Semana retrasada, no calor do movimento Bahia da Torcida, com uma espinha de sardinha atravessada no gogó, tive um momento de reflexão sobre a suceção prizidencial do Bahia.
Por opção, há muito anos me tornei neutro politicamente, pra não dizer descrente em nosso sistema. Meus últimos votos foram dados em 1998: Lula Presidente, Lídice deputada estadual, Haroldo Lima senador (o sacana viria a ser meu chefe 7 anos depois numa coincidência cósmica), Zezéu se não me engano era o candidato a governador e Alice Portugal para deputada federal. Yes! Eu era um adolescente de esquerda.
O tempo, a bíblia (Yes! Eu sou crente!), as eleições seguintes e mesmo Tropa de Elite 2 me mostraram o seguinte: não importa quem está no poder. O sistema sempre dá um jeito de se safar. A regra é ser incompetente, corrupto e passivo, quem foge a ela, acaba sendo sufocado pelos demais. Por mais que um sujeito tenha boa vontade, por mais que faça, fale e esperneie, ele acaba sendo queimado e malhado pelo maldito sistema, não tem jeito.
Então não há solução? Não! Mas há como remediar. Muitos Reinaldos Azedos da vida vivem a malhar o socialismo por diversas razões corretíssimas tal como alguns Fiéis a Castro atacam os porcos capitalistas com toda razão. Os dois lados estão certos e errados ao mesmo tempo. Capitalismo puro e simples ferra o peão. Socialismo marxista istrictu sensu torna todo mundo peão. Mas nesse embate ambos esquecem exemplos de países que, assumidamente capitalistas não esquecem a igualdade social, basta dar um rolé nas Dinamarcas, Noruegas e Suécias da vida. Não precisamos ser tão radicais como a Coréia do Norte nem tão cruéis como o capitalismo americano. E onde entra o Bahia nisso?
Há um embate escancarado entre o regime totalitário, oligárquico, feudal, arcaico, predatorial, parasítico, cancerígeno e peninsular da Família Guimarães e sua vassalagem contra os diversos movimentos que se opõem a ele, agrupados, como se apenas um fossem, no que se chama de oposição, que se propõe democrática, moderna, bem intencionada e engajada em mudar o sistema dominante. Muito criam a esperança de que a intervenção saia, cumpra-se a lei e seja feita a justiça, limpando com muita água, sabão e creolina os ambientes hoje ocupados pelos portadores do Bahia. Estou nesse bolo. Aliás, me proponho a comprar um container de creolina e mandar despejar desde o portão do fazendão até o largo de caranguejo nas Itingas para desinfetar o caminho da presença de tais elementos.
Mas ainda que a oposição assuma o clube não me surpreenderei se o novo presidente também desagradar a torcida. Como disse lá em cima, por mais que o sujeito tenha boa vontade em mudar as coisas para melhor, ele acaba se queimando ou aderindo ao sistema.
Já que é assim, o que nos restaria? Honestamente, eu digo qual o perfil de presidente que eu, Vladimir, quero no Bahia: um canalha competente. Um escroto filho da mãe que ame mais o dinheiro que o próprio Bahia mas, que veja o clube como uma excelente oportunidade de enriquecer. Para isso, só quero que esse cara respeite o clube, sua torcida e monte times competitivos. Apenas isso. Mas para tanto, esse maldito porco capitalista não faria contratações cujo custo de manutenção fosse maior que o retorno obtido, nunca mais teríamos klebersons, cazalbertos e ricardinhos no elenco.
O canalha que desejo presidindo o Bahia criaria uma maneira de fidelizar o torcedor, praticamente forçando-o a se associar, dando-lhe em troca apenas um time competitivo, a possibilidade de tirá-lo da presidência por meio de eleições, além de garantir assento na Nova Fonte. E ele não faria isso por amor ao torcedor. Faria apenas por saber que dessa forma mais dinheiro entraria em sua conta e também na do clube.
Esse miserável estabeleceria metas bem objetivas a todos os departamentos do clube, todos ocupados por outros como ele mas, que ao menor sinal de fracasso, seriam defenestrados de seus cargos no caminho entre a Nova Fonte e o CT no meio do mato.
Se ele lançasse mentiras que valorizassem as negociações com pretensos patrocinadores de maneira a aumentar o valor das cotas, teria minha simpatia. Se matracasse a venda de um jogador da base apenas para valorizar seu passe ainda mais, ou mesmo para explorar a imagem do cara à exaustão, vendendo palitos de fósforos com a cara do moleque apenas para enriquecer ainda mais, eu me tornaria seu maior fã.
Não acredito em abnegados, românticos e voluntários. Por conta de pessoas assim, o Bahia é o que é hoje. Acredito em pessoas que gostam de dinheiro, de multiplicá-lo e que enxergam um time de futebol como uma excelente forma de enriquecer mais ainda dando apenas pão e circo a seu cliente. No caso do torcedor, títulos e tratamento digno. Nada além disso. O presidente do Barcelona é um excelente exemplo do que falo. O do Bayern também, os donos do Chelsea e Manchester United idem. Mesmo Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, hoje execrado, fez o eterno coadjuvante- viúva- de- Pelé voltar a ser time grande na década passada.
O Bahia precisa de um canalha competente para presidi-lo, por que os incompetentes já tiveram sua vez.
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