Que o valor da venda de Bruno foi o maior da história do clube não se discute, mas que isto é muito relativo, também não se discute isso é justificativa para não levar a pecha de mais do mesmo histórico nesse quesito. Opino apenas sobre a proposta de um novo modelo de gestão segundo o qual a busca por recursos se concentraria na marca e não na fábrica.
— Ser a pedra é fácil e cômodo, ser a vidraça é que é difícil e chato, não é presidente?
Sei perfeitamente das dificuldades do Bahia para manter a folha dos seus jogadores em dia, bem como funcionários e comissão técnica, mesmo que para isto tenha de sacrificar o próprio clube com a prematura venda de jovens e promissoras promessas, mas isso só posso entender até certo ponto, já que a proposta de campanha foi outra se dizia à época da eleição que o Bahia seria reconstruído de uma outra forma, mais moderna, e isso passava por saber explorar a marca com a devida competência.
A pergunta que faço é a seguinte: como montar um grande time se a pressa atropela a paciência? Na verdade, gostaria de dizer que a pressa atropela o planejamento amplo, mas este existe nessa amplitude? Se existe, anda encaixotado e urge trazê-lo à prática!
O leitor pode achar que estou revirando desnecessariamente o passado, porque o negócio já foi fechado e não deveríamos falar mais sobre isso… Falo para lembrar ao presidente que a base de formação do clube tem de ser sustentada até o amadurecimento do produto. É falho o conceito de se vender a produção ainda verde. Bruno tem apenas 19 anos e um futuro que certamente será brilhante…
Se o Bahia acha que fez um bom negócio vendendo o jogador por 13 milhões são outros quinhentos, e isso dá pra entender porque não seria um valor desprezível, isto é, desde que fosse à vista levo em conta que o pagamento, segundo noticiado, será concretizado em meados de 2016, o que em minha opinião deixa de ser um bom negócio.
Quanto estará valendo o jogador Bruno ao final de 2016? Imaginemos que valha o dobro… 20% disso é satisfatoriamente compensador?
A péssima venda de Talisca realmente não foi exemplar, porque Bruno Paulista seguiu pelo mesmo caminho e para a mesma plaga. Parece que os portugueses descobriram novamente o Brasil e, como antes, na Bahia. Desta vez, pronto e por bagatela a perder de vista. Pelo menos no futebol.
Que me permita André Uzeda, também colunista deste site, mas quero fazer minhas as suas palavras: E, vá por mim, para quem se enxerga como “o novo” e propõe reformadas mentalidades para o futebol brasileiro este tipo de prática está desconectada do discurso. Vender jogador para saldar as contas do clube é conduta que toda a linha sucessória recente de ex-presidentes do Bahia fez.
Pois é, fez e não deu certo, e não deu certo porque estamos em outro Século e o futebol se tornou um negócio de empresários do ramo e de outros ramos também, e a isto deu-se o nome de investidores, e aos clubes a pecha de barriga de aluguel. Vale a luta para remodelar o Bahia, presidente Marcelo, mas não desse modo, porque assim fica na contramão do seu discurso. Permita-me.
DENISE
Saudade tem nome desde sempre e mora em Genebra Je taime, Deni.
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.