Toda a polêmica que há na família Tricolor, envolvendo Paiva e torcida, tende para um final feliz. Não quero nem entrar no mérito dessa polêmica porque já estou saturado, ademais tenho opinião formada sobre essa relação conturbada e sei bem como isso vai acabar. Quando falo em tendência, é porque se Renato Paiva passou pelo último jogo com sucesso, a saída do treinador Tricolor, que já não era desejo dos seus diretores, agora é que não acontecerá mesmo. Acostume-se, torcedor, com a ideia dessa continuidade porque isso é real.
Quando este colunista achou que um empate contra o América determinaria a queda de Renato Paiva, foi embasado apenas nos números. O seu trabalho intenso para dar ao Bahia um padrão de jogo sempre esteve bem visível em campo – sob minha ótica, claro. Os propalados “erros” do treinador foram comsequências das experiências, já que havia uma determinação de implantar um sistema tático padronizado. O problema é que cada torcedor “é” um técnico de futebol injustiçado, isso porque jamais um deles se tornou um treinador – quanta falta de reconhecimento ao mérito, hein…? Paciência.
A meu ver o que faltava ao Bahia era a qualidade complementar para que o elenco tivesse qualquer coisa de plenitude, porque as eventuais e forçadas ausências de jogadores importantes, tanto na defesa quanto no ataque, enfraqueceram em muito o time e o projeto tático do treinador Renato Paiva. E nesse ponto o técnico se virou como deu. Milagres em futebol não existem – embora o folclorismo diga ao contrário. Achar que daqui em diante o Bahia ganhará todas, é inverossímil. Exigir isso é o mesmo que deixar a paixão raciocinar sozinha.
Quem viu a postura tática e técnica do Bahia no jogo contra o América não deve dizer que Renato é mau treinador. O Bahia tem sim um padrão de jogo e não é de agora, apenas carecia de muito treinamento e de peças para compor melhor as ideias de jogo. Tudo nesse mundo tem um custo, mas as experiências que custaram caro ao próprio Renato Paiva, foram necessárias. Houve um momento em que a deficiência numa das laterais era tão crítica que Jacaré precisou ser reinventado como ala direito pelo próprio Paiva, e deu muito certo.
Problemão do técnico Tricolor são os números, e esses, creio, o teriam derrubado caso o jogo contra o América tivesse terminado desfavorável ao Bahia, e, ali, até um empate seria prejudicial à continuidade do técnico Tricolor. Acho até que ele mesmo pediria sua demissão. Os resultados do Esquadrão em campo não condizem com a dignidade de um trabalho sério como faz Renato e seus auxiliares, respectivamente.
O que Paiva precisa fazer é parar de conceder entrevistas excessivamente didáticas e prolixas. É sentar-se ali, responder simplesmente as perguntas e, principalmente, evitar réplicas e tréplicas atrasadas – às vezes, o silêncio soa mais forte do que a eloquência de um discurso carregado de mágoas. Trabalhar duro e com objetivos definidos, Paiva bem o sabe. Vale muito repetir o mantra: quem trabalha Deus ajuda.
A próxima barreira será o Atlético Mineiro e, pela lógica, diriam, ganhará o time das Minas Gerais por ser o dono do “terreiro”. Lógica ganha jogo? É claro que não. Mas… e se o Bahia vencer seria um desastre para o clube das Alterosas? Absolutamente não. São dois grandes clubes e qualquer um deles pode ser o vitorioso. O torcedor, entretanto, não pensa assim e Felipão que se cuide, porque lá, tal como aqui, a pisada do torcedor é a mesma.
O Bahia desse segundo semestre, qualificado pelos reforços dessa janela recém-encerrada – gostei muito das contratações – será muito mais competitivo tecnicamente e capaz de vencer grandes adversários fora de casa. Futebol não é uma ciência exata, é uma competição onde 90 minutos – que nunca é menos de 100 – determinam o mais eficiente, o que nem sempre quer dizer o melhor.
O frisson que tomou conta da torcida Tricolor nessa fase da “seca” de resultados positivos, criou uma rejeição enorme pelo treinador Renato Paiva, ele sabe muito bem disso. Mas também tem a sabedoria de reconhecer que ele deve resultados à torcida. Reconhece a força que o Bahia recebe vinda das arquibancadas, sempre cheias, e acha que assim que o time engrenar – e vai, porque com essa qualificação de agora não tem como não obter resultados positivos – o torcedor fará as pazes com ele. É isso que faz do futebol uma paixão eloquente, onde nada é ódio; nada é pessoal; tudo é extravasamento; tudo é ansiedade; tudo é paixão e orgulho ferido.
CAULY
Recentemente falando sobre esse extraordinário jogador, com um amigo muito querido por mim, digamos que um eventual torcedor do Palmeiras — ele é chegado mesmo é ao vermelho e preto –, então dizendo-se admrador do jogador Cauly, largou essa pérola: está no radar do Palmeiras… Acho que o meu amigo ainda não caiu na real sobre o atual patamar do Bahia. O Bahia de agora não vende, compra.
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