Mais uma vez o Bahia está no palco, voltou à cena dos principais acontecimentos em pleno Dezembro ao anunciar oficialmente a vinda do “explosivo” Paulo Carneiro. Exaltado neste momento por parte da torcida tricolor já está deixando a sua ex-torcida em estado de choque, e certamente não é pra menos, pois, uma transação desse porte, antes impensável, acontece justamente no futebol da Bahia de provincianismo histórico. Como as coisas mudam, não é?
Numa proporção menor vi apenas o caso de Mota quando foi levado pelo próprio Paulo Carneiro do Bahia. Mas foi algo que mudou a história de Bahia e Vitória. Agora o barulho do impacto foi bem mais forte na cabeça do torcedor rubro-negro que foi à época na cabeça do torcedor tricolor, apesar de Carneiro está afastado há três anos. Pude avaliar isto no domingo, no clube em que jogo os meus babas.
Dá pra pensar em mudanças sim, senhores! Não resta a menor dúvida que a contratação de Paulo Carneiro como Manager do futebol do Bahia é, paradoxalmente, neste momento, de uma felicidade à toda prova se olharmos pelo lado empresarial, e isto é um sinal positivo de que as coisas no Tricolor podem e devem estar mudando.
Paulo Carneiro sempre foi um admirador inconteste da torcida tricolor e falava em bom tom, quando presidente do outro lado, que se o Vitória tivesse a torcida que o Bahia tem seria imbatível e um dos maiores clubes do mundo. Agora você tem a chance, Carneiro, de realizar o seu sonho como dirigente e entrar para a história do futebol baiano como o homem que salvou o destino de dois rivais. Aí está, à sua disposição, a torcida do Bahia e a coragem do seu presidente ao contratá-lo.
Particularmente acho-o um baita executivo do futebol, embora tenha ficado reticente quando soube que o Bahia o contrataria, além de a notícia ter me apanhado de surpresa. Não me espanto entretanto com essa dinâmica no futebol baiano, pois eu sempre clamei por isto, por achar que o clubismo já se foi há muito tempo. Hoje impera o profissionalismo. Sem essa demagogia ufanista de “não aceito um rubro-negro no meu Bahia”. Eu aceito sim porque hoje manda o dinheiro, consequência do profissionalismo bem feito, e é pela falta desse profissionalismo que o Bahia se encontra arcaico e esquecido.
Marco Aurélio, aquele dirigente do São Paulo, é santista rôxo e trabalhava no próprio Santos. Atualmente o São Paulo o tem como imprescindível. Paulo Angioni é vascaino e Ronaldo Fenômeno é flamenguista de carteirinha. Bebeto Freitas tá de volta ao Atlético Mineiro e era presidente do Botafogo. Clubismo…
Carneiro pode não dar certo, mas que a tentativa é acertada não há dúvida. O Bahia começa a ser planejado pela primeira vez em sua história. Mas há quem possa questionar a contratação de dez ou mais jogadores como indício de ausência de planejamento. Não é. A intenção é sacudir o Bahia e a sua torcida conquistando de início o campeonato baiano, e para tanto será preciso contratações de jogadores experientes em nível de série A.
Há uma necessidade de pressa, Janeiro está à porta e as divisões de base do Bahia não oferecem suporte técnico suficiente para se montar um time, e o que sobrou do elenco deste ano não é suficiente. Aí é que entra Paulo Carneiro como o homem decisivo do futebol do Bahia. Se alguém tem que estar preocupado com alguma coisa esse não deve ser o torcedor do Bahia…
Pelo menos Marcelo Filho começa dando demonstração de que chegou para revolucionar o futebol no Bahia e acabar com mitos e estigmas. Quer queiram ou não, é assim. Estarei aqui para apoiar tudo que for certo, e Paulo Carneiro é um investimento que eu acho certo. Se ele é centralizador, de personalidade forte, grosso como dizem, autoritário etc., são outros quinhentos e Marcelo Filho deve ter pensado e analisado tudo isto. Até porque os resultados serão cobrados.
Quanto ao retorno de Mota… faz parte de como se quer planejar o Bahia. Não sei se Mota é o melhor neste momento para o clube, mas não serei leviano ao ponto de dizer que ele não serve. Em sua última passagem no Tricolor ele esteve como diretor de futebol, não deu lá muito certo. Agora ele volta para fazer o que melhor sabe, Divisão de Base. Tem todas as chances de dar certo.
Eu não discuto temperamentos, discuto a capacidade profissional de cada um. Não MAIS discuto situação ou oposição, deixo isto para as viúvas chorosas. Eu discuto o momento, o potencial do Bahia e do seu quadro diretivo e, principalmente, do seu presidente. Até aqui, pós eleição, suas atitudes têm me agradado. Diria isto de outro qualquer que não fosse Marcelo Filho, para isso bastaria que as atitudes me convencessem assim como me convenceu a atitude de Marcelo ao contratar Paulo Carneiro.
Enfim, a sacudidela no futebol do Bahia já foi dada, e no futebol baiano também. Daqui em diante veremos se as consequências se inclinarão para os anseios dos pessimistas ou dos otimistas, onde me incluo. É claro que não faltará torcida contra o sucesso de Marcelinho, Bastos e Paulo Carneiro. Os plantonistas à favor do contra estão torcendo desesperamente para que tudo dê errado, é isto que eu não entendo. Aliás nem quero entender, quero apenas acreditar.
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