A expectativa era grande, afinal, fazia tempo que não jogávamos contra uma equipe da considerada elite de nosso futebol. Iniciamos o jogo até bem, levados pela euforia de enfrentar o líder da competição e rever novamente Felipe, o falastrão, de perto.
Não gostei da escalação. Comentei na minha última coluna que, se o Bahia fosse armado defensivamente, só chamaria o Corinthians pra cima. A tentativa de Ferdinando foi de não dar espaços, mas não adianta preencher o campo só com marcadores se quando estamos com a bola dominada, falta qualidade para distribuir o jogo. Ficamos completamente defensivos e acéfalos no meio-campo. Lá atrás, com três zagueiros, na teoria, deveríamos ter mais tranqüilidade, já que o adversário tinha apenas um atacante fixo. A sombra nunca existiu, nossa zaga parecia perdida com o deslocamento constante de Dentinho.
Fausto e Emerson Cris foram envolvidos completamente. O segundo parece não ter condições físicas de jogo ou, então, está acima do peso. Lento, ele não conseguia acompanhar o meio-campo do Corinthians, chegava sempre atrasado. Ele até sabe o que fazer com a bola, mas isso é pouco. Nosso capitão continua o mesmo. Guerreiro, valente e com muita vontade de vencer. Só que quando a bola está em seus pés, pouco ele produz.
Ávine tentou, dentro da sua característica, dar mais agressividade ao ataque. Correu, ensaiou alguns dribles, porém, sem muita objetividade. Encontrou em Alessandro um marcador de qualidade, o que terminou anulando uma boa opção de ataque que temos. Luciano Baiano continua tentando. Acredito que daqui pro final do campeonato ele fará uma partida de encher os olhos, não de lágrima, como temos visto.
Continuo achando que Paulo Roberto precisa de uma orientação. Correr no futebol não é o principal. Ele insiste em querer prender a bola e se esquece de levantar a cabeça. Quem sobra com tudo isso é Marcelo Ramos. Isolado, na maioria das vezes, até que tenta alguma coisa, vindo buscar o jogo. O problema está na seqüência da jogada. Dificilmente, vemos uma troca de passes no nosso time.
Caio foi castigado pelas bobagens que fez durante a semana. Tudo bem! Tinha de haver punição mesmo. Só que, ainda não tenha rendido o que pode, nesse time que temos, ele não pode ficar no banco. Rafael também. Não são brilhantes, mas fazem a bola rolar com mais qualidade.
Acho que o treinador se equivocou nas substituições, uma foi para corrigir a outra. Perdendo, jogando com três zagueiros e precisando do resultado, o mais óbvio seria colocar alguém com mais qualidade do meio pra frente. Ele preferiu empurrar Fausto para ala no lugar de Luciano Baiano, do que tirar um da zaga. Em seguida, ele colocou um lateral de ofício no lugar de um zagueiro, voltando Fausto para a posição de origem. Pareceu-me um pouco atordoado nosso treinador.
É isso. Quando Sobrenatural de Almeida – personagem de Nelson Rodrigues para situações inexplicáveis nos gramados – não entra em campo dá a lógica. E foi o que vimos ontem.
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O que dizer daquele lance ridículo de Rogério, tocando de calcanhar o rosto de Dentinho fora do lance de bola? É lamentável! Até que ele mostrou habilidade, mas na hora errada. Jogador inteligente sabe que hoje as punições não dependem apenas dos olhos da arbitragem. É o efeito BBB, tudo é monitorado. Carlos Alberto, meio-campo do Botafogo, que o diga. Andou colocando a mão onde não devia e pegou oito jogos.
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Repugnante também foi mais uma demonstração de burrice do nosso torcedor. Jogar qualquer objeto no gramado é passível de punição. Já aconteceu conosco antes e a coisa não muda. Acho que a lei deve mudar o quanto antes. Um sujeito que toma uma atitude dessas não pode escapar impune. O clube pode ser prejudicado por causa de uma ação irresponsável de um ou mais torcedores. Jogar fora da nossa casa nas últimas rodadas seria trágico.
A punição ideal nesses casos é fazer com que o agressor, durante no mínimo um ano, faça trabalhos voluntários no horário das partidas. Rapidinho, mudaríamos essa situação.
Saudações tricolores!
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