O Bahia venceu o time do aterro em PituAço e deu uma alegriazinha à nação tricolor, contrariando o meu palpite para o jogo. Estou aliviado por ter errado dessa vez. Errei e estou feliz por isso!
Feliz, mas atento. Não vai ser um triunfozinho, num Bavicezinho, que não vale nada além da gozação às testemunhas do aterro, que vai me fazer esquecer as promessas de diretas de verdade e de profissionalismo na gestão que o presidente fez mesmo antes de assumir o cargo e ainda não cumpriu.
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O fato positivo dessa semana que eu não poderia deixar passar sem repercussão, além do triunfo no Ba-vice, foi uma entrevista de Edílson ao A Tarde, em que o veterano agiu como tal e avisou a quem pudesse interessar: se Ramón continuar querendo apitar o jogo, eu vou apitar também.
Edílson, com essa declaração, mandou o recado que está entalado na garganta da nação.
O Bahia precisava disso, e como precisava! E esse assunto faz lembrar-me de mais dois que têm me intrigado.
Um deles é a incrível sorte do auxiliar Alessandro Matos, que foi sorteado para apitar todos os últimos quatro Ba-vices. Será que sua sorte continuará até o final do baiano e ele vai apitar novamente os dois jogos finais? O negócio é aguardar para ver.
O outro é a nossa necessidade – verdadeira carência – de líderes de fato em diversos setores. Precisamos de um líder de fato dentro de campo, como Edílson demonstrou estar disposto a ser. Sua declaração mostrou que o Bahia não é a casa de mãe Joana, nem aquela festa na qual quem esculhambar, veste a roupa e vai embora.
Além disso, precisamos de um líder de fato na oposição, que agregue as diversas correntes e abrace a causa oposicionista como sua missão e preocupação principal no dia-a-dia.
Tenho observado as atitudes do conselheiro Rui Cordeiro em busca de ser esse nome e parece-me que está no caminho certo. Pra mim, só falta mais profissionalismo em sua estrutura de movimento para que consiga uma articulação mais eficiente.
Além dele, na Revolução Tricolor, sem pretensões mais ambiciosas, surgem nomes como Leandro Fernandes, Danilo Monteiro, Theodomiro e Vítor Ferraz, que começam a construir suas características de liderança natural e que prometem ser figuras benéficas ao clube no futuro. Sei que eles não têm ambições, mas o clube pode precisar deles um dia.
Mas, sobretudo, precisamos que surja um líder de fato no grupo que comanda o Bahia, já que o presidente não tem o perfil adequado à liderança, como demonstrado até aqui.
Em suas declarações, percebe-se que ele até democratizaria o clube se fosse por sua própria vontade, mas não consegue fazê-lo por estar sob a influência de figuras do seu grupo de amizades. Não à toa, afirmaram que o Bahia tem amigos demais e profissionais de menos.
Lembro de uma declaração do presidente Marcelo Guimarães Filho afirmando, quando tomou posse, que sua intenção seria pacificar o clube, no que me deu grandes esperanças de estar vendo surgir o verdadeiro líder que o Bahia precisava – um líder originado do próprio grupo que afundou o clube e que redimiria esse grupo perante a nação. Mas, suas amarras às amizades e influências desse mesmo grupo o impediram de fazer o que desejava.
Com isso, não o estou isentando de sua responsabilidade para com o que prometeu. Pelo contrário, estou demonstrando sua fraqueza de propósitos e sua ineficiência como líder até mesmo do próprio grupo. Quanta decepção para quem esperava vê-lo liderar um clube unido, democrático e vencedor!
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A propósito, tenho sido interpelado por leitores a me questionar sobre uma coluna de minha lavra, aqui neste site, em que se poderia interpretar que busquei ofender a honra do Deputado Marcelo Guimarães Filho. Gostaria de usar o mesmo espaço para rebater veementemente essas interpretações.
Todas as colunas de minha autoria visam tão somente contribuir para o estabelecimento do Estado de Direito no Esporte Clube Bahia e do profissionalismo em sua gestão, maculados pelo autoritarismo e amadorismo evidentes que têm carcomido o clube por mais de uma década.
Jamais tive a intenção de atacar a honra ou a moral do Deputado Marcelo Guimarães Filho ou de quem quer que seja.
Prego o uso da cidadania pela torcida do Bahia para o soerguimento do clube e não poderia oferecer exemplo contrário a isso, já que cidadania, além de direito, implica deveres, dentre os quais o respeito à dignidade da pessoa humana e ao seu direito à honra.
Criticarei, com diagnóstico positivo ou negativo, sempre que considerar necessário, o presidente do clube, enquanto em seu papel de presidente e sempre sobre seu comportamento e atitudes como presidente.
Jamais critiquei ou criticarei sua pessoa, o indivíduo Marcelo Guimarães Filho, nem mesmo o Deputado Marcelo Guimarães Filho, porquanto não são de meu interesse, nem deste site.
Espero ter esclarecido àqueles torcedores mais exaltados que interpretaram erroneamente o que escrevi.
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