é goleada tricolor na internet
veículo informativo independente sobre o esporte clube bahia
Publicada em 10 de dezembro de 2003 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Torcida de primeira, diretoria de segunda!

Meus amigos Tricolores, o título desta coluna resume a atual situação do nosso Esporte Clube Bahia, detentor de tantas glórias no passado e agonizando vítima da incompetência destes que se apossaram do feudo tricolor! Antes de mais nada, devo dizer que iniciei a redação desta coluna há algumas semanas antes da rodada em que perdemos para o Atlético-PR na Fonte. Por absoluta falta de tempo, demorei bastante para conclui-la. Portanto esta coluna não é uma análise conjuntural de apenas uma rodada e nem representa apenas uma opinião passional após um mau resultado. É o resultado de uma análise crítica, racional, baseada em opiniões próprias e de vários Tricolores com quem tenho conversado.

Esta história que vivemos hoje começou há muitos anos. Mais precisamente 1989! Isto mesmo. Depois de conquistar brilhantemente o Bicampeonato Nacional, a administração em proveito próprio praticada pelos dirigentes da época, burramente nos impediu de conquistar (ou pelo menos disputar de igual para igual) a Libertadores da América e o pior, o desmanche que se deu após a conquista nos levou a uma campanha pífia no Nacional daquele ano. Perdermos a chance de nos firmarmos entre os grandes do futebol nacional. Em 1990, uma recuperação com uma boa campanha e uma boa colocação. Parecia que teríamos uma década de glórias. Pura ilusão. Os mesmos senhores feudais que sempre comandaram o Tricolor, continuaram com suas práticas ultrapassadas comandando e afundando o nosso Bahia. Ano após ano fomos ficando para trás em relação aos times do RS e MG, e depois PR.

Muito se encenou, muitos ditos “oposicionistas” assumiram o comando, a atual diretoria chegou a brigar com o grande senhor feudal de todos os tempos, mas nada mudou. O feudo continua sendo gerido à boa e velha moda coronelista, ultrapassada, incapaz de acompanhar o futebol moderno. O Bahia é uma empresa somente no nome, não é gerido como tal. Os interesses e vaidades pessoais estão em primeiro lugar e estes, que dizem amar ao Bahia, não titubeiam ao enlamear o nome do nosso Tricolor para satisfazer seus próprios egos.

Após tantos anos de erros e mais erros, chegamos ao pior de todos eles: 2003! Eu não acreditava que pudesse ver algo pior em termos de gestão de um clube do que já tinha visto desde 89 no Bahia. Mas me surpreendi. O atual presidente conseguiu superar os piores de todos os tempos no Bahia. Entregou o Estadual ao time de canabrava, dispensou jogadores de qualidade para atender caprichos de treinadores ou então para reduzir uma folha que foi inchada com um bonde de porcarias que foram contratados. A quantidade de absurdos praticadas pelo Sr. Marcelo Guimarães é tamanha que alguns chegam a especular que o mesmo seria um espião do presidente do Aterro Sanitário infiltrado no feudo Tricolor!

Delírios à parte, o fato é que o próprio Marcelo Guimarães, famoso por suas “frases de efeito”, admitiu publicamente que “o Bahia não teve planejamento nos últimos dois anos”. Ora, meus amigos, algum de vocês consegue conceber uma empresa em qualquer ramo, de qualquer porte, que não tenha planejamento em pleno 2º ano do século XXI ? Não ter planejamento durante dois anos, nos tempos atuais, é sinônimo de decretar falência. E neste caso, quem é o ÚNICO responsável pela falta de planejamento? O Presidente Marcelo Guimarães. A única coisa que se espera de um presidente de um clube-empresa, como o Bahia S/A se propõe a ser, é que ele faça um bom planejamento estratégico, a longo prazo (tipo para os próximos 10 anos), um bom planejamento tático para o médio prazo (algo como os próximos 3 anos) e um excelente planejamento operacional para o curto prazo (o imediato algo como não envergonhar nossos torcedores/clientes com um rebaixamento para a segunda divisão).

O presidente só tem esta responsabilidade! Se isto for bem feito, os outros departamentos do clube irão funcionar adequadamente e os resultados virão. O presidente nem precisa ser um grande conhecedor de futebol do ponto de vista técnico e tático (se for, melhor), mas precisa ser um grande administrador. Capaz de fazer um bom planejamento, acompanhá-lo e fazer com que seus subordinados o cumpram. Um bom presidente tem que ser ágil e capaz de reconhecer e perceber erros a tempo de corrigi-los e não ficar assistir o barco dando vários sinais de que vai afundar como o time do Bahia deu este ano e nosso presidente ficou passivamente assistindo a vaca ir pro brejo.

Definitivamente, eu não culpo nenhum jogador pelo fracasso dos anos de 2002 e 2003. Nenhum deles pediu para ser contratado. Eles são “operários da bola” não têm culpa de terem sido selecionados para uma função para a qual não estavam aptos. Alguns do elenco se salvam e eu seria repetitivo em ficar aqui analisando o elenco. Por isto prefiro me concentrar na principal e eu diria até única causa deste fracasso: o sr. Marcelo Guimarães. Ele já conseguiu entrar na história do Tricolor como o “pior presidente do Bahia” de todos os tempos. Se ele quiser ter um, pelo menos um, ato de verdadeira dignidade e amor ao Bahia deve proceder de acordo com o planejamento que passarei a relatar a seguir. Notem que estou dando o planejamento já pronto pois nosso presidente já admitiu que não sabe fazer planejamento. Então lá vai.

11/12/2003: Anunciar que irá renunciar em breve e convocar eleições diretas para 01/02/2004 para presidente do Esporte Clube Bahia. Todos os sócios do clube em dia, independente do tempo de associação teriam igual direito a voto. Todos também teriam direito montar suas chapas para concorrer ao pleito. Esta convocação deve ser obviamente encaminhada ao conselho para aprovação, mas deve ser publicamente anunciada para que os conselheiros não possam rejeitá-la às escondidas como de costume.

12/12/2003 a 31/01/2004: Campanha maciça de associação, usando TV, rádios, jornais, Internet. O objetivo é atrair o maior número de sócios não somente para melhorar o faturamento do clube mas, principalmente, para ter um eleitorado representativo dos CINCO MILHÕES de TRICOLORES espalhados mundo afora. Neste período as chapas inscritas também estariam fazendo suas campanhas eleitorais com verbas próprias! Nada de financiamento do já falido caixa Tricolor! Esta etapa é fundamental para evitarmos retrocessos absurdos como a volta de Maracajá e suas práticas administrativas do século passado! Deu certo há quase 30 anos, mas não daria novamente! O Bahia precisa de sangue novo e só um eleitorado amplo e sem vícios pode nos dar um presidente de verdade.

01/02/2004: Eleições devidamente auditadas por empresa de credibilidade inquestionável.

04/02/2004: Renúncia do Presidente Marcelo Guimarães, Posse do Primeiro Presidente eleito e festa histórica da Nação Tricolor.

Presidente Marcelo Guimarães, se você quiser resgatar o pouco de dignidade que ainda é possível perante a Nação Tricolor. Siga à risca este planejamento que acabo de descrever. Tenho certeza que CINCO MILHÕES de TRICOLORES lhe serão eternamente gratos.

Fico por aqui, meus amigos Tricolores. Até a próxima coluna!

comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.

enquete

Qual deve ser a dupla de ataque do Bahia?
todas as enquetes