Aguço os meus sentimentos e forço o meu raciocínio para entender a burocracia do Estado, e isto me deixa angustiado e com a sensação de raciocínio lento e, por que não dizer, de inteligência abaixo da média. É uma tortura ver quanta diferença há daqueles que fazem a máquina pública funcionar com tanta desenvoltura (…), para minha pobreza intelectual.
O Poder Público me fascina muito mais pelo imbróglio que é, do que pelas suas ações antipáticas e convenientes, quase sempre, aos seus interesses ao ponto de nem mesmo ele, Poder Público, se entender com ele mesmo.
Uma dessas minhas dificuldades é para tentar decifrar o código burocrático do Estado com tantas portarias baixadas e tentar entender o funcionamento de milhares de instituições dentro da Instituição principal, o Estado. O que acaba deixando esses filhotes mandando mais que o pai, digamos assim. Não seria o carro andando na frente dos bois?
Pois é, o Ibama, órgão protetor do Meio Ambiente, é um desses órgãos que manda mais que o próprio governo! Isso dá um nó na minha cabeça dos mais complicados! É tão difícil de entender quanto as tais cotas que dá privilégios a uns e marginaliza outros. Tô fazendo uma confusão danada, não? Mas eu só estou querendo entender!
Pituaçu situa-se entre a orla marítima e a Avenida Paralela, num verde dos mais belos de Salvador, onde o governo decidiu, por necessidade premente, reformar o estádio Roberto Santos, que na minha humilde visão proletária é necessário e de fundamental interesse público social. Mas o Ibama acha que não, e é isto que eu tento entender…
Até entenderia o embargo, talvez, se logo ali mais adiante não estivesse instalado na mesma área verde o famoso e luxuoso – esse é o princípio filosófico da obra – Alpha Ville. O tal empreendimento acabou com mais de 50% da fauna e do verde maravilhosos que faziam do trajeto Salvador/Lauro de Freitas um dos mais belos e agradáveis da Bahia.
A Fazenda Cají, na sua segunda fase além Vida Nova, uma área verde riquíssima em diversidade, localizada em Lauro de Freitas, foi desapropriada em detrimento do Verde, da fauna e da paz. Hoje é reduto de favelados, traficantes e marginais. Tudo isso em nome da política mesquinha e demagoga de construir casas populares que estão lá inacabadas, e abandonadas. Ah, sim!… o Ibama não tomou partido!
Entretanto, em Pituaçu, mais precisamente nas obras do estádio, o Ibama está presentíssimo. Não li e nem me falaram nada sobre algum questionamento, sequer, do Ibama ou Ministério Público, a respeito do gigante e avassalador projeto contra a Natureza: O Alpha Ville. Eu nem discuto o projeto, discuto os critérios.
No início da devastação do verde da Paralela vi um grupo ecológico fazendo uma passeata dessas que só servem mesmo para engarrafar o trânsito, posto que as autoridades competentes nem batem as pálpebras, por assim dizer, dando sinal de alguma preocupação com os grupos ecológicos e o próprio sistema ecológico.
Mas o tal empreendimento envolve interesses da camada alta de empresários que situam-se naquele seleto grupo dos 10% mais privilegiados do país. O estádio de Pituaçu, diferentemente do Alpha Ville, é para servir à camada mais popular, que não tem força político/financeira alguma capaz de desemperrar a estranha burocracia. Futebol neste País é mais lazer para remediados e pobres.
Mas agora fala-se, depois que a Inês é morta, que o Ibama liberou, em parte, as obras de Pituaçu. O resto depende de uma maldita licença… Não vai ter que dar a tal licença de qualquer forma? Então que se estabeleçam as regras sem precisar alterar completamente o cronograma das obras.
Também não entendo por que alguns promotores do Ministério Público até hoje tentam embargar as obras do mesmo Pituaçu. É tudo muito difícil de entender, é tudo muito estranho! Um defende que há de ter uma licença, como se licença fosse algo que precisasse da aprovação do Papa. Outro invoca uma maldita licitação, como se o governo não estivesse embasado em algo legal. Dá pra entender?
A verdade é que o Governador Jaques Wagner ficou muito pouco à vontade com esses desdobramentos do cronograma das obras do estádio de Pituaçu. Isto o prejudica politicamente. A presidente da Conder, então, ficou na maior “saia justa” perante o Governador e a opinião pública.
Enquanto isso, o Bahia, que já andava com a sua condição de sobrevivência quase que esgotada, agora ficou numa situação desesperadora e não se sabe o que acontecerá a partir de então. A pergunta é: Pituaçu estará pronto até o início do campeonato baiano? O Ministério Público parece obstinado a vencer essa “queda de braço”… só não entendo muito bem o motivo. E esta é a minha dificuldade.
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É preciso esclarecer aquele tal borderô do jogo Bahia x Corinthians. Esta é uma questão na qual a transparência deve ser a tônica. Explicar é sempre bom, pois foi o próprio Bahia que anunciou o quase esgotamento – segundo a imprensa – da carga de ingressos.
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As ameaças de Eurico Miranda ao presidente do Vasco, Roberto Dinamite, é literalmente um caso de polícia. São ameaças veladas que dão asas à imaginação.
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O meu amigo Roque Mendes perdeu o controle com um colega seu! Às vezes é preciso contar até dez. Curioso é que Roque é um sujeito educado e de fino trato com as pessoas. Mas paciência perde-se em alguns momentos!
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Desta feita desviei-me um pouquinho do tema que normalmente me faz escrever esta coluna. Mas conto com a compreensão de todos, principalmente, dos diretores do site. A vontade de querer compreender fatos e políticas falaram mais alto.
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