Companheiros Tricolores, estamos vivendo um início de ano mais do que morno, diria que está praticamente congelado. Diversos fatores contribuem para o total desestímulo do torcedor baiano e, em especial, do Tricolor: a não realização do Nordestão, a não renovação de jogadores importantes como Geraldo e Calisto, a realização do chatíssimo campeonato Baiano, a péssima campanha no 2o semestre de 2002, a baixa qualidade das contratações, o empréstimo-venda-doação de Daniel, o início desastroso no medíocre campeonato Baiano, sem esquecer a dispensa de Robson. São motivos suficientes para tirar o tesão de qualquer torcedor, por mais apaixonado que seja.
Vamos comentar alguns destes motivos. Primeiramente, a não realização do Nordestão. Embora este fato seja um briga maior e não dependa exclusivamente do Bahia solucionar este problema, a direção Tricolor decepcionou e muito neste episódio. Adotando uma política covarde e vergonhosa, a direção Tricolor manteve-se em cima do muro o tempo todo e rezou pela cartilha da CBF durante todo o tempo. Coisa de dirigente politiqueiro que tem o rabo preso e pensa em tudo menos no sucesso do Bahia. Senão vejamos, como abrir mão da segunda competição mais rentável para o Tricolor em 2002 ? Depois do Brasileiro, o Nordestão é a principal fonte de renda do Bahia. E os nossos competentíssimos dirigentes não fazem uma forcinha sequer para que a mesma aconteça. Alegam que vão seguir o que for decidido. O Bahia é o time mais forte da região Nordeste. Uma postura decidida da direção Tricolor a favor do regional, poderia resultar em algum resultado. Não que eu esteja defendendo medidas intempestivas e irresponsáveis que pudessem prejudicar o clube junto à CBF com sua eventual suspensão nos certames nacionais. Mas nada impede o Bahia de esvaziar a competição estadual, como está fazendo o time de Canabrava. Transformar este campeonato Baiano 2003 no maior prejuízo da história dos estaduais. Somente assim, a total inviabilidade desta competição para clubes de primeira linha ficará evidente e os argumento a favor do regional serão fortalecidos. A direção Tricolor deveria defender na imprensa o campeonato do Nordeste e posicionar-se radicalmente contra a substituição destes pelos velhos estaduais. Certamente o torcedor Tricolor tem muito mais motivação para um certame regional que para o falido estadual.
No 2º semestre de 2002, nosso Bahia teve uma participação desastrosa no Brasileirão, quase nos levando de volta ao pesadelo da segundona. Em meio a todo este fiasco, duas estrelas brilharam: Geraldo e Calisto. As duas únicas contratações decentes no meio do caminhão de jogadores equivocadamente contratados no meio do ano passado. Há muito tempo nosso time não tinha jogada de ataque pela esquerda, tornando-se um time capenga e fácil de ser anulado pelos adversários. Esta dupla fez o time renascer pela esquerda e, se mantida, poderia ajudar a formar um bom time este ano que levasse o torcedor aos estádios e o empolgasse para uma boa disputa de Brasileirão. Mais uma bola fora da diretoria.
O Campeonato Baiano com todos os times utilizando seus elencos profissionais já é muito chato e desestimulante. Com o boicote do time de Canabrava – que está utilizando seu time júnior – fica mais chato ainda. Não tem adversários neste certame que sequer se aproximem do nível dos piores times da 1a divisão. Não tem adversário neste certame que se aproxime do nível dos adversários do Nordestão. Deve ter baba nas praias da nossa Bahia com melhor nível técnico que este campeonato estadual. Substituir o bom campeonato do Nordeste pelo chato e decadente campeonato baiano foi uma dos maiores erros dos cartolas do nosso estado, e o pior, com a complacência dos dirigentes Tricolores.
A péssima e vergonhosa campanha no Brasileirão 2002 aliada às fracas contratações para 2003, deixam o torcedor Tricolor com muito baixas perspectivas para o campeonato. Por diversas razões, dentre as quais não querer presenciar mais um fracasso, boicote às políticas administrativas do Bahia, entre outras; o torcedor simplesmente some dos estádios, deixa de acompanhar o noticiário esportivo, deixa de adquirir produtos com a marca do clube, ou seja, prejuízo certo. Definitivamente, os homens que comandam os destinos do Tricolor estão dando provas claras que não têm a menor habilidade para o negócio, está no lugar errado, no momento errado. E o pior: não reconhecem isto.
Como se não bastasse tudo isto, o último presente da diretoria do Bahia para a Nação Tricolor: a doação de Daniel para o Sevilha da Espanha. Não seria nem um mal negócio emprestar o jogador pelos tais US$ 500 mil, mas fazê-lo com passe fixado, me desculpem é um ato de burrice. Um jogador novo, habilidoso, talentoso, promissor, titular absoluto da seleção sub-20, com tudo para ser em alguns anos titular absoluto da seleção principal e será doado por míseros US$ 1,9 milhão. Jogador que daqui a alguns anos será revendido pelo Sevilha por US$ 5 milhões ou mais. É ou não uma grande burrice destruir seu próprio patrimônio desta maneira ? Sinceramente, não dá para acreditar que existem boas intenções por trás das ações dos dirigentes do velho Esporte Clube Bahia, que apossaram-se do departamento de futebol do Bahia S/A.
Pois é meus amigos, com toda esta baixa estima, ainda assim continuamos amando e sofrendo por nosso time, pelo nosso Esquadrão de tantas glórias, pois sabemos que por mais incompetentes e mal intencionados que sejam estes politiqueiros que comandam nosso clube hoje, eles irão passar e o Bahia irá permanecer, nem que tenha que morrer e renascer das cinzas. É hora destes senhores que comandam o Tricolor terem um mínimo de vergonha na cara e se retirarem de mansinho, abrir espaço para as novas gerações de Tricolores, quiçá verdadeiramente competentes e bem intencionados.
Fico por aqui, desestimulado e temeroso pelo futuro do nosso Tricolor.
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