é goleada tricolor na internet
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Publicada em 9 de novembro de 2006 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Profecia

Estou em silêncio nas páginas do ecbahia porque não há muito o que dizer. De tanto você ficar remoendo uma idéia, acaba ficando chato. Não queria – como jamais vou querer – torcer contra o Bahia, mas, com essa direção desastrosa, não teria como não acabar assim. Sugiro, portanto, a republicação de nossa coluna de 09/01/2006, há exatos dez meses. Não sou profeta, mas com esse pessoal à frente do nosso Baêea acho que vou me candidatar a Maomé…

“Tudo como dantes

O Bahia está de volta aos gramados e nós, de volta aos teclados. Como estava envolvido em maquinações políticas, não quis usar esse espaço em proveito próprio – como deixei acertado com os amigos do ecbahia. Mas, vida que segue. E nessa toada – que não vou cobrir de redondilhas, como faria Chico Buarque – tudo está como dantes. Leitores: está aberta, de novo, a nossa tenda cigana. Pomada pra calo, sabão pra coceira, vidente, cartomante: o passado, o presente, o futuro.

Vamos às previsões: o Bahia não será campeão baiano; não chegará às quartas-de-final da Copa do Brasil; não sairá da 3ª Divisão em 2006.

Bruxaria? Não, meus amigos. Para ser profeta basta estar do outro lado dos dirigentes do Esporte Clube Bahia. Eles costumam fazer tudo errado e, pior, insistem no erro. São recalcitrantes recorrentes. Quando você pensa que eles esgotaram o repertório de besteiras, elas voltam: em dobro.

Estar na 3ª Divisão não é nenhum problema. Perder do Itabuna, em qualquer outra circunstância, é normal. Duro é ver o seu clube comandado por uma mentalidade de time de bairro. E não pense porque houve uma eleição fajuta, em novembro, que algo mudou. Nada mudou. Os nomes trocaram de posição, mas a mente, os métodos, a pantomima é a mesma. Os cartolas riem como hienas: “nós ferramos a oposição”, enquanto ferrado, mesmo, só o nosso Tricolor.

Veja a seqüência de desatinos: O treinador é contratado antes do diretor de futebol, que não queria o treinador. O diretor de futebol pode contratar, mas não pode demitir os “abnegados-remunerados”. Falta dinheiro para manter nosso maior ídolo – o goleiro Emerson – mas dá-se um jeito para que cicrano mantenha a sua “ponta” na grande repartição em que se transformou o Esporte Clube Bahia. Para a pré-temporada, o time vai para Euclides da Cunha. Até então, os únicos que haviam feito do Raso da Catarina local de concentração eram Lampião e Antonio Conselheiro. Por quê não Itaparica ou Sauípe? O Vitória arranca do Fazendão o lateral Apodi, que havia sido emprestado pelo Real Salvador, coincidentemente o clube que é de propriedade do diretor de futebol.

Mais uma vez a direção do Bahia utiliza-se de uma tática equivocada. Quer resolver os problemas do clube com o acerto do time. Se o único tiro der certo, tudo bem… E se não der? Os problemas estruturais não terão sido atacados, a torcida estará cada vez mais machucada e distante. Em junho, ao fim do Campeonato Baiano, estaremos vivendo outra dolorosa crise. Sem time, sem receita, sem torcida…

Com as eleições para o Conselho, na semana passada, os donos do Bahia perderam uma ótima chance de convocar a massa tricolor para o grande mutirão da reconstrução. Ao invés de fazer um pleito na surdina, para uma demonstração de força inútil, com menos eleitores que vagas para conselheiros, poderiam ter arrecadado milhares de reais – tão escassos e necessários nesse momento – com a mobilização de 20, 30 mil pessoas”.

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