A intervenção no Bahia segue a passos largos, e aos poucos vai-se descobrindo, por exemplo, que a briosa Caixa Econômica Federal não possui agências no Estado da Bahia a ponto do nosso Bahia ter que abrir contas bancárias no Estado de São Paulo. Isso preocupa muito os milhares de mutuários do Sistema Financeiro de Habitação na nossa terra querida, os quais sentem-se lesados e reivindicarão em breve seus direitos perante o mais ilustre tricolor nas fileiras caixenses, por sinal um dos diretores desta tradicional instituição bancária.
Segue o advogado do clube (ou do ex-dirigente?) em sua retórica causídica, enobrecendo esta valorosa categoria ao expressar toda a indignação da cartolagem mundial para com o malvado e maquiavélico interventor. Telegramas, e-mails, discursos inflamados – inclusive do comandante das Forças Armadas egípcias – condenando este verdadeiro vilipêndio ao nobre ofício que é o de Dirigente de Phutebol. Onde já se viu?! Um verdadeiro acinte à nobreza do DeP (Dinâmico-e-Phuturista) e a todo o sangue azul tirirical que lhe é peculiar!
Urge intervenção da intervenção pelas Forças de Segurança da ONU no Fazendão! Presidente de clube espanhol de segunda categoria, revoltado por não poder comprar jogador a preço de banana no sacolão tricolor, bota a boca no trombone e exige a volta da Feira da Dona Xêpa do Phutebol brasileiro! Dirigente da cara brocada de lá Daleste (R.I.P.) preocupado até o talo com os desdobramentos jurídicos vinculantes ao que acontece atualmente no tricolor baiano. Meu Deus, meu! Santa Jurisprudência, Batman!!
Eis mais uma vez a Bahia lançando moda, e sendo a ponte para um novo tempo. Ontem, ao empatar com a Ponte das macacas na dita capital paulista dos veados, o zoológico de feras tricolores parece jogar mais solto, com mais confiança; devolvendo inclusive ao torcedor a sensação de que existem onze (+7) homens em campo e fora dele ao envergar o manto tricolor. Seria impressão minha, culpa do vinho barato que tomei em casa na hora da partida, ou realmente existe psicosfera negativa, clima ruim, ambiente carregado, sobrenatural, salários atrasados, falta de comando ou outras coisas que nunca-vi-nem-comi-eu-só-oiço-falar??? Não, este time não vai a lugar algum a não ser à disputa pelo tricampeonato do Brasileirão do Não-Rebaixamento, mas a sensação que o Bahia de agora dá ao torcedor é de mais leveza no modo de encarar a situação desta equipe na tabela. Que assim permaneça.
Parodiando o alemão bigodudo, a intervenção é a ponte entre os homens que tanto fizeram mal ao nosso clube e o verdadeiro super-homem que dizem ser nosso mascote. O importante, nessa ação intervencionista, é ser ponte e não meta de um clube forte, sólido e resistente como o aço. Homens são instrumentos, e não um fim em si mesmo. Nomes serão lançados após o término dos trabalhos do eminente causídico que dirige temporariamente o Esporte Clube Bahia. Após a regularização das instituições internas do clube, conforme a Justiça, haverá um pleito eleitoral pretensamente transparente e justo; e que vença o melhor candidato. Mesmo que os já tradicionais e cediços nomes de sempre possam perfeitamente se aventurar nas urnas temendo pelos “aventureiros” de outrora, certamente haverá oportunidade de a torcida escolher o novo, o qual possa alinhar-se com o presente e futuro renovando o Bahia rumo a uma nova fase. Depende apenas dos seus associados e futuros novos conselheiros.
Eis a Bahia lançando moda mais uma vez. Primeiro, para desespero de um tal Pinzón pernambucano que gosta de navegar num Cabo, foi na Bahia que começou um lugarejo chamado Brasil, tal qual se constitui na atualidade. Em 1798, uns alfaiates baianos sem vergonha tentaram; mas em 1823, após o grito do Ipiranga, uma mulher baiana vestida de soldado ajudou a consolidar a independência do Brasil. Em 1959, um time de um certo lugarzinho foi o primeiro campeão da primeira competição nacional de futebol no nosso país, derrotando o adversário que tinha na equipe um negão de três corações. Em 1988, o primeiro campeão brasileiro nordestino pós-1971 (sem tapetão) saiu da Bahia. Essa baianada é fogo! Será que é por isso que a gente incomoda tanto o paulistano da cara furada? Será que é por isso que um goleirão gaúcho até hoje sente as picadas do vodu que fizeram para ele há quase vinte e cinco anos?
Mandando mais uma vez o meu abraço a todos os profissionais de imprensa que não gostam de carne de charque, homenageio o recente Dia do Rock com uns versinhos, psicografados por mim a partir do espírito Mumu da Mangueira (lá dele):
Rátis!
Saiam dos sapátis
Do torcedoris sodomizadis…
Saudações Tricolores!
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