Diante da absoluta falta de assunto para falar do Bahia, vamos aqui chorar pitanga.
Sim, acabamos de perder para um dos dois cariocas que ainda sobrevivem no campeonato almejando a Libertadores. Resultado normal diante de quem não se dá ao respeito.
Segue o Bahia sua triste sina, diante do inexorável rebaixamento. Para tanto, o presidente Belintani contratou um gestor de futebol ligado ao Liãozinhu do Ricifi, clube recém-egresso da Segundona nacional. Filho do macaco-velho Ricardo Drubscky, treinador de futebol de ofício e hoje manager, o filho-pupilo Lucas, que está ingresando no Bahia, definiu assim seu estilo de gestão, quando estava no Rubro Negro pernambucano:
“Eu sou adepto da gestão humanizada. Pois ao meu entender essa é a melhor forma de gerenciar as pessoas. O relacionamento é a chave para uma boa gestão. O fato de se importar com a pessoa, com o que ela pensa, sente e estar próximo e, isso gera ambiente de trabalho harmônico capaz de solidificar a relação de confiança. E dessa forma, o gestor fica mais a par de tudo o que acontece no clube e culmina com a melhora nos resultados”
Belo discurso, assim como costumam ser os discursos do seu novo patrão Guilherme. Somos, é claro, favoráveis a qualquer iniciativa que torne ambientes de trabalho mais agradáveis e façam o jogador produzir mais. No entanto, resta saber se a técnica revolucionária vai dar certo no time de Rossi, Rodriguinho, Gilberto e cia ltda. Amém!
Por sinal, o papai Ricardo não conseguiu fazer o Cruzeiro nem chegar perto do G-4 da B, só escapando do descenso à C por causa do ultraexperiente Felipão do Sete a Um (Sorry, colega Manuelito, por copiar o título da sua coluna), que começou sua carreira em clubes de divisões inferiores do futebol brasileiro. Anyway, 2021, o ano que não começou, terá clássico Ba-vi e uma verdadeira pedreira contra o ultratradicional Cruzeiro, nosso velho carrasco do…. Sete. A Zero. E do Seis. E do cinco….
(Nem preciso comentar que Felipão, ao vendo que sua missão fora cumprida – impedir o fim do Cruzeiro, pulou fora da barca antes do campeonato acabar. De qualquer forma, eles tentarão vir com tudo neste ano)
Nos noventa anos do Bahia, há pouco o que se comemorar. Estou sabendo até de atacante contratado que passou o ano todo sem marcar um gol sequer. Será que ele foi contratado por aplicativo de scout? Na espera do churrasco de língua e tomando água gelada.
Nos noventa anos do Bahia, recém celebrados, além de perder para o Fluminense, outra derrota fora de campo, para outro carioca: o Flamengo. Depois de toda a polêmica com o jovem (e excelente) colombiano, acusado de injúria racial, o Superior Tribunal de Justiça Hevertoniana Desportiva convocou os envolvidos pelo Urubu para depor a respeito do caso, e ninguém deu as caras – o que causou o arquivamento do processo. Quem é leitor dos meus textos (uma moquequinha, creio eu, composta de valorosos tricolores) sabe que alertei, à época para o suposto jogo armado pelo Flamengo para se aproveitar da situação (que até agora não surgiu um indício de que tenha sido como disseram que foi). Nada conspiratório, como alguns tricolores complexados querem fazer crer; mas esses pontos ganhos pelo Flamengo (de virada, no fim do jogo e em cima da nossa fragilidade defensiva) foram preciosos para que estejam, ainda, brigando pelo título do Brasileiro, diante de um elenco problemático e cheio de estrelismos, que experimenta o terceiro treinador do ano. Ainda, conseguiu chamar à imprensa para a causa Flamenguistoide, que vende jornal pra caramba, e tome-lhe sustenido hashtaguiano nas redes sociais do tipo “Somos todos brasileiros: nascemos no País de Gerson!”
Enquanto isso, Belintani, O Sereno, vê com muita naturalidade a mácula que o péssimo desempenho do Bahia está causando “no currículo dos jogadores”, uma vez que pelo menos um deles, o Rodriguinho, já teve passagem pelo Corinthians e desde então era tido e havido como boêmio, o que fez rebaixar seu valor de mercado, indo parar no Nordeste – a despeito da excelente técnica que tem, deve ter fim semelhante ao seu colega Jobson.
Rodriguinho é apenas um elo da cadeia de múltiplos fatores que devem levar o Bahia à Série B, da qual só poderá escapar por combinações de resultados alheios. Belintani, de fato, não conseguiu transpor o formalismo e o academicismo do mundo corporativo para o Futebol, ramo no qual há fatores humanos de extrema relevância condicionados a comportamentos e jogos de bastidores. Mesmo assim, temendo uma desestabilização administrativa, o sócio ainda escolheu sua continuidade em massa: paciência.
Uma Série B não apenas matará o tão propalado “maior orçamento do Nordeste”, e sim, jogará o Bahia em uma competição super disputada nas duas pontas da tabela, obrigando o Bahia a se reinventar. Mas enfim, já falamos aqui do “paradigma DNOCS” e o quanto isso mantém dirigente vendedor de sonhos.
Saudações Tricolores e um excelente 2021 a todos: com vacina, com VIDA e sem essa desgraça dessa doença do inferno. É isso que importa, o Bahia, diante de tudo isso, é apenas algo em segundo plano. Abraços!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.