Quem morre de véspera é peru. Gallo, não! Clássico é clássico e a ordem das coisas é imprevisível. Seria sonhar demais chegar na casa do adversário e enfiar dois a zero? Eu acho que não. Considero o jogo de domingo vindouro mais fácil, porque quem tem a obrigação de sustentar a vantagem de acordo com o regulamento é o Vitória. Seria muito feio perdê-la em seu próprio reduto. Ao Bahia cabe apenas ganhar com diferença de dois gols e jogar bola, sem medo e sem as mexidas erradas de Gallo.
Porém, esses são os problemas do Bahia… Algumas mexidas equivocadas de Gallo, falta de atacantes que definam com precisão e um meia que retenha a bola para enviá-la ao ataque com categoria. Não sei se existiu algum problema com Léo Medeiros. Não duvido. Mas que ele jamais deveria ter saído do time, isto é indiscutível. Principalmente num jogo decisivo onde a classe mais refinada dita as normas desse jogo. Quer queiram ou não, Léo no atual elenco é peça fundamental.
Eu respeito o trabalho de Gallo, mas reconheço que ainda há a necessidade de uma experiência maior por parte dele, não sou nenhum especialista para analisar comportamentos táticos, mas vejo que há falhas em algumas substituições feitas por Gallo. Se Léo Medeiros foi sacado por opção tática, então Gallo começou perdendo o jogo neste quesito. O elenco que o Bahia possui não é nenhuma “brastemp”, mas também não é ruim. Acho-o médio, mas um médio que na mão de um estrategista como Evaristo (pena que ele já parou) daria para reverter algumas deficiências.
Sei que a comissão técnica que está aí foi contratada dentro de um planejamento, e estritamente por isso a saída dela é algo fora de cogitação neste momento, nem eu acho que deva. O Bahia foi remontado (time) na perna e dentro dessas circunstâncias caracteriza-se o imediato, que sabemos, não funciona como algo organizado. Muitas retificações serão feitas ainda nesse time e o propósito é que ele venha a produzir a contento dentro do Campeonato Brasileiro.
Eu estaria sendo incoerente se estivesse aqui “exigindo” o título de Campeão Baiano, pois eu mesmo escrevi e disse que diante das dificuldades em que o Bahia se encontrava, consequência do retrocesso a que foi submetido ao longo dos anos, dificilmente se conseguiria fazer com que o retorno ao curso normal das glórias acontecesse em tempo inferior a dois anos, talvez três, considerando-se total saneamento. Sei que a torcida quer urgência, mas entre querer e poder vai uma diferença dolorosa!
Veja o leitor que a divisão de base tricolor nem está sendo comentada, e isto deve-se às condições em que o departamento se encontrava. Um trabalho grandioso está sendo feito para que a partir de 2010 comece o Bahia a colher os frutos desse trabalho. E aí sim, com as revelações frutos desse trabalho, o clube tenha condições de montar o time com o qual todos sonhamos.
Não que todo o time venha dessa base, seria ótimo se assim fosse, mas que haja à disposição do técnico peças de reposição imediatas e de alta qualidade. Os exemplos de times como Santos, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e até, incrível que pareça, o Vasco da Gama, estão aí para não deixar que eu fale fora de lógica.
Caso aconteça o título de Campeão Baiano deste ano será, por assim dizer, um lucro extra. Isto à luz da realidade, porque à luz da paixão é diferente. Sei que estou escrevendo tudo que a torcida tricolor não gostaria de ler, mas que de certa forma sabe. O orgulho do torcedor é sustentado em cima da rivalidade com o co-irmão, e diante dos fatos esse orgulho está extremamente ferido. Compreendo. Porém a minha obrigação é emitir opiniões sensatas, e não enganadoras. Até porque eu também sou um torcedor.
Mas como eu digo no primeiro tópico, quem morre de véspera é peru. E em futebol tudo é passível de acontecimentos fortuitos, até mesmo o Vitória ganhar do Bahia em Pituaçu. Assim como o Bahia impor uma goleada no Barradão, coisa que, convenhamos, em clássicos é difícil de acontecer, mas o fortuito fantástico está aí para contestar certas lógicas.
Então vou esfriar a minha cabeça e esperar pelo jogo de domingo, ao qual não comparecerei em virtude da falta de segurança, em dias de jogos, naquela região de Canabrava. Estarei torcendo, entretanto, e confiando na raça que sempre esteve encarnada naqueles que vestem a camisa tricolor. Assim como aconteceu no penúltimo Ba-Vi. O último ainda não acabou, a vantagem é só por alguns dias, assim espero.
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Um fato curioso: Pituaçu é atualmente chamado carinhosamente de Pitu-Aço devido à sua identidade com o Esquadrão de Aço. Até aí tudo bem. Mas como tudo na vida tem autoria, entra nesta história a grande espirituosidade do Pediatra Dr. Leuser Americano da Costa, que foi quem deu esta alcunha ao estádio Roberto Santos. Louve-se então o grande alcance do ecbahia.com e do seu Fórum, ao massificar o PITU-AÇO, hoje na boca da torcida tricolor.
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De uma renda na ordem dos R$950.000,00 o Bahia deverá ficar com cerca de, no máximo, R$600.000,00. Assim fica muito difícil fazer futebol com as despesas de dentro do estádio dividindo as rendas com o clube. É por isso que urge a necessidade de a médio prazo o Bahia começar a construção do seu estádio. Sonho? Não, necessidade.
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