Há um movimento partindo do Santos F.C., e encampado pela imprensa do Sudeste, que pretende a unificação dos títulos da Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça de Prata. O que a Taça Brasil tem a ver com o campeonato brasileiro eu sei: tudo! A Taça de Prata, idem. Mas o Roberto Gomes Pedrosa que numa certa época abrangeu Minas Gerais (antigo Torneio Rio-São Paulo) ser inserido no contexto de campeonato brasileiro é um pouco demais.
Pois é… Bahia, Santos, Fluminense, Palmeiras, Botafogo e Cruzeiro só dependem da agenda do presidente Ricardo Teixeira, da CBF, para fazer a entrega solene do “Dossiê pela Unificação dos Títulos Brasileiros” a partir de 1959. A Taça Brasil que abrangeu o Nordeste, e a Taça de Prata de igual alcance nacional. Tudo bem, é justo porque aqueles eram os legítimos campeonatos brasileiros, como é o atual. Mas não entendo como o Torneio Roberto Gomes Pedrosa tenha que ser inserido em contexto de campeonato Nacional.
Será que foi porque o Roberto Gomes Pedrosa foi transformado em 1970 em Taça de Prata? O RGP foi disputado de 1967 a 1970 e daí ampliado para campeonato brasileiro (disputado pelo Bahia em Aracaju), o que na minha opinião não daria direitos ao Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Santos e Palmeiras terem sido campeões brasileiros à época como Torneio Rio-São Paulo ampliado até Minas. É bem verdade que o Cruzeiro foi Campeão da Taça Brasil em 1966.
Interessante é que os títulos da Taça Brasil e Taça de Prata já foram devidamente oficializados pela antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e, por incrível que pareça, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) faz um charme incrível para decidir a questão da unificação. Talvez a confusão esteja na hora de querer inserir o Torneio Rio-São Paulo (TRGP) no contexto, porque na verdade, este não tem nada a ver com competição de nível Nacional, ele era regional.
É interessante dizer que a Taça Brasil disputada de 1959 até 1970 foi a competição que marcou época para o Nordeste, pois além do E.C.Bahia Campeão em 59 e vice em 61 e 63, o Fortaleza foi vice em 60 e 68, o Náutico foi vice em 1967 e semifinalista em 61, 65, 66 e 68, e o Sport, Ceará e Santa Cruz também alcançaram as semifinais uma vez.
A Taça Brasil também serviu para confirmar o Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense como uma das forças do futebol brasileiro, pois foi a equipe mais assídua da competição com nove participações em dez edições da Taça Brasil, ao travar duelos gigantescos com o Santos de Pelé e o Palmeiras de Ademir da Guia.
Em síntese: não é justo que o Sudeste tenha sido à época o representante do Brasil. Se assim fosse a regra, o Campeonato do Nordeste não seria então regional, teria sido também de cunho Nacional, e o Bahia seria quantas vezes campeão brasileiro? Para mim e para os de bom senso, como campeonato brasileiro valem todos que foram disputados em nível de abrangência nacional, como foi a Taça Brasil, como é a Copa do Brasil e como vem sendo disputado o Brasileirão. Se como Taça Brasil, Taça de Prata, Copa União ou simplesmente como Campeonato Brasileiro, pouco importa! O que importa é a abrangência do Oiapoque ao Chuí.
Aproveitando o tema (que não é meu, já peguei gancho vindo do próprio Sudeste), quero sugerir aos diretores do Bahia que se faça um marketing em cima da legitimidade da Taça Brasil e, principalmente, na abordagem ao slogan de PRIMEIRO CAMPEÃO DO BRASIL. Isto é algo para ser muito bem explorado nesta época de vitrine embaçada pelas brumas das divisões inferiores do campeonato brasileiro, das quais o Bahia vem se esforçando para sair.
Henrique Ribeiro, jornalista e pesquisador, diz que “texto emitido pela Conmebol é mais uma evidência de que a Taça Brasil foi o Campeonato Brasileiro…”. No texto está escrito que “O E.C.Bahia foi o primeiro Campeão do Brasil, em 1959 – Diante de todas as evidências de que a Taça Brasil foi o primeiro campeonato brasileiro, até quando vai durar a teimosia de uma pequena parte da imprensa esportiva e da CBF em admiti-la como tal?”
Se alguém quiser colaborar ou se manter informado a respeito da Unificação deve endereçar seus e-mails para o superintendente do Santos F.C., José Carlos Peres – [email protected] -, ou para o autor da pesquisa, jornalista e escritor Odir Cunha – [email protected]
Está aí um bom tema para uma boa discussão em nível Nacional e do interesse, principalmente, da torcida tricolor. O Bahia jamais trabalhou bem as suas duas principais conquistas, 1959/1988. O Bahia é de fato Bi-Campeão Brasileiro, e isto precisa ser amplamente trabalhado e valorizado com muita responsabilidade.
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Desta vez ninguém há de culpar o Gallo pelo 0 x 0 do Canindé, diante da Portuguesa. As substituições foram corretas e a escalação mostrou a independência do Gallo. Se o time vem mal alguma coisa precisa ser feita com o material humano disponível. E isto Gallo tem feito e merece o meu aplauso. Uma hora ele acerta essa joça e o Bahia embala.
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Impressionante essa torcida tricolor. Estavam lá no Canindé mais de mil pessoas, convenhamos que é motivo de muito orgulho um time ser tão querido assim. É a colônia baiana em São Paulo. Tudo bem, mas há muitos adeptos paulistas, também.
comentários
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