O Bahia está muito bem servido de treinadores. Roger Machado e Dado Cavalcanti são em minha opinião o que o Bahia poderia ter de melhor nos respectivos comando técnico dos times A e B. São estudiosos, laboriosos e sabem vender bem suas ideias aos seus comandados. Tropeços às vezes acontecem, faz parte do futebol. O que não quer dizer fracasso. É do jogo e este não é uma ciência exata – o futebol não é ciência exata.
Ainda não vi em Roger Machado qualquer coisa de incompetência, exceto uma falha ou outra. Falhar, ou errar, faz parte da natureza humana, mas no atacado ele tem se saído muito bem. Sigo achando que Roger é o treinador ideal para o projeto em desenvolvimento no Bahia que visa em médio e longo prazos ser muito mais do que é atualmente em nível de competição nacional. Porém esse caminho tem de ser trilhado passo a passo e com muita responsabilidade.
Não é demais lembrar que a escola gaúcha de treinadores forma uma maioria muito bem sucedida. É copeira por cultura e sabe lidar muito bem com as competições da América do Sul. São compenetrados defensores dos seus respectivos estilos. Na Bahia conceituaram Roger, equivocadamente, pelo que o Bahia fez na segunda fase do C. Brasileiro do ano passado. Ele chegou como “bombeiro” e teve de apagar o fogo fazendo-o muito bem com o material que dispunha então. Fez isso enquanto deu para fazer, depois não teve alternativa.
Agora é diferente porque Roger é o patrão da situação. O Bahia atual joga com quatro atacantes e não é por pressão de torcida, como apregoam, sim porque o time foi formado neste ano dentro das características do que Roger pediu. Mas ele precisa de tempo para implantar sua filosofia. Imagine um time fazendo um terceiro jogo na temporada, em seguida o quarto e o torcedor pedindo a cabeça do treinador sem nem os jogadores terem assimilado ainda o novo modelo tático.
– É muita exigência e imediatismo juntos por parte do torcedor, mesmo porque para tanta exigência o Bahia ainda não tem esse respaldo todo. Isto seria possível caso o quadro de associados chegasse, como esperado, a 100.000 sócios.
Tem muito torcedor achando que um orçamento de 170 milhões aproximadamente já faz do Bahia um clube capaz de ser campeão brasileiro competindo com Palmeiras, Flamengo, Gremio, São Paulo, Inter etc. etc… Andem devagar com o andor porque o santo é de barro. Não é só o Bahia que cresce, outros clubes de médio porte estão buscando de forma organizada e sustentável um espaço no contexto tanto quanto o Bahia. Isto significa um campeonato neste ano ainda mais competitivo do que o do ano passado.
Então é deixar que os treinadores façam seus trabalhos em paz porque doação diária e competência não lhes faltam. Especialmente no caso de Roger que já rejeitou propostas de outros clubes e no Bahia quis permanecer porque sabe do potencial que tem o Tricolor e do que ele, Roger, pode fazer em pró de um Bahia melhor em todas as competições da temporada. O calendário é que é injusto, pois, iniciar uma temporada já disputando uma Copa Brasil é no mínimo irracional.
Outra coisa que causa-me espécie é o preconceito contra o trabalho de Diego Cerri. Não sei o porquê. Até me dizem, mas não consigo aceitar porque na prática vejo um profissional diferenciado e conhecedor do que faz. Eu diria que Cerri está atualmente entre os três melhores gestores de futebol no Brasil. Não sou o único a achar isso, é só ver a cotação de Cerri no mercado. Emprego para ele não seria um problema porque se sair do Bahia o mercado o abraça, mas para o torcedor ele é incompetente – em minha opinião ele tem se mostrado competente.
O elenco que aí está foi montado por Diego Cerri. Ou alguém tem dúvida disso? Não é o presidente quem vai ao mercado buscar jogadores – não é essa a sua função –, Cerri é o responsável por essa busca porque possui um excelente banco de dados. Rodriguinho é exemplo disso. Pode até vir a ser uma decepção, mas inegavelmente é craque e sua vinda ao Bahia é fruto do trabalho de Diego Cerri.
Tudo que acontece pertinente ao futebol no Bahia é Diego Cerri o grande mentor. Não concordei evidentemente com o quase desmanche da Divisão de Base e critiquei, porém foi erro de cálculo no planejamento do clube e que está sendo corrigido, principalmente, pela condição de trabalho que o atual CTEM proporciona. Nesse momento o Bahia não precisa de pressão exacerbada, sim de compreensão.
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