Tá tudo certo. Previsível a vitória do Bahia sobre o seu maior rival, previsível as boas rendas no estádio de Pituaçu, previsível a felicidade da torcida tricolor. Enfim, tá tudo certo! Mas nem tanto. Alguns cuidados devem ser tomados para que cada qual permaneça no seu lugar e não seja preciso, por exemplo, o presidente do Bahia, Marcelo Filho, cuidar do que não é ele que tem de cuidar.
Os melhoramentos no acesso ao Barradão deve ser cuidado pelo prestígio dos dois presidentes do Vitória – penso que são dois porque na verdade não sei quem de verdade manda mais no clube, se Alexi ou Sampaio, o ventríloquo. Isso é problema deles. O Bahia já tem os seus para cuidar e não deve estar se preocupando com os problemas dos outros.
Estou me referindo certamente ao que Marcelo Filho falou nas emissoras, dizendo que como político iria se esforçar por uma verba de 19 milhões para beneficiar o acesso ao estádio dos canabravenses. Ora, Marcelo, se é razoavelmente fácil conseguir a liberação de algo nesse montante, ainda que tão somente como político, por que então não fazer isso em benefício de Pituaçu? Gostaria de saber…
Prefiro acreditar que o presidente do Bahia falou isso em tom de brincadeira. Se ele está jogando em Pituaçu com um público máximo de 20 mil, precisando aumentar sua receita e tendo os rubro-negros da Prefeitura e Ministério Público atazanando o Bahia e, sabe-se lá com a ajuda de quem mais, acho que brincou mesmo. Em sendo verdade essa promessa, fica claro para mim que o Bahia e Marcelo Filho estão satisfeitíssimos com os acontecimentos, ou sob completo domínio da política partidária.
Se eu estiver certo – tomara que não – na minha linha de raciocínio, confirma-se definitivamente um racha politiqueiro e pequeno entre governo estadual e supostamente o municipal. Donde concluo que a “queda de braço” nem seria do Prefeito com o Governador, sim do Ministro, futuro candidato ao governo do Estado, com o atual Governador Jaques Wagner. Tá sobrando pro Bahia!
Depois dessa de Marcelo Filho, a quem admiro pelo trabalho feito no Bahia até aqui, só posso pensar dessa forma. Se assim não for, então o presidente do Bahia está se metendo onde não o merecem. Se for uma provocação orquestrada contra o Governador, é mais um motivo para o presidente do Bahia não entrar nessa fria. Isto também, presidente, é ser sábio e não se deixar usar.
Você, Marcelo, como presidente do Bahia, fazendo a torcida feliz como vem acontecendo até aqui, não precisa se curvar à politicagem. Estão querendo fazer média com o outro lado através de você, para não contrariar quem manda mais acima. Esta é a minha leitura sobre o que eu escutei você falar. Deu para deduzir dessa forma.
Por outro lado, analisando certos detalhes, fico na dúvida quanto à questão ser de política partidária. Ora, a essa altura dos acontecimentos o próprio presidente do Bahia, como Deputado Federal, já deveria ter conseguido do Prefeito a liberação da capacidade total do estádio de Pituaçu. Afinal, não é o Prefeito filiado ao mesmo partido que o presidente do Bahia? Mas aí é que está o nó que deram no pé do porco…
Estou muito à vontade para tecer essas considerações porque declarei aqui nesta coluna o meu apoio ao presidente do Bahia, e não por favor, mas por merecimento, devido às suas magníficas atitudes, principalmente por ter feito uma das maiores jogadas de marketing de todos os tempos no futebol da Bahia, que foi a contratação de Paulo Carneiro, o mais recente ídolo – sem dúvidas – da torcida tricolor. E meu também, claro.
Aproveitando que falei de Paulo Carneiro, devo dizer que foi muito legal ver a torcida tricolor gritando o seu nome em pleno Barradão. O Ba-Vi, se terminasse naquele momento, já teria valido a pena para mim. Foi uma provocação das mais sadias que já vi, embora deva ter ferido a alma rubro-negra tal qual uma costela quebrada, perfurando o pulmão. Foi um êxtase naquele momento!
Para o Paulão deve ter sido a glória, afinal fizeram com que ele saísse de Canabrava contra a sua vontade, à época. Foi talvez o começo da “vingança” de Paulão sobre os seus antigos pares, agora algozes. Mas ainda tem muito mais aí pela frente, quem viver verá. Uma coisa é certa: PC no Bahia era tudo que os rubro-negros não queriam e nem esperavam.
Mas finalizando, quero dizer a Marcelo Filho que ainda há tempo de desfazer esse estranho equívoco. Creio que talvez embalado pela vitória de 2×0 e a manutenção do recreio em Canabrava, e sendo Marcelo um moço educado, quis apenas ser gentil e ao mesmo tempo brincalhão e generoso adversário. Tão somente isto. Torço para que seja assim, até porque não gostaria que a política partidária estivesse ganhando corpo dentro do Bahia.
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