Era uma vez um paisinho atrasado e historicamente espoliado por dinastias de reis absolutistas que atrasavam sua Nação fazendo o que bem entendiam, mandando e desmandando, prendendo e soltando a seu bel prazer, sem dever satisfações a ninguém.
Mas, conforme Rousseau afirmou, sábio é o povo que se submete ao jugo do tirano quando não pode a ele se opor. Contudo, mais sábio ainda o é quando sacode o jugo assim que tem condições de fazê-lo.
E foi no reinado de João Sem Terra que o povo desse paisinho sacudiu o jugo e legou à humanidade a Magna Carta, o estatuto que obrigava o rei a respeitar a Lei e, dentre outras coisas, estabelecia que Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra..
Essa conquista não veio sem luta! Sangue foi derramado, gente foi torturada e traições foram perpetradas na calada da noite, enquanto o monarca insistia em sua tentativa de manter o poder absoluto, anulando o estatuto mesmo após assiná-lo em cerimônia pública.
A essa altura, o povo que se comportava como cordeirinho já tinha decidido levantar-se e erguer-se repetidamente, sucessivamente, a cada golpe, a cada traição, retornando à batalha cada vez mais forte, insistindo persistentemente até que os cordeirinhos tornaram-se leões.
Essa história carrega em si um peso moral tão elevado que inspirou lendas mundialmente cultuadas como a de Robin Hood, mítico herói medieval inglês que é universalmente conhecido por roubar dos ricos para dar aos pobres e combater o tal João.
O paisinho do qual tratei era a Inglaterra e a Magna Carta era o primeiro golpe que levaria à queda do absolutismo e ao estabelecimento da constituição desse país, que viria a se tornar, devido à pujança proporcionada por seu pioneirismo na conquista das liberdades individuais e da democracia, no maior império já visto na história da humanidade.
Do destino de João e seus bajuladores, prefiro nem comentar.
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Sábado, 17 de agosto de 2013, o maior clube do Norte e Nordeste, primeiro campeão brasileiro, primeiro time brasileiro a disputar uma Libertadores, dono da torcida de ouro, a maior e mais apaixonada do mundo, conquistou, com suor e lágrimas, a sua Carta Magna.
O torcedor do Bahia hoje pode dizer, sem medo de ser feliz, que é dono do seu clube. Pois agora o Bahia é livre e tem o estatuto mais democrático do Brasil.
Essa data tem que ser gravada em uma placa de ouro e diamante, juntamente com os nomes dos heróis que insistiram, persistiram, caíram e ergueram-se repetidamente, cada vez mais fortes, até finalmente libertarem o clube.
Obrigado aos sonhadores da Revolução Tricolor, Associação Bahia Livre, Movimento Unidade Tricolor, Democracia Tricolor, Embaixadas independentes, aos blogueiros do BBMP, aos sites Futebol Bahiano, ecbahia.com e SempreBahia, aos foreiros do ecbahia.com, ao movimento Bahia da Torcida e a todos que de alguma forma contribuíram para que nosso sonho fosse alcançado.
Obrigado a esses heróis, pessoas comuns que se tornaram-se leões ferozes na defesa de nosso sonho.
Essa história está longe de ter um fim e terá sido apenas o primeiro passo no futuro de glórias que advirá para o Esporte Clube Bahia, que como uma fênix ressurgida das cinzas, Renasceu para Vencer!
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