O bem comum de um contexto que envolve uma grande torcida e uma grande organização mundial – Grupo City – é o Bahia. Disso podemos concluir que se as partes enfatizarem somente as diferenças nesse relacionamento, será muito difícil criar um bom rapport. Porém, se enfatizar a confiança mútua e o discernimento, o que as partes têm em comum, as resistências e antagonismos tenderão a desaparecer.
É o imperativo inconsciente, a atração pela semelhança que nos motiva a conversar com alguém diferente de nós, principalmente quando envolve momentos, situações e decisões delicadas.
Tenho observado críticas exacerbadas sobre a atuação do City Group que chegam ao cúmulo do absurdo de desejar que se passe uma borracha – como se tal absurdo fosse possível – sobre a venda do Bahia ao grupo investidor e estabeleça o passado como presente… um autêntico filme de terror produzido pelos adeptos do “quanto pior, melhor”.
– Repito o que disse na coluna anterior: é preciso projetar a inteligência bem distante em direção ao passado, bem distante em direção ao futuro, para então compreender o presente.
Quando foi que aconteceu no Bahia um investimento de 120 milhões, em 7 meses, para montar um time de futebol? Jamais. Isso sinaliza que há muita bala na agulha para seguir firme na guerra.
Os incautos preferem seguir a linha de um imediatismo que jamais deu certo e verbalizam com ignorância “dinheiro jogado fora com contratações de refugos” – é claro que nem todos os contratados estão à altura do Bahia projetado pelo próprio investidor, mas se a reforma de uma casa é mais complicada do que construir uma casa nova, imagine então essa reforma com a família morando dentro dela.
Uso a frase alegórica no parágrafo acima só para exemplificar as dificuldades para se montar um time de futebol dentro da própria competição, ora em disputa. Tudo é novo, tudo é muito difícil. A campanha geradora de dúvidas é consequência de uma transição muito longa e cheia de detalhes, ainda infinita.
Há muita coisa a ser mudada futuramente, o próprio Renato Paiva tem a sua situação com pouca sustentação, não pelas críticas exacerbadas de alguns setores criadores de crises, mas sim pelos números de uma estatística adversa ao seu trabalho. O Grupo City trabalha com médio e longo prazos baseados em números, e são esses números entregues por Paiva que atestam contra ele.
Nem a boa vontade tem argumentos que possam envidar esse castelo de areia que tem sido o trabalho dessa Comissão Técnica no Tricolor. Pode até melhorar a partir de domingo, mas os indicativos são outros.
Benjamin Back – Benja –, jornalista, muito amigo de Rogério Ceni, crava em um vídeo que está rolando na internet, que Ceni já teria tudo acertado com o Bahia para substituir Renato Paiva. Eu pago para ver isso se tornar realidade. Rogério Ceni pode ser um competente técnico, mas precisa melhorar muito como gestor de grupo. Não se sustentou no Cruzeiro, não deu certo no São Paulo, não ficou no Flamengo e, de novo, não deu certo no São Paulo. Único trabalho bom de Rogério aconteceu no Fortaleza. É um sujeito muito trabalhador e detalhista, mas é igualmente prepotente e inflexível por consequência.
Qual seria a vantagem a trazer Rogério: um sujeito estudioso; biografia impressionante; sério; muito bem ao par do atual Bahia; full time com todos os acontecimentos no futebol brasileiro; fez a sua base de estudos técnicos na Inglaterra; é muito voltado para a tecnologia no futebol; e como não poderia deixar de ser, é muito bem aparelhado tecnologicamente além de conhecer o mundo do futebol na prática, como poucos – sua biografia diz tudo isso.
Porém, eu não apostaria na vinda de Rogério Ceni para o Bahia, mesmo porque ainda estou duvidando muito da queda de Renato Paiva antes do final do ano em curso – apesar de entender que os números estatísticos já o demitem por justa causa.
No passado, um terço dessa performance de Paiva já o demitiria, mas esse tipo de procedimento para justificar erros do planejamento da diretoria, não faz o cenário atual no Bahia. Os números sim, são as estrelas que norteiam a nau Tricolor dessa nova Era, e esses em nada favorecem ao prolixo treinador Renato Paiva – aliás, a prolixidade de Paiva, nas entrevistas, acaba induzindo-o a equívocos e dando fôlego aos corneteiros.
Posso dizer que o jogo contra o América – o mesmo que está na vice lanterna do Brasileirão, goleou por 5 X 1 o Colo Colo do Chile, há duas semanas – no próximo domingo, será decisivo para a permanência de Paiva, ou não. Vai depender exatamente do campo. Um empate o derrubará, um triunfo o sustentará.
No Campeonato Brasileiro não há jogo fácil e nem clube algum sem o mérito de estar nele. O Cuiabá, tido e havido como candidato à queda, está confortavelmente em nona posição na tabela. Futebol é só uma questão de sensatez no planejamento, e ao planejarem o time do Bahia para este ano, falharam pontualmente. Na “primeira janela”, a casa tinha de estar arrumada.
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”
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