Às vésperas de acontecer um jogo, que considero ser o jogo do ano para o Bahia, dá aquele friozinho na espinha dorsal e uma dúvida paira sobre a minha cabeça… O Bahia tem time melhor que o Vitória? Não sei, só sei que os dois nesse clássico entram exatamente iguais, se olharmos seus resultados nos últimos jogos pelo campeonato baiano. Engasgaram-se com Bahia de Feira e Camaçari, respectivamente.
Há um atenuante natural para essa igualdade, que é o fato de entre Bahia e Vitória, por tratar-se do maior clássico do Norte e Nordeste, não haver favorito. Quem jogar com mais inteligência e aproveitar as melhores chances do jogo será o vencedor. No Bahia a responsabilidade está agora com os jogadores. Salários em dia, repouso num resort afastado da muvuca que antecede o clássico, e ingressos esgotados sinalizando a presença da torcida garante o algo mais necessário aos jogadores.
Fica tudo então sob responsabilidade da Federação e do árbitro designado por ela, FBF. A responsabilidade de um não é menor que a do outro. Cada um que faça a sua parte da melhor forma possível. A torcida quer ver, também, um show de arbitragem.
Aliás, quando do jogo Bahia e o xará de Feira, o árbitro errou por ele e pelo de domingo próximo. Não cabem mais erros. A cota está esgotada. Tenho certeza que o departamento de árbitros cuidou muito bem desses detalhes durante a semana e as torcidas de Bahia e Vitória podem ir em paz quanto à arbitragem. A torcida do Bahia, especialmente, espera que o raio não caia pela segunda vez no mesmo lugar. Precisamos de bons acontecimentos.
O que precisa ficar claro e acima das politicagens é que a Bahia precisa de representantes fortes no campeonato brasileiro. Não raro, fico uma arara quando não vejo nos canais de televisão, a nível nacional, especializados em futebol e demais esportes sequer mencionarem o futebol da Bahia… Mas, pensando bem, que motivo há para se falar do futebol baiano, exceto quando há algo desabonador? Nenhum.
Veja o leitor que Minas e Rio Grande do Sul estão sempre nos noticiários. Isto se deve ao modo como o profissionalismo é tratado por aquelas bandas. Internacional e Grêmio, costumeiramente, estão recorrendo à contratação de jogadores argentinos, uruguaios, paraguaios etc. Todos de bom nível técnico e até acima da média. Por que aqui não é assim?
Particularizando o Bahia, a vinda de Paulo Angioni pode estar sinalizando essa nova época profissionalizada. Não é uma questão de otimismo exagerado deste colunista, é uma realidade que se aproxima pra valer – quer queiram ou não a galera do quanto pior, melhor – do Bahia.
O futebol há muito tempo já não comporta amadorismo maciço como o de antes. Justiça seja feita a Antonio Pithon, ex-presidente do Bahia, que falava isso à época, e o viram como um empresário em dificuldades financeiras querendo apenas um emprego…
O Bahia tentou com Paulo Carneiro nesta gestão e não deu certo. Desde então o presidente Marcelo Filho não parou de procurar esse gestor, e me disse, à época, que iria fazer de tudo que fosse possível para trazer Bebeto de Freitas ou Paulo Angioni. Os dois e mais outro, falha-me a memória, foram consultados e a possibilidade dessa contratação passou a ser real. Pegava em detalhes e pendeu definitivamente para Angioni. Até que, finalmente, depois de inúmeras negociações, este aceitou o desafio.
Continuo, sim, apostando num futuro muito bom para o Bahia, porque acredito no profissionalismo, sempre clamei por isto. Se há vontade as coisas acontecem, e a vinda de Paulo Angioni, que pode até não dar certo por aqui, foi um bom acontecimento para o Bahia.
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