Inicialmente, gostaria de me apresentar aos amigos torcedores do Esporte Clube Bahia e visitantes do site ecbahia.com.br, já que este é o primeiro texto que escrevo para a coluna OPINIÃO. Meu nome é Humberto Netto, sou estudante do curso de direito e tenho 23 anos.
* * *
Quando recebi o convite de Marcelo Barreto e Nelson Barros Neto para escrever à esta coluna não tive dúvidas em aceitá-lo, pois sou um verdadeiro apaixonado pelo Bahia. Indecisão mesmo só apareceu no momento da escolha do tema que iria discorrer aqui. Ato contínuo, perguntei a um amigo e colega de estágio, Daniel Suarez Cid: Falo sobre o quê?. E veio a resposta: Rei! Fale sobre a estagnação do nosso time. O Bahia parou no tempo, quando deveria ter evoluído desde o título de 88.
Eis um tema que irá fervilhar na cabeça dos leitores, provocando debate de opiniões. E por falar em opinião, aí vai a minha:
Não posso aceitar a idéia de que um clube que tem condições de levar ao estádio uma média de 30 a 35 mil torcedores por rodada (média de clubes europeus) não se beneficie disso. E o pior! O Bahia perdeu o bonde da história, na medida em que não soube colher os frutos do título brasileiro de 1988. Muito pelo contrário! De lá para cá, o que eu tenho observado são as constantes más administrações do clube, o que, às vezes, me faz crer que o acidente foi exatamente vencer aquele campeonato brasileiro. E não é nisso que eu acredito e nem quero acreditar. Prefiro crer na hipótese de que o Bahia é viável e dentro da chamada crise do futebol irá se sobressair por conta de sua enorme torcida.
Pois bem. Voltando ao assunto … Entra ano, sai ano e a história se repete. Aquela sensação de que já assistimos aquele filme torna-se freqüente. A que filme me refiro? Eis o roteiro:
Início de temporada. A equipe se apresenta, ainda sem elenco definido. Aquele jogador das divisões de base que se destacou no último ano é negociado a preço de banana. Dos 20 jogadores contratados no ano anterior, um ou dois deram certo, mas não se empolguem, eles também foram embora. Começam as especulações sobre os jogadores que irão chegar para substituir, à altura, os que deixaram a equipe. A torcida se empolga. E, então, tome-lhe de Maracanãs, Marcos Paulos e por aí afora. Todos desconhecidos do público em geral, mas com ótimas referências e currículos apresentados pela brilhante imprensa esportiva baiana. E os torcedores, coitados, depois de ouvirem a missa encomendada de manhã, meio-dia e de noite, já estão munidos de argumentos de sobra para debater com torcedores rivais, afinal de contas Marcos Paulo colocou Calisto no banco do América do Rio e Paulo Sérgio barrou a ida de Rivaldo para a Copa de 1994. Estas são algumas das besteiras que ouvimos no rádio e na televisão e saímos repetindo por aí. Iniciam-se os torneios e o time, surpreendentemente, não vai bem. E lá se vai um punhado de jogadores e já se vem outro. O time não evolui muito e … lá se vai o treinador. Quem era mesmo? Candinho? Então agora é a vez de Evaristo. Ou quem sabe Joel Santana? Se bem que já inventaram até de encaixar Bobô neste rodízio. E empurra com a barriga. Cobre o pé e descobre a cabeça, cobre a cabeça e descobre o pé… não ganha nada de importante, mas e daí? Pelo menos ainda estamos na elite do futebol. The end. Ano que vem é a reprise!
É isso que queremos para o nosso Bahia? Obviamente, não. Por isso, cabe ao torcedor se posicionar de forma crítica, imparcial e menos passional. Exigir um planejamento profissional daqueles que dirigem o clube é mais que um direito do torcedor. Consiste em verdadeira obrigação. Não é possível que clubes como Atlético-PR e São Caetano se destaquem e evoluam a cada ano que passa, enquanto o glorioso Esporte Clube Bahia fique estagnado, sem um projeto sério de crescimento em parceria com a sua enorme torcida!
Vamos à luta!
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