, Noruegas e Suécias da vida. Não precisamos ser tão radicais como a Coréia do Norte nem tão cruéis como o capitalismo americano. E onde entra o Bahia nisso?

Há um embate escancarado entre o regime totalitário, oligárquico, feudal, arcaico, predatorial, parasítico, cancerígeno e peninsular da Família Guimarães e sua vassalagem contra os diversos movimentos que se opõem a ele, agrupados, como se apenas um fossem, no que se chama de “oposição”, que se propõe democrática, moderna, bem intencionada e engajada em mudar o sistema dominante. Muito criam a esperança de que a intervenção saia, cumpra-se a lei e seja feita a justiça, limpando com muita água, sabão e creolina os ambientes hoje ocupados pelos portadores do Bahia. Estou nesse bolo. Aliás, me proponho a comprar um container de creolina e mandar despejar desde o portão do fazendão até o largo de caranguejo nas Itingas para desinfetar o caminho da presença de tais elementos.

Mas ainda que a “oposição” assuma o clube não me surpreenderei se o novo presidente também desagradar a torcida. Como disse lá em cima, por mais que o sujeito tenha boa vontade em mudar as coisas para melhor, ele acaba se queimando ou aderindo ao sistema.

Já que é assim, o que nos restaria? Honestamente, eu digo qual o perfil de presidente que eu, Vladimir, quero no Bahia: um canalha competente. Um escroto filho da mãe que ame mais o dinheiro que o próprio Bahia mas, que veja o clube como uma excelente oportunidade de enriquecer. Para isso, só quero que esse cara respeite o clube, sua torcida e monte times competitivos. Apenas isso. Mas para tanto, esse maldito porco capitalista não faria contratações cujo custo de manutenção fosse maior que o retorno obtido, nunca mais teríamos klebersons, cazalbertos e ricardinhos no elenco.

O canalha que desejo presidindo o Bahia criaria uma maneira de fidelizar o torcedor, praticamente forçando-o a se associar, dando-lhe em troca apenas um time competitivo, a possibilidade de tirá-lo da presidência por meio de eleições, além de garantir assento na Nova Fonte. E ele não faria isso por amor ao torcedor. Faria apenas por saber que dessa forma mais dinheiro entraria em sua conta e também na do clube.

Esse miserável estabeleceria metas bem objetivas a todos os departamentos do clube, todos ocupados por outros como ele mas, que ao menor sinal de fracasso, seriam defenestrados de seus cargos no caminho entre a Nova Fonte e o CT no meio do mato.

Se ele lançasse mentiras que valorizassem as negociações com pretensos patrocinadores de maneira a aumentar o valor das cotas, teria minha simpatia. Se matracasse a venda de um jogador da base apenas para valorizar seu passe ainda mais, ou mesmo para explorar a imagem do cara à exaustão, vendendo palitos de fósforos com a cara do moleque apenas para enriquecer ainda mais, eu me tornaria seu maior fã.

Não acredito em abnegados, românticos e voluntários. Por conta de pessoas assim, o Bahia é o que é hoje. Acredito em pessoas que gostam de dinheiro, de multiplicá-lo e que enxergam um time de futebol como uma excelente forma de enriquecer mais ainda dando apenas pão e circo a seu cliente. No caso do torcedor, títulos e tratamento digno. Nada além disso. O presidente do Barcelona é um excelente exemplo do que falo. O do Bayern também, os donos do Chelsea e Manchester United idem. Mesmo Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, hoje execrado, fez o eterno coadjuvante- viúva- de- Pelé voltar a ser time grande na década passada.

O Bahia precisa de um canalha competente para presidi-lo, por que os incompetentes já tiveram sua vez.

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