Não esperava mesmo muita coisa desse time do Bahia para este ano. Por isso as parcas vitórias não me contagiam e as derrotas me deixam triste, mas não me abatem. Acredito sim num trabalho em longo prazo e por isso mesmo não vejo nenhum motivo para mudanças que afinal não mudaria nada, pois os milagres não são coisas de mortais, o trabalho é que é penoso, mesmo!
Se não fosse Marcelinho o presidente tricolor, poderia ser Reub ou Fernando Jorge, e não estariam fazendo muito diferente pra mais ou pra menos, devido às circunstâncias. O Bahia é egresso de um rescaldo onde no máximo o elemento ativo mais palpável no início deste ano era o carvão ainda em brasa.
Continuo afirmando que o Bahia está indo bem fora de campo, mas enxergar isso com os olhos da cara, reconheço, é um tanto difícil diante de tantos anos de atraso e espera. Compreendo as angústias, e a pressa também.
Todos temos pressa e isso nos deixa de má vontade para com a compreensão. Saint Éxupery, no atualíssimo “Pequeno Príncipe”, diz que “só se vê bem quando se vê com o coração”. Eis o problema.
Não vejo omissão no presidente, vejo trabalho ainda insano no pós-caos. Se eu estivesse no lugar de Marcelo Filho jamais assumiria tamanha responsabilidade. Não por falta de amor, mas por saber que um resgate desse porte requer alguém que tenha sangue de barata, e isto eu não tenho.
Acho engraçado, para não dizer triste, quando as pessoas falam que o Bahia é time de futebol e tão somente isso. Não é o mesmo que dizer que não quer um clube grande e um time competitivo no futuro? Hoje em dia para se fazer time de verdade há que construir primeiro uma estrutura moderna. O pecado do passado foi não querer a modernização do clube, ou se alguém nesse meio tempo tentou, foi impedido.
O presente se sustenta sem a necessidade da correlação com esse passado pelos seus próprios objetivos, de ordem idealista, na figura do presidente Marcelo Filho. Acredito na sua administração porque uma infra-estrutura condizente com a realidade de quem quer um clube grande é o objetivo maior.
Já cansei de escrever aqui nesta coluna dizendo que o Bahia só alcançará a sua maturidade estrutural, como clube e como time, dentro de aproximadamente três anos. Antes disso é chover no molhado mudar a todo instante diretorias ou diretores, comissão técnica, jogadores, etc., etc.
O mal que causaram ao Bahia foi iniciado há vinte anos quando nada fizeram com um clube que acabara de ser Campeão Brasileiro. Estagnaram ali o Bahia e perderam a oportunidade de fazê-lo avançar com facilidade e bem planejado. O vento era favorável e o Bahia teria que ser transformado. Não foi. O título de 88/89 acabou se tornando uma coisa decorativa e histórica pelo feito. Não se aproveitou o prestígio natural do evento para fazer as devidas transformações que hoje se tenta numa condição adversa.
Então o clube ainda viveu iludido por mais cinco anos, até a Era Raudinei. Depois mergulhou nos fracassos açoitado que foi pelo famigerado imediatismo de todas as pessoas que o presidiram até 2008, respectivamente.
Podem até me questionar sobre se a diretoria atual, também, não está sendo imediatista. Inicialmente foi e precisou ser. Daí a contratação de Paulo, a grande aposta para gerir o futebol. O Bahia não tinha elenco para iniciar o campeonato baiano deste ano, não tinha crédito e nem credibilidade, dinheiro… nem é bom comentar! Então se fez um planejamento em cima da perna, contando com a sorte, para disputar o campeonato regional e tentar melhorar para o campeonato brasileiro, acreditando até que ainda neste ano o Tricolor estaria de volta à série A.
É claro que Paulo Carneiro errou muitas vezes nas contratações e ele mesmo até previu esses erros. Mas o que eu espero de Paulo Carneiro é a colheita do que ele está plantando no Bahia em todo o departamento de futebol. Aposto que a partir de 2010 o Bahia será um celeiro de jogadores e pouco vai precisar importar. Pelo contrário. Será um exportador porque a estrutura está montada e já existem jogadores de grande futuro na Base.
Mas concordo que ainda não é a hora de lançar esses garotos da base, em massa, porque se assim o fizerem estarão misturando num único saco, a farinha. E aí é que está a visão profissional de Paulo Carneiro e Mota, respectivamente. O planejamento do departamento de futebol foi feito para dar resultados em 2010, e vai dar. Esse ano o Bahia não sobe, embora matematicamente isto seja possível.
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Do atual elenco tricolor alguns não sobreviverão para 2010. Mas certamente ficarão alguns que foram aprovados. O Bahia não vai e nem deve zerar o seu estoque. Sou a favor da manutenção de um time que comece o ano entrosado, já que é importante acabar definitivamente com as contratações em massa.
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Criticaram antes o gestor de futebol do Bahia porque ele só trazia jogadores de Segunda Divisão. Então ele passou a buscar alguns jogadores como Juninho, Hélder, Diogo, Nadson, Paulo Isidoro, Jael etc., etc, e nada acontece de acordo com os anseios. Veja que aí já estavam Nen, Marcelo, Fernando, Leandro, Hélton Luiz, Rubens Cardoso, Beto etc., só para citar esses…
Convenhamos que no papel esse time não é ruím. Mas ocorre que um time de futebol para disputar um campeonato nacional precisa de muito entrosamento e uma boa dose de sorte. Elenco por elenco qual é o melhor no papel, o do Atlético de Goiás ou o do Bahia? Só um pequeno e importante detalhe: o Atlético tem um time montado desde o ano passado.
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Diogo chegou, Marcos juntamente com Bebeto viram seus sonhos ruírem. Afinal, o Diogo chegou com todo o cartaz de quem vem do Sudeste e do Corinthians. Só estou esperando a sua estreia para ver se esse cara é o “cara!” que dizem ser jogando bola. Mas… Sérgio, enquanto o homem não estreia, coloca aí de volta o Bebeto, ou mesmo o Marcos, estão fazendo falta!!
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