Paris sem a Torre Eiffel, sem a beleza da música cantada por Edith Piaf e Charles Aznavour, não seria tão poética e encantadora como é. Imaginemos então a Bahia sem o Bahia e sem a beleza da sua Nação. Paris certamente não seria a mesma, e a Bahia não teria o mesmo encanto. Na sua história faltaria a parte que o Bahia escreveu, ficaria, portanto, faltando um pedaço na história da Bahia.
A correlação que faço entre o Bahia e Paris faz sentido pelas cores das bandeiras da Bahia e França, respectivamente, que são semelhantes, além de estar prestando uma homenagem à uma linda amiga francesa. O maior monumento da França é a Torre Eiffel, o mais perfeito local para se observar de ângulos diferentes a magnitude da beleza poética de Paris. Aqui na Bahia há um monumento em potencial, falta para materializá-lo, porém, apenas a genialidade de algum pintor, arquiteto ou escultor. Refiro-me à monumental torcida tricolor.
Por quê não erguer esse monumento à torcida do Bahia onde hoje é a sede de praia do Tricolor, já que a Prefeitura deverá de fato “desapropriar” o local? Pensem em algo bonito e imaginarão alguma coisa naquele local homenageando a Bahia, o E.C. Bahia e a sua torcida. História é o que não falta.
A Procuradora e representante do Ministério Público e grande torcedora do Tricolor, Rita Maria, diz que os dois cargos mais importantes na Bahia é o de Governador do Estado e o de Presidente do E.C. Bahia. Só não colocou pela ordem, e foi bom, porque assim eu Concordo plenamente com ela e com todos que pensam dessa forma.
Tudo isso para dizer que a importância do Bahia precisa e deve estar sendo ressaltada a todo instante. O Bahia é por demais importante para todo o Estado nos seus vários segmentos sociais e econômicos. Não poderia estar nessa inconstância, nesse sentimento vazio de algo pequeno. O Bahia é grande pela sua história e pela sua importância no contexto político-social do Estado da Bahia e do País.
O Presidente tricolor deve estar antenado nesse detalhe importante e de grandeza absoluta. O Bahia não pode mais suportar um ano na Segunda Divisão. Se lhe faltam as condições financeiras sufucientes para levar esse projeto de Primeira Divisão adiante, então que se estenda a mão na direção de empresas grandes, use o prestígio pessoal ao máximo, faça o que for possível, mas a consciência de que não há tempo algum a perder tem que ser o Norte imediato.
O Bahia tem hoje uma direção rica de propósitos e boa vontade, tem projeto em longo prazo, e um profissionalismo quase ao nível do desejado. Porém reconheço que o clube apenas saiu da agonia, da “UTI”, a saúde ainda não é adequada, mas urge chegar ao objetivo ainda que com essa saúde fragilizada.
Nem quero falar mais do time em campo. Seja o que Deus quiser! Quero falar é dessa grandeza que envolve um turbilhão de sentimentos. Quero falar é do Lucas, o meu vizinho de apenas três anos de idade que tem pais rubro-negros e, apesar disso, vive gritando na sua pureza angelical Baêa, Baêa, Baêa!! Quero falar é do meu filho mais velho, Gustavo (21), que não curte o futebol, mas ama o Bahia em quaisquer circunstâncias.
Os paradoxos relacionam-se com o Bahia de forma bem harmoniosa. Está no exemplo do Lucas e do Gustavo. O time estava na décima quarta colocação e lá estavam em Pituaçu 25.000 torcedores incentivando-o contra o Vasco. Não, não é burrice, é amor, amor dos maiores que um ser humano pode sentir. Não é paixão, é obsessão, mas é uma obsessão sadia e gerenciada pelo amor, ainda que isso seja um novo paradoxo.
Quem ama não deixa, e por isso mesmo a torcida do Santa Cruz em recente jogo pela Quarta Divisão, a novata série D, se fez representar por 45.000 mil pessoas no Arrudão. Não foi diferente com o Bahia na Terceira Divisão de 2007 ao proporcionar um público médio na beira dos 40.000 na saudosa Fonte Nova. Uma torcida dessa merece ou não merece ser imortalizada através de um grande monumento? Que não seja do tamanho da Torre Eiffel, mas que seja do tamanho do seu amor pelo Bahia.
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Eu sempre gostei do futebol de Elias e da forma como ele jogava suando a camisa. Infelizmente era chamado de “carniça” por uma boa parte da torcida. Eu gosto muito dos jogadores revelados pela Base, eles têm amor pelo clube. Aliás, qual filho não tem amor pelos pais? Só os celerados. Você, torcedor, não se deixe levar por cronistas descomprometidos com a Nação tricolor. O compromisso desses é com o dinheiro que a sua audiência pode proporcionar a eles.
Seja paciente com o seu time e, principalmente, com os jogadores inexperientes, sejam eles da Base ou egressos de outros locais. É o Bahia que está em jogo e não a pessoa. A entrevista que o meu amigo Nelson Barros fez com o Elias é de um esclarecimento muito rico, pelo discernimento, até, do torcedor Elias. Estou muito à vontade para dizer que se Elias estivesse fazendo parte desse time atual do Bahia, estaríamos numa posição muito melhor na tabela. Ele é o meia-esquerda que o Bahia não consegue achar.
É preciso que a torcida se conscientize de que a paciência é fundamental num processo tal qual vive o Bahia atualmente. Não se sai do caos para a glória em curto prazo. O processo pelo qual passa o E.C.Bahia merece toda a ajuda possível aos que estão à frente desse processo, diretamente.
Todos nós temos que estar comprometidos com o Bahia tentando ajudar de todas as formas. Até com o silêncio. Deixar as pessoas trabalhar em paz é um ato de responsabilidade para com o clube que você ama. Quem está à frente do Bahia é tão torcedor quanto você. O Bahia depende de você! Quem ama não deixa.
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