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Coluna

Manuelito Magalhães
Publicada em 11/10/2020 às 22h24

Sob o Signo da Incerteza

No início do campeonato, pressionado a avaliar o desempenho do então técnico Roger Machado, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, revelou que o clube traçava metas a cada bloco de seis jogos. Se não era apenas uma forma de se esquivar da pergunta, o presidente deve ter ficado bastante satisfeito quando, após o triunfo diante do Vasco, ninguém lhe perguntou sobre a avaliação dos primeiros seis jogos sobre o comando do técnico Mano Menezes, que registrava naquele momento quatro derrotas e que teve os resultados negativos ampliados com o insucesso diante do Fluminense, no Rio de Janeiro, na tarde de ontem. Com apenas dois triunfos em sete jogos, Mano vê, a cada rodada, diminuírem suas chances de fazer o Bahia brigar na parte de cima da tabela, embora isso ainda não seja de todo impossível, principalmente pelo nível (baixo) do futebol praticado pelos clubes situados na zona de classificação para a copa sulamericana.

Apesar da performance pouco animadora, fato é que a chegada de Mano Menezes ao Bahia produziu efeitos dentro e fora de campo. Do lado de dentro, a equipe tem apresentado um futebol mais competitivo, disputando todas as bolas, fazendo faltas, parando o jogo, reclamando com o juiz, à semelhança de seu treinador. Goste-se ou não, as equipes que Mano treina comportam-se dessa maneira. Tenho comigo que isso gera certa satisfação no torcedor, que passa a enxergar maior comprometimento por parte dos atletas, embora seja incorreto afirmar que não havia esse compromisso anteriormente. Fora das quatro linhas, a presença de Mano mudou a forma do clube gerir o futebol, com maior participação da comissão técnica nas decisões de contratação e dispensa de jogadores e no próprio dia-a-dia, de que é exemplo o calendário de treinos, mais intenso.

Olhando em retrospecto, pode-se perceber um outro ponto positivo da chegada do novo treinador: evidenciar as carências do elenco tricolor. Sem a muleta da “culpa é do técnico”, fica mais fácil perceber as dificuldades que temos, seja de jogadores para serem titulares, seja de peças de reposição, isso vale tanto para o setor defensivo, quanto para o ofensivo. Com cerca de quarenta por cento do campeonato já disputado, pode parecer fora de propósito imaginar possíveis reforços que possam mudar a cara do time. Se é assim, mais fora de propósito passa a ser imaginar disputar as rodadas restantes do campeonato brasileiro e mais a copa sulamericana com o elenco que temos. Será uma sucessão de vexames. O torcedor do Bahia não merece passar por mais esse sofrimento. Urge a chegada de reforços como a do jogador Elias, que não só deu mais consistência à frente de zaga, como contribuiu para a melhora acentuada do desempenho de Gregore (mesmo com a falta boba em Nenê...).

 Mas, também podemos verificar um aspecto negativo. Nesse caso, não apenas do período sob a condução de Mano, mas das quinze rodadas disputadas. O Bahia não consegue ser regular, num campeonato em que regularidade faz a diferença entre estar na Libertadores ou na zona da degola. Isso significa que a equipe não consegue manter um desempenho satisfatório, ao longo das apresentações. Dos 15 jogos disputados, conseguiu apresentar-se bem em 4 partidas: São Paulo, Internacional, Botafogo e Vasco. Nas demais, ou jogou de maneira medíocre ou alternou altos e baixos ao longo da partida, cedendo gols aos adversários, nas inúmeras falhas de sua defesa. Mesmo sob a batuta de Mano, a equipe tem sido incapaz de impor seu jogo, com exceção das duas partidas em que venceu (Botafogo e Vasco), deixando seu torcedor sob o signo da incerteza quanto ao futuro. Incerteza essa que se aprofunda a cada semana, fazendo com que muitos comecem a fazer conta de quantos pontos faltam para chegarmos aos 46 que, em tese, nos mantém na série A. Em tempo: faltam 31 pontos e 23 rodadas. BBMP!

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