Tenho procurado resistir à tentação de escrever artigos para o ecbahia.com após os maus resultados do time o quais, infelizmente, vêm se tornando cada vez mais frequentes. Normalmente o faço de péssimo humor e corro o risco de transferir isso para o texto, que pode ficar belicoso e corrosivo além do recomendável. Ao ler o meu último artigo, meu filho Renê, mais tricolor do que eu, alertou: Pai, você pegou muito pesado.
O texto era sobre essa revoltante questão da adulteração do escudo do Bahia e sua substituição, no site oficial do clube, por uma viadagem tremidinha que deixou toda a torcida indignada. Reli o artigo e até concordei com meu filho. Peguei pesado mesmo. Refleti mais e constatei que peguei pesado merecidamente, espinafrando sem mais delongas o departamento de marketing do clube, responsável por esse desrespeito e pela insistência nele, sem levar em consideração a opinião de ninguém.
Não pretendia voltar ao assunto, ainda mais depois de outra derrota desse triste time que o Bahia anda colocando em campo. O que me fez retornar ao tema foi a matéria de Jorge Freire que li aqui no ecbahia.com dando conta da corda bamba em que se encontraria o diretor de marketing do Bahia, Nilton Maia, sob o risco de perder o cargo. Não seria uma decisão injusta da diretoria se assim o fizesse. O rapaz pode até ser bom, mas no Bahia praticamente só atirou fora do alvo. Não tem sabido aproveitar o potencial da marca Bahia, o amor da sua imensa torcida.
Pelo contrário, desrespeitou essa torcida com a história da mudança no escudo, uma asneira sem tamanho em termos de marketing esportivo. Não conseguiu um patrocínio máster para a gloriosa camisa do Bahia, praticamente não gerou receitas alternativas com contratos de licenciamento e patrocínio. Enfim, não evidenciou competência no exercício de suas funções, embora tenha acertado, faça-se justiça, em umas poucas coisas, como a TV Bahêa, emissora tricolor via Internet, e a modernização no layout do site oficial do clube.
Cá para nós, se o rapaz sair mesmo, não vai em má hora.
Mas, para variar, vamos falar também um pouco sobre o time. Cadê as contratações que foram feitas? Cadê o Hélder na lateral esquerda, setor onde temos penado com a inconsistência e as porralouquices de Ávine? O que é que houve mesmo com o tal do Jonathan, volante que veio e, como a Conceição, se sumiu ninguém sabe ninguém viu? E os meias, quando começam a jogar? Cadê Juninho? Cadê Juliano? Eles prestam? Alguém já ouviu falar desses caras? Até quando vamos ter que aturar Ananias como meia titular do time? Por que Léo Medeiros não é titular? E esse zagueiro Vinícius, por que não arriscar com ele, vez que a nossa defesa vem parecendo uma peneira? E Nadson, quando é que joga? Quando é que o Bahia vai parar de contratar jogadores que precisam de um, dois meses para entrar em forma? Enfim, sintetizando todas essas questões: quando é que o time vai começar a jogar bola? Isso ainda vai acontecer este ano?
Com a resposta (para todas essas perguntas), pela ordem: Marcelinho Guimarães, Paulo Carneiro, Paulo Comelli, Marcelo, Marcos, Menezes, Nen, Ávine, Rogério, Leandro, Hélton, Ananias, Alex Maranhão, Beto, Reinaldo e companhia limitada. Agora, pense bem e tente tirar um craque entre todos esses nomes explicitados aí em cima (e também nos implícitos, excluída a torcida). Pensou? Entendeu? Pois é, o problema é esse mesmo: não temos craques, da gestão ao elenco, passando pela comissão técnica. Aí, meu velho, só mesmo pedindo a Deus, rezando para não cair.
P.S. Dez minutos depois de acabar de escrever este artigo, um amigo liga para informar que Comelli caiu. E ele estava de pé?, foi a pergunta que me ocorreu. É verdade, Comelli nem chegou a ficar de pé. Foi chegando e levando cacetada. Deu uma respirada com o Campinense, iludiu todo mundo com o Vasco e depois voltou ao normal. Está vindo aí o Sérgio Guedes que tinha saído do Santo André, onde aliás foi substituído por Alexandre Galo. Agora, durma-se com um barulho desse. Galo, Comelli, Sérgio Guedes…, ora bolas, será que o problema é mesmo o técnico? De qualquer forma, que Deus ilumine os caminhos do novo treinador. É o mínimo que se pode desejar.
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