Nos últimos dias, duas famosas redes de fast food se viram em apuros, por conta de questionamentos bastante procedentes sobre a qualidade de seus produtos. Uma, por vender sanduíches anunciados como hambúrguer de picanha, mas que tinha de tudo em sua composição, menos a gloriosa picanha. A outra, enveredou-se em problema semelhante, só mudando o tipo de carne: sai picanha, entra costela. O curioso é que, em ambas as redes, não faltavam os famosos aditivos “aroma de picanha” e “aroma de costela” para iludir o incauto consumidor desses produtos.
Essa história me veio à mente quando refletia sobre os dois últimos jogos do tricolor. O triunfo sobre o Sampaio Corrêa, na Arena Fonte Nossa, dia 26 de abril e a derrota para o Ituano no estádio Novelli Júnior, em Itú, dia 29 de abril, em noite de muito pouca inspiração de nosso time. A essa altura, o caro leitor e a cara leitora devem estar se perguntando: na coluna passada, esse moço inventou de falar da culinária inglesa para tratar do Bahia, agora vem com o fast food americano para cima de mim? Ficou louco?
Ainda não, amigos e amigas, mas confesso que a Diretoria Executiva vem tentando me enlouquecer já faz um tempo. É o seguinte: da mesma forma, que as redes colocavam um “cheirinho” seja de picanha, seja de costela para disfarçar a falta dessas carnes nos sanduíches, me parece que Guto Ferreira anda usando um “cheirinho” de atacante para disfarçar a ausência de substituto para o ídolo colombiano Rodallega.
E, o que é pior na minha opinião, nem vem usando os melhores ingredientes disponíveis para montar o sanduíche. Senão, vejamos. Insistir com Mateus Davó, Jacaré ou Rildo, jogando de centroavante não parece fazer sentido. São muito mais próximos de atacantes de beirada do que de atletas que fazem o pivô no meio, entre os zagueiros. Não bastasse isso, tem se recusado a escalar Ronaldo ou Marcelo Ryan para a função. Muito estranho para quem defendia há poucas semanas atrás que os garotos da base seriam os substitutos naturais do já ídolo colombiano.
O fato é que a ausência de Rodallega tem marcado presença através da fragilidade ofensiva do tricolor, reforçado pela incapacidade do nosso meio em criar jogadas de profundidade, pelas pontas, para utilizarmos os atletas escalados, todos velozes e com histórico de atuação pelas extremidades do campo.
Incrível é que as nossas dificuldades em atacar custaram pontos no empate contra o CSA, em Alagoas, bem como nessa derrota diante do Ituano. Estão nos prejudicando mais até do que as já conhecidas deficiências no sistema defensivo, laterais à frente. Nem a falha individual de Ignácio, no lance que antecedeu o gol do Ituano, foi capaz de me irritar tanto quanto os “cheirinhos de atacante” que estamos utilizando. A julgar pelos treinamentos realizados, parece que, diante do Londrina, Guto Ferreira vai insistir em não dotar nosso sanduíche de ingredientes de melhor qualidade. Resta-nos, então, torcer para a volta de Rodallega. Urgente! Chega de falsificações… BBMP!!
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