Se o Bahia ainda não corresponde às expectativas da sua torcida dentro de campo, também não se pode negar que mudanças profundas na forma do time jogar estão ocorrendo. Não se pode mudar uma cultura de jogo, quase secular, da noite para o dia. As mudanças estão se aprofundando a cada dia, mesmo antes da oficialização da SAF – que está aprovada pelo Conselho e sócios, mas legalmente ainda não está sacramentada, o que deverá acontecer só em abril. Contudo, há que se dizer que desde início do ano o planejamento já é completamente diferente e a gestão também.
Planejamento não é algo pronto, nem para médio prazo sequer. É algo que vai se ajustando na medida em que a maturação das ideias vá se encaixando no projeto. É uma filosofia inovadora para o torcedor, porém, para os atuais dirigentes é habitual. Uma coisa é o que se vê nas entrevistas do técnico de futebol, outra é o que acontece nos intramuros com a diretoria tentando impor o novo método de trabalho sem desagradar ao torcedor.
Promessas relacionadas à montagem de um super time de futebol não foram feitas, mas sim, implantar uma nova ordem buscando potenciais jogadores onde quer que esses se encontrem. Dar uma mesclada com alguns atletas experientes e aprontar um time para ficar entre os seis melhores colocados na tabela do campeonato brasileiro, é o que mais importa à nova diretoria de futebol do Bahia, já que a promessa inicial está sendo praticada.
Desses jogadores que hoje atuam, provavelmente alguns não ficarão para o ano vindouro. Outros chegarão e o time para 2023 começará a ganhar forma já a partir do meio do ano em curso. Por hora, paciência; olhar periférico; foco no futuro; esses são os ingredientes que não farão mal algum ao torcedor Tricolor, que sempre pediu ética, seriedade máxima e transparência na certeza de um Bahia intenso, agudo e forte estruturalmente – isto soou como se fosse mágico.
Agora, meu caro leitor e torcedor, como se explica a sua cobrança por resultados sempre positivos e ao mesmo tempo pedindo, sugerindo, ou sei lá mais o quê, para o Bahia perder o jogo contra o Itabuna? É inviável sobre todos os aspectos, algo nesse nível acontecer de forma proposital. Pode até perder com qualquer time que o Bahia mande a campo, sim, porque a derrota é uma eventualidade prevista no futebol, mas não propositalmente. Acho que esse apelo da torcida não altera em nada o que já está programado.
Pensando de forma razoável, chego à conclusão que seria pouco inteligente por parte do Tricolor sacrificar o time considerado titular para jogar contra o Itabuna. Mesmo porque, ao colocar um time alternativo, não significa absolutamente que irá perder. A molecada do Sub-20 pede passagem. Um jogo assim é muito importante para o futuro de cada um desses meninos, e todos eles sabem disso. Ganhar jogos pelo campeonato baiano representa definitivamente a inclusão no projeto e a continuação do sonho de cada um deles em jogar na Europa. Sim, o patamar de ambição do menino da Base Tricolor subiu à estratosfera, com o evento Bahia/City.
A partir disso é que Renato Paiva, que sabe perfeitamente que tudo faz parte de um projeto único, vai cada vez mais usar os meninos da Base em jogos não decisivos para o clube em si, mas decisivo para o futuro do Bahia que ele treina. Perder ou ganhar faz parte do projeto de amadurecimento desses jovens. No jogo contra o Itabuna, se ganhar, a festa será ainda mais forte no vestiário do que foi a festa em Jequié. Se perder, a festa será do torcedor, porque para este, ver o rival pelo retrovisor sumindo na poeira, é tudo de bom. Mas que o torcedor Tricolor fique ciente de que o compromisso do Bahia será sempre com o sucesso em campo, jamais com a derrota, em qualquer que seja a circunstância. Porém, há que se compreender o sentimento do torcedor.
A torcida do Bahia não consegue esquecer o que o rival fez no passado, vendendo seu jogo ao Fluminense-RJ, aceitando jogar em Cariacica-ES, só para lançar o Bahia à Segunda Divisão. O Esquadrão faria um jogo de vida ou morte contra o Flamengo, virtual favorito, e o rival com apoio maciço da torcida – natural numa rivalidade polarizada – faria o resto, ou seja: perderia o jogo. Só que o tiro saiu pela culatra, o Bahia ganhou do Flamengo por 2X0, o rival perdeu como combinado, e as 30 moedas que o Judas da Bahia recebeu foram poucos para tirar os cravos da sua própria cruz. Cariacica-ES e a famosa fuga de dentro da sua própria casa, entraram para a história do rival – criar estigmas para si é de uma competência inegável do nosso coirmão, chega a ser FATAL.
JOGADORES EM CAMOROTE CARNAVALESCO
Jacaré e Luís Gustavo estavam usando a prerrogativa da folga após treino no CT do clube em Dias d’Ávila. É um direito que o atleta tem de fazer o que bem entender no seu dia de folga. Porém, se fossem mais profissionais se reservariam e não seriam vistos fazendo carnaval antes do tempo e às vésperas de um jogo tão importante que acontecerá nesta terça feira contra o Fortaleza.
Um atleta treina intensamente, depois vai para carnaval beber e fumar, aí fica difícil entregar o que desse atleta se espera. Isto explica as falhas sucessivas que Luís Gustavo, por exemplo, tem cometido, bem como a inconstância de Jacaré, que por sinal é o que mais é flagrado em festas.
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