Foi-se Comelli assim como veio, qual uma estrela cadente, e chegou Sérgio Guedes. Criticam a forma como Comelli foi despedido. Eu acho até que poderia ser de forma diferente mesmo, mais elegante, respeitosamente conversada, digamos assim. Mas que ele precisava ir não tenho dúvida. Aliás, nem deveria ter vindo agora. Talvez numa outra época, com o Bahia fora de crise.
Comelli não tem o perfil de técnico para tirar time de crise. Não o vejo ao estilo de Felipão, Evaristo, Celso Roth, Luxemburgo etc, etc.
Sérgio chegou com a missão de fazer um trabalho definitivo e foi logo dizendo que o seu time não joga com três zagueiros. Ainda bem. Acha ele, Sérgio, que o Bahia, com a torcida que tem, não deve jogar defensivamente. Ainda bem. Disse que jogará num 4-4-2 com um meia bem encostado nos atacantes. É o que eu espero que seja feito. Vai ficar um 4-3-3 com dinâmica para o 4-4-2 ou vice-versa. É isso.
O fato de Paulo Carneiro não dar bola (não ligar) para uma parte da imprensa tem incomodado pra valer. O coro come no centro e o PC não tá nem aí! Como eu já disse aqui, se tem uma coisa que Paulo Carneiro sabe fazer com perfeição é ser recíproco, e disso ninguém pode se queixar. O que surgiu de advogados (…) de Comelli no dia seguinte à sua dispensa foi uma grandeza! Quase o transformaram em mártir.
Sérgio Guedes vai ter que aguentar o tranco, pois se eles não conseguem atingir Paulo Carneiro, vão tentar atingir o técnico que é uma contratação feita por PC. Sérgio precisará acertar muito! Sob pena de ser chamado de incompetente, burro e outras besteiras tão pertinentes a esses que fazem da profissão um meio de conseguir inimizades.
Ninguém é santo milagreiro para pegar um time tido como ruim e fazê-lo jogar bem de imediato. Por isso isento parcialmente Comelli, assim como acho que Gallo não teve culpa do fracasso. O time é que não se aplica em campo. Gallo, bem como Comelli, tem uma filosofia defensiva e esse é o pecado de ambos.
Sérgio pode implantar o seu estilo de trabalho e fazer com que esse time do Bahia se supere e acabe por jogar bem, afinal já existem no elenco meias de ofício. Mas é preciso tempo, nada funciona no futebol sob pressão e choques de comando a todo instante. Tenho a impressão de que a partir do segundo turno o Bahia estará com um esquema de jogo definido e entrosado na filosofia de Sérgio. Mas para isso ele precisa de algum tempo.
É ultra necessário que se pare de contratar tudo que é oferecido por empresários. Faça-se uma triagem sob o comando de Sérgio, não em cima da perna, e materializem algumas dispensas. Nada de vender Vander imediatamente (especula-se que o Grêmio o quer), deixem que Sérgio veja o potencial da Base com bastante tempo e carinho. Quem sabe, a solução pode ser o Vander!
Tomem como exemplo o açodamento na venda de Daniel Alves e esperem o jogador tornar-se realidade sob os auspícios do Bahia. A esperança de um clube que recomeça do “zero” é a sua Base. Vi jogadores durante a Taça BH que me encheram os olhos! Melhor ainda é saber que sem alarde algum, Mota voltou a fazer o que mais sabe preparar talentos.
Soube que estão procurando mais um lateral-direito… É mesmo? Por que não trazer da Base o Bebeto? É um jogador de uma dinâmica de jogo muito boa e atua nas duas laterais com muita desenvoltura e ainda ajuda no meio de campo. É só prepará-lo para o profissionalismo, e isto se faz concentrado-o no grupo.
A necessidade imperiosa de colocar o Bahia na Primeira Divisão faz com que as coisas aconteçam precipitadamente e ingerências eventuais comecem a despontar. São opiniões de todas as formas, troca de técnicos, equívocos, impaciência com alguns valores da casa, atropelamentos no comando do futebol e os corneteiros que ficam de fora tumultuando o ambiente já um tanto conturbado.
Acho que neste momento todas as atenções devem estar voltadas para o futebol. Depois se faz o que está pendente. O coração do Bahia é o futebol, cuidemos dele prioritariamente.
Eu não aguento mais ver a cada insucesso do time do Bahia jogadores falar que “precisamos tomar vergonha na cara”. Falam, mas em campo não suam a camisa. Foi isso que vi contra o Fortaleza. Pois é necessário tomar vergonha na cara mesmo! E jogar para fazer-se respeitar.
O Bahia tem uma torcida imensa e isso precisa ser dito aos jogadores a todo instante. Eles precisam entrar em campo com essa consciência e suar a camisa até o último minuto.
Li num jornal que Ananias teria dito que “logo agora que o time tava ganhando a cara de Comelli ele é dispensado…” Olha Ananias, então foi muito bom ele ter ido via telefone mesmo, assim foi mais rápido e não deu tempo de você e os demais encarnarem o espírito comelliano, porque senão a gente não veria mais a vovó nem pela greta da fechadura!
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Não quero julgar o mérito, sim a ação dos dirigentes mais uma vez equivocada. Quantidade não é qualidade e, sendo assim, por que contratar Paulo Isidoro? O próprio Paulo Carneiro não contratou Ramon devido à idade do jogador ser avançada, apesar de reconhecer a técnica apurada do jogador, no que concordo. Mas Paulo Isidoro pode aos 36? Parece-me ser a mesma idade de Ramon, não?
Reconheço todo o empenho e a luta de PC para que as coisas dêem certas, mas há indiscutíveis contradições em certas afirmações. Não seria melhor dizer que foi uma mancada não ter trazido Ramon? Tudo bem que Gallo, à época, foi quem vetou a contratação, mas o treinador tem que dispor daquilo que o clube coloca à sua disposição.
A democracia em empresas tem que ter limites, pois a soberania dessas empresas tem, também, que ser respeitada, haja vista ser ela quem paga.
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