Desde a partida contra o Fortaleza quando perdeu por 3 x 0 e só não tomou uma goleada histórica porque o time cearense tirou o pé do acelerador, o Bahia só descia a ladeira. E, ao contrário do que diz a letra da música do baiano Moraes Moreira, desceu do morro e veio morrendo no asfalto (se preferir, na grama). Nos mais de trinta dias decorridos a contar daquela partida, não faltaram vexames: ser goleado pelo Sport, dificuldades para ganhar de um desconhecido Camboriú, perder do Itabuna, empatar com o glorioso Fluminense, o do Piauí. Enfim, não faltaram motivos para a bronca do torcedor tricolor.
Não foram poucos os motivos para pedirmos a cabeça de Renato Paiva. Em condições normais, ele teria sido demitido após a partida contra o Sport, ainda em Recife e nem teria espaço para voltar junto com o grupo para Salvador. Mas, os tempos são outros. Estamos iguais aquelas padarias ou postos de gasolina que, flagrados cometendo irregularidades ou oferecendo produtos de baixa qualidade, logo estampam uma faixa: “sob nova direção”. Ali, para tentar não afugentar a freguesia. Aqui, para nos lembrar que os novos responsáveis pelo comando do clube são frios e teimosos o suficiente para fazer “ouvidos moucos” à pressão da torcida até o ponto em que a presença do treinador torne insustentável o próprio negócio “futebol” no Bahia ou até que o time vire a chave e reverta a situação.
A partida contra o Itabuna, sábado passado na Arena Fonte Nossa, pode ser um desses momentos de inflexão na sequência negativa da equipe. É fato que Paiva mudou o esquema tático, colocando uma linha de três defensores, com os dois laterais atuando como alas, ao lado de Acevedo, Daniel e Cauly no meio, ganhando profundidade em jogadas pelos lados do campo, particularmente em dobradas com Biel, a melhor contratação do Bahia na era City até o momento. Além disso, o treinador tricolor não jogou com linhas altas, evitando fragilizar o sistema defensivo tricolor, como aconteceu em quase todos os nossos jogos em 2023.
É fato também que Renato Paiva já havia jogado assim em dois momentos nesse ano. Contra o Barcelona, de Ilhéus, quando saímos em desvantagem e precisávamos virar o jogo, com sucesso. E contra o ex-rival, quando precisou garantir o placar favorável na partida válida pelo Campeonato Baiano. Em ambas as ocasiões, o novo esquema foi tentado a partir de alterações no decorrer da partida, nunca desde a saída de jogo, como ocorreu contra o Itabuna. Portanto, se é cedo para dizermos que os fracassos recentes levaram à alteração do esquema tático, não o é para dizermos que algo mudou no Bahia, seja resultado da pressão dos insucessos ou seja resultado da pressão da torcida. Precisamos aguardar os próximos capítulos dessa novela em que nos metemos, para saber se a mudança foi tática – para estancar a sangria em que estávamos – ou se foi estratégica, se consubstanciando numa nova proposta de jogo para a equipe. Em qualquer dos casos, há uma certeza: o grupo demanda reforços urgentes, com perfil de série A. Caso contrário, sofreremos muito nos próximos meses! BBMP!!
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