Rei morto, rei posto. Seguindo essa premissa monárquica o Bahia agiu rápido e já tem um novo treinador. Este é Rogério Ceni, nascido no interior do Paraná, na cidade de Pato Branco, depois morou em Curitiba com seus irmãos. Em seguida, ainda na infância, mudou-se com toda a família para a cidade de Sinop, no Mato Grosso.
Foi revelado como goleiro pelo Sinop, da cidade homônima, onde até hoje mora a maior parte dos seus familiares. Com apenas 17 anos em 1990 foi lançado no time profissional e ganhou seu primeiro título estadual. Na época ele se dividia entre o trabalho no Banco do Brasil e a prática esportiva.
Pragmático, o técnico de futebol Rogério Ceni se define como um treinador que gosta e adota a disciplina profissional como fator preponderante para ele e seus comandados. Vejamos abaixo alguns breves recortes de entrevistas suas.
“Meu relacionamento com jogadores, funcionários… Eu conheço os mesmos porteiros e o pessoal da cozinha há 20 anos – referindo-se ao São Paulo –, cumprimento todos, trato bem a todos.”
“Tem departamento que precisa melhorar mesmo. Quando eu cheguei não tinha água na piscina, tinha cadeira e mesa. Eu sou o cara chato que pediu para colocar água na piscina”.
“Se um jogador está parado há 30 dias no DM, quando eu vejo o jogador indo embora às 13h45, penso que está perdendo a oportunidade de melhorar rápido. Quando eu me machucava, tratava de manhã, de tarde e de noite para voltar rápido… Então são ajustes e cobranças que geram insatisfação porque a pessoa tem que trabalhar por mais tempo. Eu penso no melhor para o clube”
Esse é o novo treinador do Bahia que chega para trabalhar firme e forte. Tem o lado pelo qual muito se diz sobre sua saída do Flamengo, que teria sido por indisposição com alguns jogadores. Mas quando ele se tornou, de novo, treinador do São Paulo, ficou claro que tudo não passava de boatos maldosos porque ao chegar no Maracanã para enfrentar o Flamengo, o que vimos pela Tv foram jogadores do próprio Flamengo, capitaneados por Gabi-gol, abraçando efusivamente, um por um, ao Rogério Ceni.
Que Ceni tem uma personalidade marcante não há dúvidas, mas isso é diferente de prepotência. Ele foi jogador durante a maior parte da sua vida e sabe como lidar com os mesmos. Sabe as manhas, sabe quando brincar e quando falar sério. Às vezes, alguns jogadores confundem funções e ignoram a superioridade hierárquica, então acaba gerando uma eventual insatisfação que “magicamente” chega na imprensa de forma distorcida e, não raro, a própria imprensa se encarrega de estigmatizar o profissional.
Rogério foi o escolhido pelo Bahia porque é um treinador que se aproxima muito da filosofia do City Football Club, inclusive, por conhecer de perto a estrutura do City onde esteve fazendo uma breve especialização, assim como do mesmo jeito esteve com Guardiola fazendo um breve estágio ainda na época do treinador no Bayern de Munique.
Este colunista, logo que Renato Paiva pediu a demissão, não tinha nenhuma expectativa sobre a vinda de Rogério Ceni, mesmo porque a nossa preferência tinha um outro nome. Mas logo ao saber que o Bahia e Ceni se acertavam, mudamos completamente o foco e passamos à Era Rogério Mücke Ceni.
É um treinador novo e de ótimos conceitos para o futebol, como por exemplo; a disciplina europeia como princípio para comandar; estudioso; sabe ver o jogo para mudá-lo taticamente; sério no trato com a imprensa – isso não pode ser confundido – e o torcedor; conhecedor do futebol brasileiro na sua essência; jovem e apenas dirigindo o quinto clube na carreira – ressalvando o fato de ter trabalhado duas vezes respectivamente no São Paulo e Fortaleza.
Acho que uma nova etapa se inicia e o torcedor vai necessitar ter a devida compreensão para eventuais dificuldades que por certo serão encontradas pelo novo treinador. Ele terá de impor o jeito dele perante o grupo que, da sua parte, também poderá ter algumas dificuldades para entendê-lo. A torcida desejou uma mudança e de uma forma ou de outra a obteve. Agora é apoiar o novo treinador porque capacidade para modificar o panorama atual ele tem, e vai conseguir.
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