é goleada tricolor na internet
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Publicada em 12 de maio de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Tira o meião do Vasco, ó Via…

A frase não é minha, é do próprio Vasco: “Tira o meião do Vasco, ó Viáfara”. Pois é, por mais estranho que possa parecer, o goleiro do Vitória da Bahia entrou em campo no domingo passado, em Curitiba, contra o Atlético Paranaense, ostentando um par de meiões do Vasco da Gama. A diretoria do clube carioca não gostou – talvez por causa do chulé colombiano, famoso entre cheiradores de chulé de todo o mundo.

Pergunta-se: por que o goleiro colombiano não usou o meião rosa e cinza, desbotadas cores que caracterizam a turma de Canabrava? Inventaram uma história complicada de fornecedor que não mandou material, de fornecedor que mandou material de outro clube e outras semelhantes conversas para boi dormir. A verdade, tudo indica, é que andaram traficando uns meiões do Vasco para um conhecido aterro sanitário da cidade. E os ditos cujos foram parar, com sigla e tudo, em pés indevidos.

Dizia, muito apropriadamente, o político baiano Otávio Mangabeira que qualquer absurdo tem um precedente na Bahia. Perguntar não ofende: existe algum absurdo maior, algum despautério mais inconcebível do que um clube jogar com a indumentária do outro? O Vasco está ameaçando denunciar a turma de rosa e cinza ao STJD e pode sobrar uma multa de mil reais para o Vitorinha – como chamava o ex-jogador Bebeto Gama, com muita propriedade quanto à estatura do clube.

A propósito: não dá para lembrar, sem rir, dos BA-Vis em que o zagueiro Fabão, atualmente no Santos, marcava Bebeto. Não tinha um jogo em que o já então velho “tetra” – como provincianamente chamavam alguns radialistas da época – não saísse de campo chorando: “Buáááá, o Fabão me bateu”. Bem, mas aí são outros quinhentos. O certo é que o Vasco não gostou do chulé de Viáfara e ameaça criar caso.

Por falar em BA-Vi, conversa estranhíssima rolou depois do último. Segundo a Sudesb, torcedores do time de Canabrava incendiaram dez assentos no estádio de Pituaçu e, inclusive, a diretoria do clube assumiu o prejuízo e iria pagar (não foi divulgado se o fez). Cá para nós, trata-se de inovadora tecnologia em vandalismo. Quem conhece o estádio, sabe que deve ter dado um baita trabalho. Aquilo ali deve ser difícil de pegar fogo – é preciso muita categoria para queimar esses assentos no meio do jogo, sem chamar a atenção de nenhum policial. Mas, aconteceu: os assentos apareceram queimados na área onde ficaram os torcedores canabravenses, esse é o fato.

Outro aspecto indubitável naquele BA-Vi é que o Bahia foi roubado – sem que sobre isso possa pairar qualquer dúvida. No gol de Neto Baiano, foi clara a falta que o centroavante deu no zagueiro Evaldo, ao dominar a bola. Logo depois, uma expulsão exagerada do fraquinho Cadu, cuja imprudência na jogada foi muito mais fruto da sua falta de qualidade do que de uma disposição violenta. Amarelo, no máximo. No gol de empate, o jogador que recebeu o pênalti (duvidoso) estava visivelmente impedido.

É claro que todo mundo já falou disso, mas nunca é demais insistir. Fomos roubados. Pode parecer choradeira (e vai ver até que é), mas basta repetir os lances. As imagens não deixam muita margem a dúvida. Na verdade, apesar de tudo, isso é coisa normal em futebol. Também já ganhamos roubado, sem dúvida. O que me espanta não é isso. O que realmente me deixou perplexo foi o fato de não ter havido maior discussão em torno desses lances, que em qualquer lugar constituiriam alvo de grande polêmica na imprensa. Aqui, não. Falou-se muito rapidamente da arbitragem, quando se falou. É estranho. Sou jornalista e sei que o jornalismo vive de polêmicas. Não consigo, portanto, entender que tais lances tenham passado assim batidos pela nossa imprensa. Muito estranho mesmo.

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